X
X

Buscar

Brusque sem registros de microcefalia

Secretaria de Saúde e hospitais do município não registraram casos nos últimos anos

Recentemente, Pernambuco decretou estado de emergência devido ao aumento no número de casos de microcefalia. Nos últimos quatro meses, 141 má formações foram confirmadas em 44 municípios do estado. Nos anos anteriores, por outro lado, eram registrados cerca de apenas dez ao ano. A situação, difundida pelos meios de comunicação, colocou em alerta as demais cidades do país. Em Brusque, a Secretaria de Saúde não registra casos.

Os três hospitais do município – Azambuja, Evangélico (HEM) e Dom Joaquim -, também não registraram casos nos últimos anos. Segundo a enfermeira de controle de infecção e vigilância epidemiológica do HEM, Alicia Fagundes Stefani, a casa de saúde recebeu, há cerca de 15 dias, um alerta da Vigilância Sanitária de Santa Catarina.

“Eles também nos solicitaram o número de cesarianas e de partos normais para monitorarem a quantidade de nascimentos e para ver aonde direcionar a fiscalização. Como, a princípio, os casos de microcefalia tem relação com a picada do mosquito aedes aegypti [transmite tanto o vírus Zika quanto a dengue], gera preocupação essa região porque nesse ano teve cerca de três mil casos de dengue em Itajaí”, explica.

Diferente do HEM, o Hospital Dom Joaquim não recebeu notificações. Porém, segundo o diretor administrativo, José Mauro Junglaus, o aumento de casos de microcefalia no país coloca em sobreaviso as casas de saúde de todo o país.

Aedes aegypti

A secretária de Saúde, Ivonir Zanatta Webster, a Crespa, afirma que, embora Brusque não registre caso algum, a microcefalia gera preocupação e faz com que o órgão redobre os cuidados do município com o aedes aegypti, sobretudo, reforçando a visita dos agentes de endemia aos bairros.

Desde a constatação do rápido aumento no número de casos de microcefalia, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou pesquisas para tentar identificar a relação da má formação com a infecção causada pelo vírus Zika – vírus transmitido pelo aedes aegypti.

Os relatórios constataram a presença do genoma do vírus em mães que tiveram bebês com microcefalia. Na semana passada, em coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que a probabilidade de ser o Zika é acima de 90%.

“Pesquisadores, desde o início, estão estabelecendo uma correlação positiva entre a microcefalia e o vírus Zika. O que os pesquisadores estão dizendo é que podemos afirmar com segurança que é acima de 90% a probabilidade de ser verdadeiramente o Zika. Há pesquisadores que chegam a dizer que há 99,5% de certeza que é o Zika vírus”, disse.


Nove estados registram casos suspeitos

Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Ceará, Bahia e Goiás são os estados do país que registram casos suspeitos de microcefalia em recém-nascidos, segundo o Ministério da Saúde. Ao todo, são 739 casos (Confira no destaque).

Para alertar e informar a população, o governo federal lançará uma campanha. O assunto foi discutido entre a presidente Dilma Rousseff e os onze ministros na semana passada, no Palácio do Planalto.

“A presidenta pediu para que o ministro da Saúde tome todas as medidas necessárias para que a gente possa, independentemente das conclusões dos estudos que estão sendo feitos, enfrentar o surto, em primeiro lugar combatendo o mosquito”, afirmou o ministro da Saúde.

Além da campanha, Dilma indicou a criação de um grupo interministerial, chefiado pela Casa Civil, para pesquisar e avaliar medidas para controlar os casos de microcefalia. Entre as medidas está o combate ao Aedes aegypti.