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Brusque tem cerca de 200 áreas de alto risco para deslizamentos e inundações

Dados do relatório foram mapeados pela Defesa Civil do município, junto com grupo do Serviço Geológico do Brasil

Em Brusque foram mapeados 199 locais de alto risco, com possibilidade de eventos destrutivos durante chuvas prolongadas. Desses, 166 são pontos de deslizamentos. Os outros 33 pontos são relacionados a riscos hidrológicos, que predominam inundações e enxurradas.

Este número não contabiliza pontos de médio e baixo risco, que ainda precisam de monitoramento. Atualmente, são 20 pontos desse.

Esses pontos, chamados de setores, foram mapeados pela Defesa Civil do município, junto com o grupo da Serviço Geológico do Brasil (CPRM), entre 2018 e 2019, para o relatório Setorização de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Movimentos de Massa, Enchentes e Inundações. 

O documento foi realizado pelo Ministério de Minas e Energia; Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM e Departamento de Gestão Territorial (Deget). 

Segundo o diretor da Defesa Civil de Brusque, Carlos Alexandre Reis, o número é muito maior do que se tinha registrado. Antes, o órgão tinha mapeado 46 pontos, o mesmo número de áreas que são de muito alto risco, ou seja, extremamente perigosos. 

Ele também explica que, com este relatório, a Defesa Civil fará um mapeamento próprio, a ser utilizado em situações de alerta e desastres. Além disso, o documento resulta em outros trabalhos. 

“A partir do momento que um local é elencado como área de risco, são feitas indicações para novas edificações. O propósito é evitar problemas na localidade”, explica.

De acordo com o documento, os bairros com mais pontos de alto risco são Azambuja, com 31 setores, São Pedro, com 18, e Bateas, com 16. 

Confira abaixo o número de setores de alto risco e muito risco para cada bairro:

Reis ressalta que, além de orientar a população, saber desses pontos facilita na hora de fazer parcerias com o Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan) e Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema).

Contudo, ele explica que a região mais demanda atenção, atualmente, é o do bairro Limeira, que inclui o Limeira Alta e Limeira Baixa. A soma dos três bairros, resulta em 17 pontos de alto risco e muito alto risco.

De acordo com Reis, quando alguém descobre que mora em uma área de risco, normalmente procura a Defesa Civil para se informar. “A gente sempre instrui a população a sair da área de risco, da melhor forma possível, para a garantia da vida humana”, destaca.

Indicações e conclusão

O documentos aponta a necessidade de se estabelecer áreas seguras para expansão do município, com planejamento. Ou seja, sem ser desordenada ou irregular em encostas e próximas a margem de drenagens, rios, ribeirões ou córregos. 

A existência de moradias em locais impróprios, segundo o documento, é a principal razão para a existência de áreas de risco em Brusque. A indicação é para que o poder público tomar medidas que impeçam novas ocupações desse tipo. Além de avaliar possibilidades de desocupação de algum locais, com o realojamento dessa população.

Hoje, segundo Reis, o principal abrigo da cidade é a Arena Brusque. “Nós temos os abrigos, nas quais deixamos as pessoas em locais seguros, em situações de emergência. Agora, com o aumento do número de regiões, será necessário aumentar o número de abrigos e redirecionar um abrigo para uma região necessária”, explica.

Segundo o relatório, em casos de deslizamentos a fiscalização e medidas devem ser intensificadas. Em casos de locais de inundação, o documento aponta que é possível conviver com a possibilidade de algum desastre, desde que um sistema de monitoramento meteorológico e alerta de eventos pluviométricos de grande magnitude esteja em funcionamento, para a retirada dessa população em casos de riscos. 

A revisão e elaboração de novos projetos de drenagem urbana e das águas pluviais podem minimizar consideravelmente a frequência e a intensidade dos eventos. É possível acessar o relatório completo aqui.

Arquivo O Município