Brusque registra saldo positivo de empregos em janeiro e fevereiro; confira dados

De acordo com o Caged, a indústria permaneceu em alta, porém houve mudanças nos setores do comércio e serviços

Brusque registra saldo positivo de empregos em janeiro e fevereiro; confira dados

De acordo com o Caged, a indústria permaneceu em alta, porém houve mudanças nos setores do comércio e serviços

Brusque registrou saldo positivo de 650 vagas preenchidas nos primeiros meses de 2022, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em janeiro e fevereiro, o município soma 5697 admissões e 5047 desligamentos.

De acordo com dados do Caged, durante janeiro e fevereiro o setor da indústria teve o maior número de novas vagas preenchidas: 474. No setor, foram 2545 admissões e 2071 desligamentos. Em seguida vem serviços, com saldo de 88 novas vagas, construção, com 69, e comércio, com 20.

A presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Rita Cassia Conti, destaca que a reação principal é na indústria brusquense. Ela explica que, no segundo semestre do último ano, foi vista uma alta demanda no setor.

“Foi surpreendente o que se vendeu. Movimentou a indústria como um todo para ter esse estoque. Somando a abertura dos eventos, serviços, tudo apontou para cima. Infelizmente, temos a demanda da guerra na Ucrânia, estamos um pouco preocupados. Precisamos estar cautelosos para ver como será refletido no segmento”, comenta.

Em relação aos grupos de empregos, nos dois meses iniciais, o de trabalhadores dos serviços administrativos lidera com maior saldo: 267. Em seguida, vem o dos trabalhadores da produção de bens e serviços industriais, com 255, e técnicos de nível médio, com 165. Com pior resultado, está o grupo de trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados, com a diminuição de 67 postos de trabalho.

Rita reflete sobre outras questões que movimentaram a economia local, uma delas é a baixa no dólar, que foi positiva para os empreendimentos. “A partir dos dados de março, vamos ver como o consumidor reagirá com os consumo e o aumento dos insumos”, continua.

A presidente da Acibr também destaca os efeitos do fim das medidas impostas durante a pandemia, o que refletiu na abertura dos eventos, afetou o turismo e a hotelaria, além das viagens a trabalho.

“Claro que estamos em uma bolha, uma região organizada e trabalhadora, que apresenta índices melhores. Mas precisamos ter cautela, pois temos uma guerra que pode afetar o consumo no ponto final”, comenta.

Ela detalha que a guerra na Ucrânia afetou o mercado internacional e, em Brusque, respingou negativamente com disparada no valor dos insumos.

“Isso afeta o consumidor final, é uma cadeia. Uma coisa positiva é que muitos países ficaram inseguros em investir por conta do dólar e a nossa moeda valorizou, tivemos muita entrada de dólar. Mas ainda não refletiu tão positivamente, ainda não baixou os preços do combustível, que reflete em tudo”, completa.

Janeiro aponta melhora no saldo de empregos

No primeiro mês do ano, Brusque contou com 411 novas vagas preenchidas. Foram 2799 admissões e 2388 desligamentos, conforme o Caged. Em comparativo com dezembro, o mês registra alta no saldo de empregos, após finalizar 2021 com saldo negativo de 2651.

O setor da indústria se destaca logo em janeiro, com saldo de 362 postos de trabalho, após 1343 admissões e 981 demissões. Outro setor que registrou bons números é o de serviços, com 100 novas vagas preenchidas, resultado de 707 admissões e 607 desligamentos.

Em seguida, está o da construção, com saldo de 18 novos postos, após 202 admissões e 184 demissões. Contudo, o comércio registou já em janeiro a diminuição de 68 vagas de emprego, resultado de 547 admissões e 615 demissões.

Segundo Rita, os efeitos positivos na indústria vêm como resultado na reação econômica após a pandemia da Covid-19. Contudo, outros fatores impactaram a região, principalmente o comércio.

“O comércio estava com pouco estoque e teve que comprar da indústria. A ponta absorveu os aumentos, tivemos uma inflação, então todos os insumos aumentaram, do transporte ao alimento. O comércio teve essa baixa pois o consumidor final absorveu esse aumento e sentiu o impacto. O consumo ficou mais retraído, focando mais no alimento, do que em outros produtos”, explica.

Fevereiro registra reação no comércio

Em fevereiro, o Caged aponta o saldo de 239 novas vagas preenchidas em Brusque. Portanto, houve uma queda no número em relação a janeiro. No mês, foram 2898 admissões e 2659 demissões.

Apesar de um registro de queda, a indústria continua na frente entre os setores com melhores saldos de emprego: 112 novos postos de trabalho, resultado de 1202 admissões e 1090 desligamentos.

Em segundo está o setor de comércio, que apresentou reação: registrou saldo positivo de 88 postos de trabalho, resultado de 684 admissões e 596 desligamentos. Na sequência, está construção, com saldo de 51 novos postos de trabalho, resultado de 210 admissões e 159 desligamentos.

“O comércio reagiu em fevereiro, fez liquidações e promoções. Isso deu um fomento bom ao setor. Agora, precisa repor o estoque, isso gera um impacto na indústria porque existe uma compra. Agora, precisamos observar como será nos próximos meses. Quem sabe com a vinda do frio talvez gere resultados positivos, mas precisamos ver como estará o consumidor”, continua Rita.

Neste mês, o setor de serviços registra baixa: com saldo negativo de 12 postos de trabalho. Trata-se do resultado de 800 admissões e 812 desligamentos. “O serviços engloba muitas coisas e era o que mais estava crescendo. Os dados de endividamento da população também acabam refletindo nos serviços. Agora, precisamos repor estoque”, comenta.

“É complexo. Não é fácil ser industrial ou comerciante, pois quando achamos que as coisas estão entrando nos trilhos, surge algo novo. Somos muito trabalhadores, saímos de crises, são questões pontuais que acontecem no mercado como um todo. É o reflexo de um mercado global. O mundo está assim e é preciso ter cautela, mas também permanecer positivo”, finaliza.


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