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Brusquense cria perfil no Instagram para divulgar linguística de forma descontraída

Vitor Hochsprung é profissional de Letras e Linguista em formação

Brusquense cria perfil no Instagram para divulgar linguística de forma descontraída

Vitor Hochsprung é profissional de Letras e Linguista em formação

O brusquense Vitor Hochsprung, de 22 anos, criou um perfil na rede social Instagram para divulgar e aproximar vários públicos da linguística, uma ciência que estuda a linguagem verbal, estrutura das palavras, expressões entre outras características dos idiomas.

Com um ano de divulgação, completados em março, o perfil @vitorlinguistica já possui mais de 5.500 seguidores, e Hochsprung utiliza assuntos atuais e da cultura pop para explicar como a ciência que estuda se aplica.

O brusquense formou-se em Letras pela Universidade Regional de Blumenau (Furb) em fevereiro de 2020, e em março iniciou o mestrado em linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.

Ele é bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pesquisador do Núcleo de Estudos Gramaticais (Neg) e do Laboratório Linguística na Escola (Lalesc), que será lançado em breve, ambos da UFSC.

A ideia de utilizar o Instagram para compartilhar ciência começou no mês em que iniciou a pandemia do coronavírus. O jovem produziu um conteúdo para publicação, mas estava indeciso.

Ele perguntou para os seguidores no stories do aplicativo se eles se interessavam pelo assunto. “Muitos me perguntaram o que é linguística, ainda demorei dois dias para postar”, comenta.

Com a primeira publicação, o resultado foi positivo, e o animou. Logo em seguida, a pandemia fez com que vários locais fechassem, incluindo o mestrado. “Eu pensei: caramba, agora vou ficar sem estudar? E decidi estudar para fazer alguns posts”, destaca Vitor.

No meio da pandemia ele percebeu que vários acadêmicos, professores da área começaram a seguir, a acabou se tornando uma divulgação científica. Ele comenta que não tinha a obrigação de estudar no período, e foi produzindo os conteúdos e publicando as ideias quando podia.

Atualmente ele possui menos tempo para se dedicar ao perfil, mas destaca que está disponível para tirar dúvidas e também para interagir. O perfil de Vitor ainda não é rentável, mas ele considera que como não houve eventos acadêmicos e aulas presenciais, o instagram trouxe amizades de vários estados do Brasil.

Publicações em parceria com linguistas

O mestrando usa conteúdos da cultura pop para fazer relações com a linguística. Entre eles, o reality show Big Brother Brasil (BBB), o jogo Among Us, a série de livros e filmes Harry Potter podem ser conferidos.

“Algumas vezes não me sinto seguro fazendo uma publicação sozinho, e opto por fazer relações com outros linguistas”, informa. Eles se reúnem de forma virtual por programas como Google Meet ou Zoom, estruturando a publicação de acordo com público que irá ler.

Sobre o BBB, ele conta que estava assistindo o início do reality e um dos participantes falou “eu estou procurando meus ‘miójos'”. “A partir disso eu comecei a refletir e decidi divulgar com a linguística”, destaca Vitor.

Com os conteúdos, ele comenta que “tem muita gente que acha que eu corrijo pessoas. Sempre faço a relação: sou cientista em formação. Não posso julgar algo como um erro. O linguista se apropria dos fenômenos na língua para explicar de forma científica”.

Vitor usa de assuntos atuais e debatidos para mostrar como a linguística funciona. Foto: @vitorlinguistica/Instagram

Trazendo a linguística para a sala de aula

O tema de pesquisa do mestrando são as relações da linguística com a educação básica, de que forma essa ciência poderia ser ensinada nas escolas. Ele considera que a visão que se tem na escola ainda é tradicionalista, com decoração de regras gramaticais, e essa ciência ainda não chegou no espaço escolar.

“Eu sempre tive esse feeling para falar sobre linguística com pessoas que não são da área e principalmente levar isso para os alunos de ensino básico”, destaca.

Durante o curso de letras na Furb, ele levou a ciência para uma escola de Blumenau por meio de um projeto. Atualmente, ele trabalha na pesquisa para trazer forma de levar a linguística para as salas de aula.


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