Brusquense é jurada no Carnaval de São Paulo
Por ter formação em Moda, Graziela Morelli foi escolhida para julgar o desfile das escolas de samba
A brusquense Graziela Morelli, que atualmente mora em Balneário Camboriú, foi uma das juradas do Carnaval de São Paulo. Ela foi selecionada por uma recrutadora contratada pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (LigaSP) – entidade que administra as 22 escolas dos grupos Especial e de Acesso – para participar do processo. É a primeira vez que Graziela participou de um júri neste segmento.
A escolha pela brusquense não foi à toa. Ela é professora do curso de Moda na Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e coordenadora de pós-graduação de Pesquisa e Comunicação de Moda.
Neste ano, a LigaSP mudou a maneira de escolher os jurados. Devido ao histórico de problemas relacionados às pessoas que avaliavam as escolas de samba em anos anteriores, a entidade optou em recrutar profissionais que tivessem titulação nas áreas relacionados aos critérios exigidos pelo desfile. Por isso, foram em busca de professores universitários com mestrado e doutorado de instituições de fora de São Paulo e do Rio de Janeiro. “Eles buscavam pessoas que tivessem menos intimidade com o Carnaval, que não tivessem ligações com nenhuma escola de samba”, diz Graziela, que foi recrutada no fim do ano passado com dezenas de profissionais de todo o Brasil.
Em dezembro, 176 pessoas realizaram uma prova online, sendo que apenas 54 foram selecionados para um treinamento sobre o manual do desfile em São Paulo, em janeiro. Com as informações necessárias para o evento, no dia 20 de fevereiro a brusquense voltou à capital paulista para os últimos preparativos, e para os três dias de avaliações das 22 escolas de samba, nesta semana.
Ela assistiu a todos os desfiles, geralmente das 21h às 9h, e avaliou os blocos pela performance dentro da passarela, levando em consideração o que haviam colocado no material de apoio, que continha informações sobre fantasias, enredo, entre outros aspectos. Para a brusquense, a experiência foi interessante.
“Por ser a primeira vez achei muito bom. A imparcialidade é importante e julgamos por questões técnicas. Apesar de oito escolas serem de acesso [espécie de segunda divisão], não perdem em qualidade das escolas do grupo especial. Todas são muito boas”, avalia.
Segundo Graziela, a repercussão logo após o desfile foi muito grande e várias pessoas lhe adicionaram no Facebook. “Não tenho pretensão nenhuma em ficar famosa ou algo neste sentido, mas muitas pessoas me adicionaram depois que viram meu nome na televisão. Algumas elogiando e outras criticando os critérios do julgamento”.
Para 2018, a LigaSP deve manter a mesma equipe para a avaliação dos grupos das escola de samba de São Paulo.
Escolas campeãs
Acadêmicos do Tatuapé foi a escola campeã do Carnaval 2017 de São Paulo. Depois do vice em 2016, a escola da Zona Leste levou seu primeiro título com uma homenagem à Mãe África. O campeonato veio no critério de desempate: a escola ficou com a mesma pontuação da Dragões da Real (269,7 pontos), mas teve melhor desempenho no quesito samba-enredo.
Já a X-9 Paulistana foi a escola campeã do Grupo de Acesso do Carnaval de São Paulo. A Independente Tricolor ficou em segundo lugar e também subiu para o grupo de elite em 2018.