Brusque publica balanço financeiro de 2020; confira detalhes das finanças do clube

Contador e diretor comentam novidades e dificuldades do clube

Brusque publica balanço financeiro de 2020; confira detalhes das finanças do clube

Contador e diretor comentam novidades e dificuldades do clube

O Brusque publicou seu balanço financeiro de 2020 em 10 de junho de 2021. As principais mudanças técnicas no documento foram os detalhamentos de despesas e receitas, que estavam ausentes em anos anteriores, além das despesas trabalhistas, que não estavam constavam nos documentos anteriores. O padrão é que estes balanços sejam publicados até abril, mas foram concedidos adiamentos tanto em 2020 quanto em 2021.

No documento, consta que as receitas totais foram R$ 9.748.771,89, com despesas em R$ 8.360.219,84, num lucro do exercício de 2020 de R$ 1.388.552,05. “A questão trabalhista, embora já estivesse equalizada nos atos trabalhistas, e depois tivesse sido derrubada [antes de novo acordo ser firmado em abril], pôde ser listada efetivamente nos valores que eram devidos. Reconhecemos este valor também no balanço, mas de acordo com a norma contábil, não entra no resultado. Porque não compete a este resultado, e sim de anos anteriores”, comenta o contador André Klabunde.

O diretor-financeiro do Brusque, Rogério Lana, relata que 2018 marcou uma nova fase nas finanças do clube, marcada pela formalidade dos processos administrativos. O crescimento do clube nacionalmente tem, de certa forma, “puxado” a diretoria junto quanto à organização financeira.

“Quando a gente começou a entrar em competições nacionais, os balanços começaram a ser publicados de forma adequada, conforme as exigências. E a partir de 2020 começamos a trabalhar com a contabilidade de maneira mais plena. Ainda não estamos 100%, mas a tendência é que cumpramos as exigências.”

Lana afirma que o aumento de receita a partir de 2020 iniciou um momento de quitação de algumas pendências, e o clube quis começar pela dívida trabalhista. “Por enquanto, de uma informalidade para uma meia formalidade”, comenta. “Está em processo, digamos”, completa Klabunde.

Uma questão que ainda deverá levar tempo para ser formalizada de fato é a questão dos aluguéis de imóveis para jogadores. Atualmente, há cerca de 50 imóveis alugados por membros da diretoria enquanto pessoas físicas. Ou seja, não são compromissos juridicamente vinculados ao Brusque.

De acordo com Lana, isto é necessário para que os atletas residam na cidade, já que imobiliárias e administradores de imóveis não costumam alugar para o clube. E, como os jogadores podem deixar a cidade após um período menor que um ano, eles também não podem ser locatários.

Do balanço, destaca-se também a receita “premiações”: R$ 4.345.810, quase toda referente ao desempenho histórico na Copa do Brasil de 2020. O valor não fica inteiro à disposição do clube, já que foi utilizado para manter as contas em dia, principalmente no período sem jogos da pandemia, e também no rateio entre jogadores e comissão técnica. Para 2022, já é improvável que o Brusque obtenha qualquer receita do tipo, já que tem risco de não ir à Copa do Brasil pela primeira vez desde 2016.

Em relação a endividamentos, o contador relata que há pouco com o que se preocupar. Compromissos em atraso com fornecedores têm valores considerados pouco relevantes e quitados em curto prazo.

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Há o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut), que acumulava débitos antigos, de cerca de 20 anos atrás. Falta uma única parcela.

De acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), por meio do aplicativo Dívida Aberta, o Brusque possui dois débitos tributários, totalizando R$ 58.940,52 em débitos tributários. A checagem foi feita nesta sexta-feira, 2. Há uma questão em aberto referente ao pagamento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, o Cofins, sobre se este imposto deve ser cobrado dos clubes de futebol. O outro tributo é o Imposto Sobre Serviços (ISS).

“Não há nenhum parcelamento gigante, ou que resulte em parcelas significativas. Quanto ao Cofins, temos um parecer jurídico de que não é devido”, explica Klabunde.


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