Brusque tem mais de 1,5 mil pessoas em situação de rua identificadas; saiba como são atendidas
Número corresponde ao período de agosto de 2018 a outubro de 2022
Brusque tem 1.592 pessoas em situação de rua identificadas pela Secretaria de Desenvolvimento Social do município. Este número, de acordo com a pasta, corresponde ao período de agosto de 2018, quando foi inaugurado o Centro Pop, até outubro deste ano.
As informações constam em ofício que responde aos questionamentos do vereador Jean Pirola (PP).
No documento, a coordenadora do Centro Pop, Fabiana Silva Santos Gascoin, explica que há aproximadamente 79 pessoas em situação de rua identificadas pelo serviço no último mês, mas que não necessariamente essas pessoas estão utilizando os serviços do Centro Pop e albergue.
Fabiana destaca que o tempo médio de acesso aos serviços do Centro Pop é baseado no perfil dos usuários que buscam os serviços. Geralmente, aqueles que estão de passagem pela cidade, costumam acessar por três a cinco dias.
Já casos mais complexos, que requerem intervenção ou acompanhamento, utilizam o serviço entre três e seis meses. Em relação ao albergue, que é exclusivo para pernoite, o tempo de permanência dos usuários é de 10 a 30 dias.
Abordagem e fiscalização
No documento, Fabiana detalha como é o trabalho de abordagem da população em situação de rua no município.
De acordo com ela, o serviço especializado em abordagem social é ofertado de forma continuada e programada, com a finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique a incidência de situações de risco pessoal e social, além de violação de direitos como: trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, uso abusivo de crack e outras drogas, entre outras.
“O serviço configura-se como um importante canal de identificação de situação de risco pessoal e social que pode, em determinadas situações, associar-se ao uso abusivo ou dependência de drogas”, diz.
Segundo a coordenadora do Centro Pop, o serviço tem como objetivo dar atenção às necessidades mais imediatas das famílias e dos indivíduos atendidos, buscando promover o acesso a rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas.
Entre as ações desenvolvidas estão segunda via de documentação, encaminhamentos
ao mercado de trabalho, saúde, educação, além de acesso a medicação e auxílio na restauração dos vínculos familiares.
“Para isso, a equipe deve buscar a construção gradativa de vínculos de confiança que favoreçam o desenvolvimento do trabalho social continuado com as pessoas atendidas”, diz.
Atualmente, o Centro Pop conta com uma assistente social e um educador social que realizam essas abordagens conforme o planejamento semanal, para o atendimento das demandas e denúncias recebidas. Fabiana destaca que não há uma rotina fixa de trabalho, devido a necessidade de atendimentos a outros serviços que são ofertados no Centro Pop e que requerem a atenção desses profissionais.
Moradores de rua no Maluche
No ofício encaminhado à Câmara de Vereadores, Fabiana também detalha a situação do grupo que está utilizando a ponte Antônio Nicolau Maluche, no bairro Jardim Maluche, como moradia.
De acordo com ela, as três pessoas residem em Brusque há mais de 20 anos e possuem familiares na cidade. Eles estão vinculados ao Centro Pop, entretanto, devido ao uso abusivo de álcool e outras drogas, resistem a intervenções técnicas.
A coordenadora do Centro Pop informa que foram realizadas várias abordagens, em diferentes momentos, buscando acordos para que eles desocupem o local, e também foi ofertado acesso aos serviços disponibilizados pelo Centro Pop. Algumas abordagens, inclusive, foram realizadas em ação conjunta com a Polícia Militar, mas sem sucesso.
“Tais ações são medidas extremas, mas necessárias, quando avaliado que há riscos sociais e pessoais envolvidos, porém, fazemos referência ao direito constitucional das pessoas em situação de rua que têm o direito de ficar nos espaços públicos e são livres para estarem nesses locais, não podendo, em regra ser desrespeitadas no seu direito de ir, vir e permanecer, bem como a autonomia desses sujeitos de aderirem ou não aos serviços ofertados pela rede socioassistencial”.
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