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Brusque tem saldo negativo de empregos em outubro pela primeira vez desde 2015

Setores da construção civil e de serviços puxaram a queda na geração de empregos no município

Pela primeira vez em sete anos, o saldo de empregos de Brusque no mês de outubro fechou negativo, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

O levantamento divulgado mensalmente, mostra que em outubro, Brusque teve 2.218 contratações e 2.221 demissões, o que resultou em um saldo negativo de 3 empregos.

Os setores de serviços e da construção civil foram os que demitiram mais do que contrataram em outubro na cidade. O setor de serviços fechou com saldo negativo de 38 empregos, já a construção civil terminou o mês de outubro com saldo negativo de 37 empregos. 

Por outro lado, o comércio e a indústria terminaram o mês com saldo positivo, ou seja, as contratações superaram as demissões. No comércio, o saldo foi de 34 empregos e na indústria, 39.

Os números de outubro deste ano são bem diferentes do registrado no mesmo mês de 2021. No ano passado, o saldo de empregos de Brusque fechou positivo em outubro. Naquela ocasião, foram 2.687 contratações e 2.347 demissões, resultando em um saldo de 250 empregos. Já em 2020, o saldo de empregos de outubro foi de 736 na cidade.

A última vez que Brusque teve saldo de emprego negativo em outubro foi em 2015. Naquela ocasião, o município fechou o mês com menos 196 empregos.

Reflexo das eleições

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sinduscon), Ralf Maschio, avalia que é natural essa desaceleração no momento pós-eleições. “A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou dados recentes, que mostram que houve uma desaceleração na indústria da construção nos últimos meses, e a expectativa dos empresários caiu após as eleições. Ainda prevalece o otimismo, mas de forma moderada”.

Ralf destaca que esta redução nos empregos no setor é natural do processo. Ele observa que a indústria da construção civil vinha em crescimento nos últimos quatro meses, e agora teve uma queda. Entretanto, ainda deve fechar o ano em alta.

“A indústria da construção cresceu 9,5% em 2021. A expectativa era um crescimento de 3% neste ano, que vem sendo superado mês a mês. A câmara da construção civil estima que o número vai fechar o ano entre 6% e 7%, então será um saldo positivo”.

A presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Rita Cassia Conti, destaca que as eleições tiveram um peso importante nos números do emprego em todo o país em outubro. “Foi um mês em que o mercado estava inseguro devido às eleições, com o segundo turno. Muitas empresas decidiram segurar os investimentos e isso se reflete no emprego”, diz.

Rita observa que o resultado de novembro, o primeiro mês após as eleições, ainda é uma incógnita. Há relatos de demissões em diversas empresas de Brusque nas últimas semanas, o que deve refletir negativamente no saldo de empregos da cidade em novembro.

“Não tenho essas informações sobre demissões. A Fiesc e a Facisc mostraram indicadores de confiança dos empresários de Santa Catarina e, pela primeira vez, o nível de confiança dos empresários reduziu 20% após o segundo turno. Isso significa segurar os investimentos, pelo menos por um período, para ver como vai ser”.

Além do fator eleições, Rita destaca que os dados de novembro do Caged ainda podem ser impactados pelos bloqueios nas rodovias, que aconteceram no início daquele mês, e também pelas fortes chuvas. 

“Novembro foi um mês muito morno, parado a nível de negócios. Tivemos a parada das rodovias, que foi importante como movimento, mas negativa para os negócios, e também a questão das chuvas. Foram dois eventos fora do nosso dia a dia que atrapalharam e podem refletir também nos números”.

Em contrapartida, Rita avalia que a radicalização do lockdown na China por conta de casos de Covid-19, pode favorecer a economia de Santa Catarina nesta reta final do ano.

“Favorece muito o nosso estado que é industrializado. Vão deixar de comprar na China por conta dessa insegurança e voltar para o mercado interno. Por isso, precisamos ter um olhar atento a essas situações, para manter os negócios favoráveis, mesmo com as incertezas do cenário nacional”. 

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