Brusque tem sete casos ativos de sífilis congênita em 2021; saiba como prevenir
Exames de pré-natal são importantes para evitar que bebês sejam afetados pela doença
Exames de pré-natal são importantes para evitar que bebês sejam afetados pela doença
A sífilis é uma das várias doenças que podem ser transmitidas durante e após a gravidez, e a que tem as maiores taxas de transmissão. Pelo indicador baixo de transmissão congênita (da grávida para o bebê) da doença, Brusque foi escolhida para fazer parte de um projeto piloto da Organização Mundial da Saúde (OMS) de erradicação da sífilis, doença que tem tratamento e cura através do uso de penicilina.
Uma das etapas do projeto foi a criação do comitê de prevenção de transmissão vertical, que realiza encontros com várias entidades de saúde (hospitais, unidades de Saúde, pediatras, obstetras, vigilância epidemiológica), responsável por analisar casos e identificar as não conformidades nas ações de prevenção da transmissão vertical de sífilis e outras doenças, como HIV, hepatites virais e toxoplasmose.
De acordo com a Vigilância em Saúde, a cidade tem sete casos ativos de sífilis congênita em 2021, transmitida de forma vertical, que são as provenientes de contaminação via mãe para o bebê no período do nascimento. Além disso, são 40 casos no total e 22 ativos em gestantes e 211 de transmissão adquirida (de uma pessoa para a outra durante o sexo).
Em 2020, os números registrados da doença foram menores. Foram três casos congênitos, 28 de gestantes e 166 casos de adquirida.
A equipe de Saúde da cidade tem uma funcionária que trabalha exclusivamente com o programa de sífilis. Desta forma, foi possível inclusive diminuir os casos em bebês, que chegaram a ser nove em 2021.
Diretora de Vigilância em Saúde de Brusque, Ariane Fischer explica que, durante o pré-natal, são realizados exames de rotina por trimestre a fim de identificar a sífilis em gestantes.
“A epidemiologia nacional nos remete uma média de 8,2 bebês com sífilis congênita a cada mil nascidos vivos. Em Brusque, este número é de 4,13 bebês com sífilis congênita a cada mil nascidos vivos. O objetivo é ter zero bebês com sífilis, e isso demanda muito da qualidade do pré-natal”, conta.
Ariane ressalta a importância de realização do pré-natal e todos os exames necessários na gestante para melhorar ainda mais esse indicador.
“Alguns determinantes são característicos que resultam na sífilis congênita: baixa escolaridade, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, baixa renda, e pessoas provenientes de outros locais, que por muitas vezes chegam ao município com idade gestacional avançada, resultando em diagnóstico tardio da sífilis na mãe”, explica.
Mesmo nessas condições, o serviço de saúde age rapidamente para tratar e erradicar a doença. O bebê que nasce de mãe com sífilis poderá sofrer sequelas, como surdez, cegueira e até atrasos cognitivos ou transtornos mentais.
“Independente de ser gestante ou não, o ideal é o diagnóstico precoce. Orienta-se que todo adulto realize pelo menos uma vez por ano o teste rápido com objetivo de identificar e tratar a sífilis que tem cura. Não esquecer da prevenção, pois a sífilis é uma doença sexualmente transmissível e o uso do preservativo impede a contaminação entre adultos”, destaca Ariane.
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