Brusque votou a favor de nova regra que limita troca de técnicos na Série B do Brasileiro

Marreco tem o treinador mais longevo entre as 20 equipes da segunda divisão; presidente Danilo Rezini explica voto

Brusque votou a favor de nova regra que limita troca de técnicos na Série B do Brasileiro

Marreco tem o treinador mais longevo entre as 20 equipes da segunda divisão; presidente Danilo Rezini explica voto

A Série B do Campeonato Brasileiro terá um limite para troca de treinadores, assim como ficou decidido na primeira divisão nacional. A proposta da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi aprovada pelos clubes no conselho técnico realizado nesta quinta-feira, 25. Na Série A a disputa foi acirrada (11 votos a 9), mas bem mais tranquila na segundona (18 a 2). Um dos votos a favor foi o do Brusque.

O time que demitir o técnico com o qual iniciou o certame só poderá inscrever mais um treinador até o fim da competição. Em caso de nova demissão, o substituto terá que ser alguém que já esteja no clube há pelo menos seis meses. E um técnico não poderá se demitir duas vezes do mesmo campeonato. Se o fizer, não poderá ser contratado novamente.

Se um treinador pedir para sair, o clube não terá limitações para contratar um novo profissional. O mesmo acontece para técnicos que forem demitidos. Ou seja, um profissional pode se demitir do time X, ser contratado pelo time Y, ser demitido desde time B e assumir uma terceira equipe. E, a partir daí, caso queira se demitir, não poderá mais trabalhar como técnico nesta temporada da Série B. Ao longo das 38 rodadas da última edição da Série B, foram 30 mudanças de treinadores, sendo 21 demissões.

O presidente Danilo Rezini aprova a proposta da CBF, e destaca que, nas duas primeiras divisões nacionais, os clubes foram favoráveis. Ao todo, foram 29 votos a favor (76,32%) e 11 contra, contando Séries A e B.

“Hoje o Brusque não é muito de trocar técnico. Temos uma dinâmica diferenciada, que os clubes europeus têm. Preza pela qualidade do técnico e por boas contratações. Achamos que é interessante. É, no momento, um pouco complicada, mas acho que é para melhorar esta situação de trocas de técnicos. E em 18 a 2, não tínhamos nem argumento para o contrário. Fomos pela colocação da CBF com os outros 17 clubes.”

Rezini também projeta uma redução dos assédios de treinadores já empregados e nas negociações, já que, para assumir uma equipe da mesma competição, um técnico precisaria pedir demissão de seu time atual. E, para os clubes, o resultado pode ser a redução de danos de uma má gestão.

“Há um custo para mandar um técnico embora. Ou se continua pagando o salário até o final do contrato. Há clubes no Brasil que pagam três, quatro técnicos. Com isso, há a preocupação da CBF com o endividamento dos clubes. São criados custos altos para os clubes, gerados problemas na Justiça do Trabalho, problemas para obter certidões negativas de débito.”

O dirigente reconhece que a proposta tem controvérsia, pois o principal argumento de quem não concorda com a nova regra é de que seja medida muito intervencionista na gestão dos clubes. e cita a votação apertada na Série A.

“Mas, no frigir dos ovos, esperamos que esta medida seja extremamente positiva, para o bem do futebol brasileiro. E se não der certo, muda-se. Mas acho que o importante é não se omitir. É buscar alternativas para mudar o futebol brasileiro. Em todos os aspectos”, conclui.

Longevidade

Jerson Testoni assumiu o comando técnico do Brusque após a saída de Evandro Guimarães, em 30 de setembro de 2019. São 544 dias no cargo e, portanto, é hoje o mais longevo entre todos os treinadores da Série B do Campeonato Brasileiro. O segundo técnico há mais tempo em um clube da segunda divisão nacional é Daniel Paulista, do Confiança (SE), que assumiu em 16 de setembro de 2020, quase um ano depois.

Troca-troca

Nos passado recente, o Brusque alternou entre momentos com muitas e poucas trocas de técnico. Três destas mudanças foram causadas por iniciativa dos próprios treinadores, como Pingo e Waguinho Dias, que aceitaram propostas de outros clubes.

Em 2015, Leandro Campos foi demitido durante a Série B do Catarinense e Mauro Ovelha assumiu, estreando em 26 de julho com vitória sobre o Concórdia. Saiu em 6 de fevereiro de 2017, após um começo abaixo das expectativas no Catarinense.

Pingo chegou e sua passagem terminou no final de junho daquele ano, após ter aceitado proposta do Joinville. Jerson Testoni fez cinco jogos entre Série D e Copa Santa Catarina, e o clube contratou Picoli, que teve curta passagem até as primeiras rodadas do estadual em 2018. Pingo voltou no início daquela temporada, permanecendo até o final. E então, optou por ir ao Caxias (RS).

O ano mais agitado foi 2019. Paulo Baier foi demitido após três jogos no Catarinense, e Marcelo Caranhato encerrou o estadual, deixando o cargo sem a renovação do contrato. Veio Waguinho Dias e a histórica campanha do título da Série D. Uma proposta do Criciúma o tirou do Brusque. Evandro Guimarães o substituiu, mas com maus resultados em um mês de trabalho, não resistiu à pressão. E então, Jerson Testoni foi anunciado como o novo técnico, permanecendo até hoje.

O atual treinador do Brusque já é um dos que permaneceram mais tempo no cargo, ao lado de nomes como Suca e Mauro Ovelha.


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