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Brusque tem 13ª melhor média salarial do estado

Média salarial de Brusque é de R$ 1,1 mil; dado integra o Índice Vulnerabilidade Social (IVS), que avalia indicadores de municípios brasileiros

O Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea) divulgou nesta semana o Índice Vulnerabilidade Social (IVS) que avaliou fatores como renda, oferta de trabalho, nível de educação, mobilidade urbana e saneamento básico de todos os municípios brasileiros referentes ao ano de 2010. Brusque se destacou no IVS Renda e Trabalho, com a 13ª maior renda per capita de Santa Catarina.

Conforme o IVS, cada residente de Brusque recebe, em média, R$ 1.116,93 por mês. O valor é quase igual ao da maior cidade do estado e uma das maiores economias catarinenses: Joinville, onde a renda per capita é de R$ 1.126,74. A maior remuneração média de Santa Catarina é a de Florianópolis, de R$ 1.798,12.

Foi a renda per capita que alçou Brusque ao topo do IVS de Renda e Trabalho, que leva em conta outros fatores também (conferir box). Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Brusque, Luiz Carlos Rosin, a renda média oferecida aos empregados locais é um dos fatores que atrai tantos migrantes para a cidade.

“O pessoal que já é da cidade, às vezes, nem percebe que aqui a renda é mais alta”, diz o secretário. Rosin afirma que é possível perceber que os brusquenses são mais bem remunerados em detalhes como o transporte coletivo. “O ônibus aqui só fica lotado nos horários de saída de fábrica. Isso porque todo mundo tem uma moto ou carro e circula assim”, afirma.

A quantidade de aparelhos televisores e de antenas parabólicas nas casas, para Rosin, é outro indicador do poder aquisitivo dos trabalhadores. O secretário de Desenvolvimento Econômico afirma que a realização feiras e eventos como a Pronegócio, Fenarreco, Fenajeep e o Rodeio Crioulo ajudam a fomentar ainda mais a economia municipal.
Diversificação da economia

Para o coordenador do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Brusque, Ademir Odecker, o principal motivo de a renda per capita ser alta é a diversificação da economia. Sem depender tanto de um setor, quando a crise chega o efeito é menor. Isto pôde ser percebido com o têxtil, afirma. Antigamente, era o setor que mais bem pagava, hoje, a realidade mudou. “Atualmente, o que define a remuneração é a qualificação do empregado. Não há um setor que paga melhor”, afirma.

A analista de Recursos Humanos da agência Tempo e Trabalho, Rayanne de Oliveira, diz que o rendimento médio das vagas ofertadas na agência é de R$ 1 mil para o perfil operacional, já quando há alguma qualificação o salário salta para quase R$ 2 mil. “O pessoal daqui está acostumado, mas quem é de fora acha muito”, afirma.

Segundo a analista, o salário inicial de um vendedor de loja é R$ 1.070, mais comissão, enquanto que o de motorista gira em torno de R$ 1,4 mil, costureira R$ 1,2 mil e eletricista, com experiência e formação, cerca de R$ 2 mil.
Graziano Andrade, da Céu RH, afirma que nos últimos anos o setor de serviços e microempresas cresceram muito. “A renda é de média para alta”, avalia.
Futuro incerto

Andrade projeta o futuro sem crescimento na renda, por causa da crise financeira. “Aumentar eu acho difícil, mas claro que depende muito do setor. Muitos estão realmente passando por crises e não querem investir em novos funcionários no momento. Então acabam funcionários antigos fazendo mais funções sem aumento de salário”, afirma.

Odecker, do Sine, afirma que com este cenário de crise muitas empresas estão demitindo antigos funcionários que recebiam mais por novos, com remuneração menor. A oferta de vagas também caiu muito, por isso, ele afirma que se qualificar é importante. Diariamente, pessoas sem o Ensino Fundamental completo são atendidas na agência.

 

Guabiruba e Botuverá ficam para trás

No quesito renda per capita, Guabiruba ficou em 79º lugar, com R$ 851,75, enquanto que Botuverá ficou com R$ 805,77, na 114ª posição. Já no IVS em geral, Botuverá ficou em 61º lugar e Guabiruba em 161ª colocação.

Entenda o IVS

O IVS calcula uma série de fatores, que são distribuídos em três grandes índices, os quais têm vários subíndices. Quanto menor o valor, melhor o município. Os maiores são:
IVS Renda e Trabalho

Leva em conta proporção de pessoas com renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo. Além disso, contabiliza a desocupação de adultos; a ocupação informal de adultos pouco escolarizados; a existência de pessoas em domicílios que dependem da renda de pessoas idosas; e a existência de trabalho infantil, entre outros fatores.
IVS Infraestrutura

Analisa o percentual de pessoas que vivem em domicílios sem coleta de lixo e com abastecimento de água e esgoto. Além disso, conta o volume de pessoas que levam mais de uma hora de casa até o trabalho, entre outros fatores.
IVS Capital Humano

O indicador analisa se há trabalho infantil no município, o percentual de mães de família sem ensino fundamental e os índices de analfabetismo, entre outros fatores.