Brusque sem registros de microcefalia
Secretaria de Saúde e hospitais do município não registraram casos nos últimos anos
Os três hospitais do município – Azambuja, Evangélico (HEM) e Dom Joaquim -, também não registraram casos nos últimos anos. Segundo a enfermeira de controle de infecção e vigilância epidemiológica do HEM, Alicia Fagundes Stefani, a casa de saúde recebeu, há cerca de 15 dias, um alerta da Vigilância Sanitária de Santa Catarina.
“Eles também nos solicitaram o número de cesarianas e de partos normais para monitorarem a quantidade de nascimentos e para ver aonde direcionar a fiscalização. Como, a princípio, os casos de microcefalia tem relação com a picada do mosquito aedes aegypti [transmite tanto o vírus Zika quanto a dengue], gera preocupação essa região porque nesse ano teve cerca de três mil casos de dengue em Itajaí”, explica.
Diferente do HEM, o Hospital Dom Joaquim não recebeu notificações. Porém, segundo o diretor administrativo, José Mauro Junglaus, o aumento de casos de microcefalia no país coloca em sobreaviso as casas de saúde de todo o país.
Aedes aegypti
A secretária de Saúde, Ivonir Zanatta Webster, a Crespa, afirma que, embora Brusque não registre caso algum, a microcefalia gera preocupação e faz com que o órgão redobre os cuidados do município com o aedes aegypti, sobretudo, reforçando a visita dos agentes de endemia aos bairros.
Desde a constatação do rápido aumento no número de casos de microcefalia, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou pesquisas para tentar identificar a relação da má formação com a infecção causada pelo vírus Zika – vírus transmitido pelo aedes aegypti.
Os relatórios constataram a presença do genoma do vírus em mães que tiveram bebês com microcefalia. Na semana passada, em coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que a probabilidade de ser o Zika é acima de 90%.
“Pesquisadores, desde o início, estão estabelecendo uma correlação positiva entre a microcefalia e o vírus Zika. O que os pesquisadores estão dizendo é que podemos afirmar com segurança que é acima de 90% a probabilidade de ser verdadeiramente o Zika. Há pesquisadores que chegam a dizer que há 99,5% de certeza que é o Zika vírus”, disse.
Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Ceará, Bahia e Goiás são os estados do país que registram casos suspeitos de microcefalia em recém-nascidos, segundo o Ministério da Saúde. Ao todo, são 739 casos (Confira no destaque).
Para alertar e informar a população, o governo federal lançará uma campanha. O assunto foi discutido entre a presidente Dilma Rousseff e os onze ministros na semana passada, no Palácio do Planalto.
“A presidenta pediu para que o ministro da Saúde tome todas as medidas necessárias para que a gente possa, independentemente das conclusões dos estudos que estão sendo feitos, enfrentar o surto, em primeiro lugar combatendo o mosquito”, afirmou o ministro da Saúde.
Além da campanha, Dilma indicou a criação de um grupo interministerial, chefiado pela Casa Civil, para pesquisar e avaliar medidas para controlar os casos de microcefalia. Entre as medidas está o combate ao Aedes aegypti.