Brusque teve 53 focos do mosquito Aedes Aegypti em 2016
Com a chegada do verão, Vigilância Epidemiológica intensificará trabalho preventivo
Apesar das campanhas publicitárias e dos avisos das autoridades de saúde, Brusque registrou 53 focos do Aedes Aegypti no ano passado. Em 2015, foram 54 focos, o que demonstra que não houve redução.
O balanço foi divulgado pela Vigilância Epidemiológica de Brusque ontem. O bairro mais atingido foi o Nova Brasília, mas também houve casos em outros locais. A divisão foi a seguinte: um foco no Centro, nove no Centro 2, dois no Limoeiro, nove no Santa Rita, dois no Santa Terezinha, nove no São Luiz e dois no Steffen.
O Nova Brasília novamente foi o bairro mais atingido, com 19 focos. Segundo a coordenadora do Controle de Endemias, Letícia Figueredo, isso se deve, provavelmente, ao grande volume de pessoas que trafegam pela localidade.
“O bairro de Nova Brasília continua com o maior número de focos, uma justificativa encontrada para esta situação é por ser um bairro de entrada no município com grande circulação de comerciantes, caminhoneiros, carga e descarga de materiais vindos de outras regiões”, afirma a coordenadora.
A Vigilância Epidemiológica também liberou dados sobre os casos das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti. Foram 134 casos suspeitos de dengue em 2016. Destes, 14 foram confirmados, o que equivale a 10,44% do total.
No entanto, apenas três casos foram considerados autóctones, que são aqueles transmitidos dentro do município. Brusque tem sofrido nos últimos anos com vários casos de dengue, em parte por causa da proximidade com Itajaí, um dos lugares com maior proliferação em todo o estado. A cidade também registrou cinco casos de febre chikungunya e um do vírus da zika.
Avaliação normal
Letícia avalia positivamente o trabalho de prevenção feito pela Vigilância Epidemiológica porque não houve crescimento na quantidade de focos no município – 53 em 2016, e 54 em 2015.
“Percebe-se que as ações realizadas no município de Brusque foram eficientes, visto que houve um aumento de casos a nível nacional”, diz Letícia. Apesar de o número de focos não ter subido consideravelmente, os casos confirmados das doenças dobraram.
Combate constante
O Programa de Controle de Endemias continuará com o trabalho de combate ao Aedes Aegypti. As armadilhas espalhadas pelo município serão reativadas nos próximos dias. E, segundo Letícia, há possibilidade de serem realizadas campanhas educativas em sala de aula.
A reativação das armadilhas, entretanto, só será possível no dia 12. Nesta data os agentes de endemias da Vigilância Epidemiológica voltam ao trabalho. Eles são concursados, por isso não haverá demissões por causa da mudança de governo.
Letícia ressalta que a colaboração da comunidade é tão importante quanto o trabalho dos agentes. Ela pede que as pessoas prestem atenção em possíveis focos do mosquito e denunciem à Vigilância.
Denúncia de morador
Fábio Montibeller levou o filho à pista de bicicross perto do pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof e se deparou com cinco caixas d’água a céu aberto. “Na minha opinião, um descaso com a população nesses tempos de combate à dengue”, afirma.
O morador de Brusque reclama do descaso numa região bastante frequentada, perto do pavilhão, de um supermercado e da rodovia. Montibeller reclama que o poder público não tomou uma atitude, sendo o caso tão visível para quem passa.
A reportagem entrou em contato com a Vigilância Epidemiológica, que informou não ter recebido nenhuma denúncia sobre as caixas d’água. Mas a coordenadora Letícia diz que uma solução será encontrada.
Casos de dengue em 2016
Suspeitos – 134
Confirmados – 14
Autóctones – 3