Brusque registra queda no número de mortes no trânsito em 2021; confira os números
Dados são referentes ao primeiro semestre do ano
Brusque registrou no primeiro semestre de 2021 uma considerável queda no número de mortes no trânsito. O município teve quatro mortes nas estradas, número que representa menos da metade do que foi registrado nos primeiros seis meses de 2020. Até o momento, são cinco óbitos registrados neste ano.
A queda no índice de mortes no trânsito é evidenciada quando comparada com os anos anteriores. Em 2017, a cidade registrou 11 mortes nas estradas de janeiro a junho. Na mesma época em 2018, o número caiu para nove, e se manteve no mesmo patamar no primeiro semestre de 2019.
Já em 2020, o dado subiu para dez óbitos nas estradas no mesmo período. A média das estatísticas dos últimos quatro anos é o dobro de ocorrências fatais registradas neste ano no trânsito, até então.
Segundo o comandante da Polícia Militar de Brusque, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, em 2021, a queda nas mortes pode ser recorde em pelo menos dez anos.
O baixo número de óbitos nas estradas no primeiro semestre é visto de forma positiva pelo comandante da PM. “Se continuarmos nessa sequência, vamos fechar o ano com, no máximo, dez óbitos. Poderemos chamar isso até de um ‘milagre’, pois é uma queda brusca. Logicamente ninguém quer perder uma vida, porém essa é a nossa realidade do trânsito”, diz.
Ferreira Filho afirma que em 2007 o município registrou o maior número de óbitos nas estradas nos últimos anos, sendo 34 vidas interrompidas em acidentes de trânsito. Em contrapartida, 2013 obteve o menor número de mortes, sendo 15 óbitos.
Caso o mesmo número de mortes nas estradas de Brusque no primeiro semestre de 2021 seja registrado no segundo semestre, o município somaria oito óbitos ao todo. Se a sequência se concretizar, a cidade pode atingir o menor patamar quando se trata de vidas perdidas no trânsito, sendo ainda inferior a 2013.
Para o comandante, vários fatores são responsáveis pela queda no número de mortes. Ele cita dois quesitos, sendo um deles a segurança veicular. “A tecnologia dos veículos tem aumentado e melhorado. Com certeza isto reflete diretamente nas lesões corporais e óbitos”, afirma.
Ele avalia ainda que a fiscalização por parte da Polícia Militar e da Guarda de Trânsito de Brusque (GTB) é fator para queda no número de acidentes fatais. “Outro ponto é a fiscalização cotidiana e rotineira de trânsito que ocorre no município. Ano passado, fechamos com mais de 17,3 mil infrações lavradas pela PM e guarda”, revela.
Ferreira Filho reforça que a expectativa da PM é encerrar o ano com um número igual ou inferior a dez mortes nas estradas. Ele comentou também sobre as dificuldades do trânsito no município de maneira geral.
“Esperamos fechar o ano com, no máximo, dez óbitos, até porque estamos com somente cinco até agora. Esperamos que esse seja um ano muito bom para o trânsito, pois o trânsito em Brusque sempre foi o nosso ‘calcanhar de Aquiles’”.
Por fim, para exemplificar às dificuldades relacionadas ao tema, o comandante afirma que no Brasil um homicídio é equivalente, em média, a um óbito no trânsito. Já em Brusque, até então um homicídio equivale a quatro mortes nas estradas.
Vidas perdidas
As quatro vidas interrompidas no trânsito de Brusque no primeiro semestre constam nos dados da Polícia Militar, além de local, causa da morte e informações relacionadas à data e horário. Os acidentes ocorreram nos bairros Águas Claras, São Pedro, Jardim Maluche e Rio Branco.
Nesta terça-feira, 13, Brusque registrou o quinto óbito no trânsito, já no segundo semestre de 2021. Segundo as estatísticas da PM, todas as vítimas fatais nas estradas neste ano, até então, são homens. Eles possuem idade inferior a 33 anos, com exceção do óbito registrado nesta terça-feira, que vitimou um homem de 72 anos.
O primeiro acidente de trânsito do ano em Brusque que culminou em morte ocorreu no dia 7 de fevereiro, um domingo. André da Silva Moreira era condutor do carro Ford Escort, com placas de Palhoça, que capotou na rua Florianópolis, bairro Águas Claras.
A vítima foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros apresentando esmagamento de crânio. Ele estava preso às ferragens e já sem vida. A ocorrência foi registrada por volta das três horas.
Após aproximadamente um mês da morte de André da Silva Moreira, no dia 13 de março, o segundo óbito nas estradas de Brusque foi registrado. Desta vez, tratava-se do motociclista Renato Molon, de 32 anos.
Conforme consta nos registros da Polícia Militar, a causa da morte também foi por traumatismo craniano. O acidente ocorreu na rua São Pedro, próximo ao limite de Brusque e Guabiruba.
Molon colidiu a moto Honda CG contra um poste por volta das 20h30 daquele sábado. A vítima, no ano anterior, já havia perdido o irmão também em um acidente de trânsito.
Naquela ocasião, duas motos colidiram entre si e ambos os condutores saíram sem vida. O motoboy Rafael Molon Ferreira faleceu aos 26 anos, e cerca de cinco meses antes do irmão.
O terceiro óbito no trânsito ocorreu na madrugada do dia 15 de abril. O estudante de Engenharia Mecânica de 20 anos, Luís Carlos Frensch, teve a vida interrompida precocemente após o carro em que ele conduzia cair no rio Itajaí-Mirim, próximo à Apae, no bairro Jardim Maluche.
Segundo o Instituto Geral de Perícias (IGP), causa da morte foi afogamento. O acidente ocorreu durante a madrugada e a vítima foi identificada por volta das 11 horas no dia da ocorrência.
Em entrevista ao jornal O Município à época, amigos de Luís Carlos lamentaram morte dele e prestaram homenagens, dizendo que tinham sonhos a serem realizados juntos e que o jovem era uma pessoa que todos gostavam de estar por perto.
Sete dias após a morte de Frensch, a vida de mais um jovem foi interrompida no trânsito. Desta vez, vítima era Mateus Cidral, também de 20 anos. Ele foi o quarto e último óbito nas estradas de Brusque registrado no primeiro semestre do ano.
As câmeras de segurança de um estabelecimento na região flagraram o momento do acidente, em que o jovem colidiu de frente contra um carro. A ocorrência foi registrada por volta das 21 horas de segunda-feira, 22 de abril.
De acordo com os dados da PM, a causa da morte de Cidral foi traumatismo craniano. O acidente aconteceu na rua Ernesto Bianchini, bairro Rio Branco. Ele pilotava uma moto Honda CG no momento da colisão.
Segundo semestre
Brusque registrou nesta terça-feira, 13, a primeira morte no trânsito no segundo semestre de 2021, totalizando cinco óbitos no ano. A vítima foi identificada como José Nelson Bartnikowski, de 72 anos.
“Seu Neco”, como era conhecido, residia no bairro Campeche, em Itajaí. O acidente ocorreu na noite desta segunda-feira, 12, na rodovia Antônio Heil, no Centro.
O idoso era condutor de uma moto Honda NXR 150, que colidiu contra outra motocicleta. Conforme consta no relatório do Corpo de Bombeiros, ele foi socorrido por uma médica no local do acidente, até a chegada dos bombeiros, que levaram a vítima ao hospital com vida.
No entanto, na madrugada desta terça-feira, ele não resistiu aos ferimentos e faleceu. José Nelson era casado, e deixa quatro filhos e nove netos.
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