Brusque registra 31 casamentos homoafetivos desde que união foi legalizada
Dados do IBGE mostram registros desde 2014
Dados do IBGE mostram registros desde 2014
Brusque registrou 31 casamentos homoafetivos desde que uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) passou a permitir o registro de casamento entre pessoas do mesmo sexo nos cartórios e proibiu as autoridades de se recusarem a habilitar ou celebrar o casamento civil entre casais homoafetivos em 2013.
O casamento homoafetivo é reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde maio de 2011. Porém, não havia uniformidade de interpretação e de entendimento sobre o assunto, o que dava margem para que cartórios recusassem o registro.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde então foram registrados 16 casamentos entre homens e 15 casamentos entre mulheres no município de Brusque.
No ano em que a resolução foi aprovada, não há registros de casamentos homoafetivos na cidade. Conforme o IBGE, foram quatro em 2014, um em 2015, oito em 2016, quatro em 2017, nove em 2018 e seis em 2019. Ainda não se tem informações referentes ao ano passado.
Dos quatro casamentos homoafetivos registrados em 2017, um deles foi o de Ana Paula de Souza e Meiryelen Alves dos Santos, a Mey. A união foi registrada em cartório em Brusque, mas a cerimônia foi realizada na Ilha do Mel, no Paraná, em 17 de setembro.
Ana Paula é de Brusque e Mey é de Curitiba. Elas se conheceram pela internet em agosto de 2016. “Foi estranho para mim no início. Fiquei bem nervosa quando chegou o momento de conhecê-la, pois foi uma brincadeira que virou séria”, conta Ana.
Ela diz que as duas têm histórias semelhantes e muita sintonia. “Procurávamos amor, amizade, aprendizado e liberdade. Foi o que encontramos uma na outra. Então decidimos caminhar juntas como parceiras de vida”.
Sete meses após se conhecerem, aconteceu o noivado, por iniciativa de Mey. Ela programou um voo de parapente no Morro do Careca, no dia do aniversário de Ana, porque sabia que voar era um desejo dela.
A intenção era escrever o pedido na areia, mas o passeio não aconteceu e Mey precisou improvisar. “Ainda estávamos no morro, vendo os voos. Ela pediu para eu fechar os olhos e então pediu de joelhos se eu queria casar com ela. Eu disse sim”, recorda Ana.
Durante os meses após o noivado, fabricaram 120 velas para pendurar em árvores e decorar a Ilha do Mel, onde a cerimônia foi realizada em setembro de 2017. “Foi muito gostoso esse período em que fomos preparando com amor o dia em que íamos compartilhar nossa felicidade”, diz Ana.
Tiveram perrengues no caminho, mas no fim deu tudo certo. “O processo todo foi lindo demais”, finaliza.