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Brusque tem duas esperanças para lutar na Série B: Augusto Bauer é uma delas

Olhando em retrospecto, temporada tem sido de meros lampejos; em nove rodadas de Brasileiro, é difícil se agarrar em algo

Num recorte de seus dez primeiros jogos em cada edição da Série B do Brasileiro desde 2021, o desempenho em 2024 já é o pior do Brusque, mesmo se vencer o Ceará neste domingo, 16. É reflexo de um elenco tecnicamente pior, de poucas adições na janela de transferências antes da competição e de não ter casa para jogar.

2021

Em 2021, o quadricolor arrancou com três vitórias seguidas e tinha consigo Edu. Com oito gols em 10 jogos, ele se tornaria o artilheiro daquela Série B, com 17. Não era permitida a entrada de público por conta da pandemia, mas o Brusque tinha no Augusto Bauer um trunfo importante. A defesa não era das mais seguras, mas o havia ataque que, no início, era até bastante dependente do Imperador.

A crise veio forte entre o fim do turno e o início do returno, culminando na saída de Jerson Testoni. Waguinho Dias chegou e garantiu o restante dos resultados necessários para a permanência. Com o que ficou a classificação final, o quadricolor não teria caído nem se a perda de três pontos pelo caso de racismo tivesse sido confirmada pelo pleno do STJD.

2022

Em 2022, o Brusque começou a Série B de forma pior. Sem um artilheiro, viu definhar o desempenho de Alex Sandro. O ataque começou a falhar. Foram marcados sete gols em dez jogos. A defesa, contudo, não era tão vazada. Waguinho Dias foi substituído de forma precipitada, na sétima rodada, por Luan Carlos, que não começou tão mal, mas ficou muito tempo sem vencer.

Os problemas principais apareceram no início do returno. Gilson Kleina chegou na 28ª rodada e o time se entregou inteiramente ao rebaixamento. Venceu o Vasco, mas ficou sem vitórias por dez partidas, e sem marcar um gol por sete jogos consecutivos. É o pior ataque da história da Série B de pontos corridos, com 21 gols em 38 jogos.

2024

Em 2024, como nos anos anteriores, o Brusque venceu na estreia, mas a sequência horrorosa começou muito mais cedo. Já são oito jogos sem vencer na Série B, mais os dois diante do Atlético-GO na Copa do Brasil. As transferências entre o Catarinense e o Brasileiro foram, a grosso modo, trocas de seis por meia dúzia. O time mistura a falta de gols com uma defesa que não passa a mesma segurança de antes.

Diferente de diversos jogos da campanha de 2022, quando fazia algumas boas partidas, mas esbarrava na incompetência ofensiva, 2024 não tem apresentado quase nada para o torcedor se agarrar. As atuações são pobres. O mero ato de entrar na área e finalizar, como aconteceu com Jhemerson e Wellissol contra o Amazonas, já vale como alívio.

Luizinho Lopes não conseguiu consertar a equipe. Luizinho Vieira também vem sofrendo para encontrar um time que passe confiança. Para piorar, tem muitos desfalques num elenco que já é muito limitado.

Contra o Amazonas, o Brusque não fez um jogo terrível. Teve chances, mas sofreu gols estúpidos, evitáveis. E, no atual momento, talvez não tenha uma pessoa que conheça o time e que não queira o retorno de Éverton Alemão ao time titular.

Dito isso, o Brusque está, com menos de 25% do campeonato jogado, no caminho de volta para a Série C. Ainda tem muita bola para rolar, há tempo para recuperação.

Mudanças importantes

Para tornar o processo menos difícil, duas coisas precisam acontecer, e não é certo que qualquer uma delas aconteça. Primeiro, a janela de transferências do meio do ano precisa ser utilizada para trazer reforços que acrescentem em experiência e qualidade, que cheguem para ser titulares incontestáveis. Isto pode esbarrar na questão material, no que o Brusque pode oferecer a jogadores deste calibre.

Depois, é necessário voltar ao Augusto Bauer. São seis meses jogando fora da cidade, e o time quase já não aguenta mais. Fazer um mando forte em sete, oito, dez partidas, e adaptado a um gramado sintético será importantíssimo. Dentro do estádio, uma torcida que pegue junto e entenda a realidade do clube: lutar incessantemente pelo 16º lugar. Talvez seja ainda mais difícil do que se reforçar bem na janela, porque não depende só do clube.


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Além do bergamasco: dialeto da região do Tirol, na Itália, ainda é falado em Botuverá: