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Brusque recebe proposta para ser uma das sedes dos Jasc, relata presidente da Fesporte

Rui Godinho aguarda publicação de portaria no DOE; município seria anfitrião de algumas modalidades, incluindo basquete

O presidente da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte), Rui Godinho, esteve em Brusque nesta segunda-feira, 31, com o objetivo de realizar torneios de pelo menos três modalidades no município na edição de 2020 dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc). A Fesporte tem buscado alternativas para o calendário esportivo do estado em diálogo junto às autoridades de saúde, e o dirigente acredita que a competição poderá ser realizada em outubro e novembro, em múltiplas sedes.

Godinho afirma que Balneário Camboriú, Rio do Sul e Jaraguá do Sul já aceitaram receber eventos dos Jasc, e que Brusque é outro município no radar da Fesporte. “Num ano tão difícil para o esporte estadual, poder realizar os Jasc, parte do evento, onde a competição nasceu, seria um recomeço, mostrando que o esporte segue vivo e que a chama está acesa”, comenta.

O dirigente elogiou a estrutura de que Brusque dispõe para abrigar os Jasc e lamentou o fato de que o município não havia sido escolhido em 2018 para ser sede em 2020. “Temos que respeitar a história, a tradição, e Brusque merece.”

As modalidades propostas, a princípio, são basquete, bocha e bolão, mas há outras opções. Não haverá nenhum esporte ausente da edição tendo a pandemia como motivo. Os torneios serão transmitidos online, ao vivo, em vídeo, e não terão presença de público nos locais de disputa.

A fundação aguarda a liberação das atividades esportivas em nova portaria do governo de Santa Catarina. Em 20 de agosto, houve uma reunião virtual entre integrantes da Fesporte e do Conselho Estadual do Esporte que fazem parte do grupo de estudos composto também pela Secretaria de Estado da Saúde e pela Vigilância Sanitária. Após a adequação da minuta da portaria, o próximo passo seria a publicação no Diário Oficial do Estado (DOE).

Havia a intenção, no início da pandemia de retorno das atividades em julho, o que não se pôde concretizar por conta da situação crítica da saúde em todo o estado no período. A situação permanece preocupante, mas índices de novos casos e óbitos têm estagnado ou diminuído.

Os Jogos Abertos de Santa Catarina serão a única competição da Fesporte a ser realizada em 2020. Joguinhos Abertos, Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc), Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc) e demais eventos não serão realizados.

O adiamento das Olimpíadas de Tóquio para 2021 foi utilizado como argumento na Fesporte para que se fizesse o mesmo com os Jasc. Godinho, no entanto, preferiu seguir em frente com a ideia. “Se tivéssemos tomado esta decisão, provavelmente todos os times teriam sido desmontados, os atletas e técnicos perderiam suas bolsas. Em seis meses, conseguimos pressionar os municípios a manter os pagamentos de bolsas. E num período de pandemia, há quem perdeu seu emprego, e precisa mais do que nunca da bolsa.”

Datas e alojamentos

As inscrições dos municípios estarão abertas de 11 a 17 de setembro. Eliminatórias microrregionais e regionais devem ser realizadas em outubro. A fase estadual será dividida em modalidades individuais e coletivas, sendo realizadas em dois períodos de novembro, com pausa para as eleições. Sem a realização de Joguinhos Abertos e Olesc, atletas a partir dos 15 anos podem, excepcionalmente, participar de competições coletivas em 2020.

Todos os confrontos serão realizados em mata-mata, sem nenhuma fase de grupos. De 16 participantes por modalidade previstos em edições normais, os Jasc de 2020 terão apenas oito. Serão disputadas, em cada modalidade, quartas de final, semifinais e final. Cada torneio terá a duração máxima de três dias. A medida foi tomada para evitar aglomerações.

Godinho é crítico do uso de escolas como alojamento para os Jasc, especialmente nas ocasiões em que este uso causa a suspensão de aulas. No entanto, escolas serão utilizadas como alojamento aos finais de semana.

Protocolo

A elaboração do protocolo foi concluída em 17 de agosto, e a Fesporte aguarda publicação até o fim desta semana, na sexta-feira, 4. Há modalidades que ainda não poderão retornar às atividades de acordo com o protocolo, como as lutas, por exemplo.

A testagem dos atletas será do tipo RT-PCR ficará por conta do município que eles representam ou por conta deles próprios. No caso de Brusque, uma opção seria a Fundação Municipal de Esportes (FME). Os testes deverão ser realizados ainda no município de origem, com resultado obtido nas 72 horas anteriores à viagem.

“O grande problema é a viagem do vírus de uma comunidade à outra. Então a ideia é garantir que o atleta já saia de seu município saudável, sem risco de acabar contaminando outros locais. Não é o melhor dos protocolos, mas é o que é possível”, comenta Godinho.

Em casos positivos, o presidente da Fesporte afirma que não há outra alternativa senão o W.O. (derrota por ausência) nos esportes individuais. No caso dos esportes coletivos, jogadores com testes positivos serão afastados, e as competições serão realizadas enquanto houver a quantidade mínima de participantes da equipe.

Arena Fesporte

Com sedes múltiplas sendo opção desde 2004, o presidente da Fesporte pretende dividir os Jasc no futuro em diversas sedes. A divisão incluiria a construção da Arena Fesporte, um espaço no qual seriam disputadas as lutas, em local fixo. Entre os motivos de optar por várias sedes para uma mesma edição, está a possibilidade de absorver mais modalidades no futuro, como o boxe, e fragmentar os Jasc para trazer maior apelo às sedes. Para Godinho, a medida qualificaria melhor o público.

“Um bloco de atletismo, um bloco de lutas, e outro de modalidades de quadra. Pode acontecer. Acho que isto trará uma visibilidade maior aos eventos.”, antecipa.