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Brusque registra o menor número de casos de HIV em sete anos

Em 2016 foram contabilizados 47 novos novos infectados, uma queda de 23% em relação a 2015

Foram diagnosticados em Brusque, no ano passado, 47 novos casos de HIV/Aids. Os dados, do Serviço de Assistência Especializada (SAE) da Secretaria de Saúde, são positivos, já que em comparação com 2015 houve queda de 14 casos, ou seja, 23%. Essa é a melhor média no número de diagnósticos dos últimos sete anos – entre 2010 a 2016, o ano em que menos registros foram feitos foi em 2012: 53 casos.

Os diagnósticos de 2016 foram feitos pelo SAE (12), pelas Unidades Básicas de Saúde (23), Hospital Azambuja (2) e por laboratórios particulares (10). Dos 47 casos, 20 foram diagnósticos tardios (pessoas já doentes de Aids) e 27 foram diagnósticos precoces (pessoas somente portadoras do vírus HIV, mas sem sintomas).

Elaine Weirich, enfermeira responsável pelo SAE, explica que dos casos descobertos em 2016, a maioria são homens: 31 homens (15 heterossexuais e 16 homossexuais), enquanto houve 16 mulheres afetadas. A principal faixa etária, tanto em mulheres como em homens, é entre 19 a 29 anos [ver no detalhe]. Das mulheres, três foram diagnosticadas durante a gravidez.

Dados de 2017
A enfermeira diz que mesmo mantendo uma média no número de diagnósticos, há um número crescente de pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis, dentre elas a sífilis, o HPV e o HIV.

Neste ano, por exemplo, de janeiro a 19 de maio, já foram feitos 22 diagnósticos novos de HIV – 3 femininos e 19 masculinos (6 heterossexuais e 13 homossexuais). Destes 22 casos, dez foram diagnósticos precoces (portadores assintomáticos) e 12 diagnósticos tardios (portadores já com a AIDS desenvolvida).

Elaine afirma que há campanhas orientando a população, além de distribuição de preservativos gratuitamente em todas as UBS e a maioria da população tem acesso a informação. No entanto, o não uso do preservativo nas relações sexuais é o principal motivo de casos da doença.

Segundo ela, o HIV pode ser tratado em outros municípios, não necessariamente precisa ser feito no município de residência. Algumas pessoas optam por fazer seu acompanhamento em municípios vizinhos. Brusque também recebe alguns pacientes de fora, mas são minoria, principalmente moradores de Guabiruba e Botuverá.

Basicamente, hoje em dia pessoas com diagnóstico de HIV já iniciam tratamento tendo ou não sintomas da doença. Com diagnóstico confirmado, consultam com infectologista que já prescreve o antirretroviral.

A enfermeira diz que em casos em que o paciente está com sintomas, já recebe a medicação no dia da consulta, e os que estão assintomáticos aguardam resultados de exames específicos sobre quantidade de vírus e imunidade para então iniciarem o tratamento.


HIV
O infectologista Rodrigo Duarte Perez respondeu à reportagem alguns questionamentos sobre a doença. Confira:

Diagnóstico precoce
Quanto mais precoce é feito o diagnóstico, mais precoce é o início do tratamento, que possibilita mais rápido o restabelecimento do paciente. Assim deixará a imunidade da pessoa aparentemente normal, evitando que tenha doenças complicadoras, como pneumonias graves, meningites graves.

Gestante com HIV
Ideal é que nos três trimestres sejam feitas sorologias na gestante para identificar se há o vírus. Desta forma, a chance de transmissão materna infantil cai. Se a prevenção for feita corretamente, pode cair para 1% a 2% a chance de transmitir para o feto, já se não fizer o tratamento a chance é de 30% a 40%.

Público-alvo
População masculino jovem entre 19 e 29 anos (homossexual). Também há um crescimento da população mais idosa, acima de 60 anos (heterossexual).

Prevenção
Doença é transmitida por meio de relação sexual desprotegida ou em contato com material biológico contaminado pelo vírus. Para evitar é necessário o uso de preservativo correto nas relações, independente ser for vaginal, oral ou anal.

Tratamento e dificuldades
Hoje há uma somatória de medicações disponíveis no mercado. Após uma avaliação individual de cada paciente, é disponibilizado por meio de comprimidos gratuitos que devem ser tomados dirimente. A doença se torna mais difícil de tratar devido ao entendimento que o paciente tem da doença. O paciente precisa entender o porque do uso da medicação. Geralmente pessoas com nível cultural mais elevado tendem a fazer um tratamento com mais sucesso. Usuários de drogas e álcool também têm dificuldade de adesão do tratamento.

Cura
Ainda não há uma cura clínica, porém, há uma sobrevida de 78 anos. Uma vez iniciado o tratamento, será feito para o resto da vida. Dependendo a adesão do paciente, sua melhora será mais efetiva.

Casos de HIV/Aids em Brusque nos últimos sete anos


Casos em 2016
20 diagnósticos tardios
27 diagnósticos precoces
16 do sexo feminino
31 do sexo masculino – 15 heterossexuais e 16 homossexuais

Diagnósticos femininos
1 caso de 0 a 9 anos
6 casos de 19 a 29 anos
5 casos de 29 a 39 anos
4 casos de 39 a 49 anos
3 diagnosticadas na gestação

Diagnósticos masculinos
1 caso de 9 a 19 anos
14 casos de 19 a 29 anos
12 casos de 29 a 39 anos
1 caso de 39 a 49 anos
2 casos de 49 a 59 anos
1 caso de 69 a 79 anos