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Brusquense fala dos desafios que enfrentará como reitor da Udesc

Marcus Tomasi assumirá o cargo em 11 de abril de 2016 para mandato de quatro anos

Com 59,65% dos votos, o brusquense Marcus Tomasi, de 51 anos, foi eleito reitor da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) na semana passada. Doutor em Administração, Tomasi tomará posse em 11 de abril de 2016 para mandato de quatro anos. Ao lado dele, o gaúcho de Tucunduva e mestre em Engenharia de Produção, Leandro Zvirtes, assume o cargo de vice-reitor.

Tomasi formou-se em Administração pelo Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), da Udesc. Também no Esag concluiu o mestrado em Administração e, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), fez doutorado na mesma área. A docência, por outro lado, ele iniciou na Universidade do Vale de Itajaí (Univali) em 2000. O ingresso na Udesc como professor ocorreu somente em 2005 por meio de concurso público. Antes de concorrer ao cargo de reitor, Tomasi era vice-reitor – teve de deixar o cargo três meses antes da eleição.

Em conversa com a reportagem, o brusquense falou sobre a relação com o município, sobre a eleição e sobre os projetos que desenvolverá até 2020 em uma das maiores universidades do estado. Assuntos que geram debate, como as cotas e a proposta de alteração do duodécimo (repasse mensal de recursos do governo estadual à Udesc) também foram levantados. Confira abaixo.


A vitória

“Trabalhamos muito na eleição. A universidade está muito grande, estamos em dez cidades. A Udesc conta com cerca de dois mil servidores, entre professores e técnicos, e com aproximadamente 16 mil alunos. Então tivemos de fazer uma peregrinação muito grande para poder escutar toda a academia e sermos escutados. Tivemos de correr bastante. E, para a nossa felicidade, todo esse trabalho deu certo. O que também nos deu essa vitória foi o trabalho que a gente fez nas gestões anteriores”.


Responsabilidade

“É uma responsabilidade muito grande assumir o cargo. A Udesc é uma instituição muito importante para Santa Catarina. Estamos extremamente motivados, tanto eu quanto o professor Leandro [Leandro Zvirtes, vice-reitor]. Dominando e conhecendo a gestão da universidade muito bem é o que nos deixa um pouco mais tranquilos para essa nova etapa. Assim como eu estou na reitoria desde 2008, quando assumi o cargo de pró-reitor de Planejamento, o professor Leandro também já foi gestor. Então temos uma experiência muito grande”.


Projetos

“Nossa principal proposta e nosso principal projeto é a qualificação da universidade. A Udesc cresceu muito nos últimos 12 anos. Tivemos um crescimento fantástico em número de cursos de graduação e em pós-graduações. Esse crescimento deixou um pouco a desejar na questão da infraestrutura e em quatro anos a nossa proposta é qualificar essa infraestrutura. A infraestrutura física, a infraestrutura tecnológica e a infraestrutura de pessoal também”.


Sistema de cotas

“A universidade é pioneira dentro de Santa Catarina em instituições públicas no sistema de cotas. 30% das nossas vagas são oferecidas pelo sistema de cotas, dos quais 20% são para estudantes de baixa renda e 10% para afrodescendentes. Então a gente já buscou atenuar esse desequilibro entre o ingresso de estudantes de escolas particulares e públicas. Ingressar na universidade requer um investimento na preparação para o vestibular. O que temos feito para atenuar isso, além das cotas, é o pré-vestibular comunitário. Por exemplo, em Balneário Camboriú oferecemos pré-vestibular com material para alunos de escolas públicas. Sobre as cotas, também se discute muito a questão da meritocracia. É uma discussão mais ampla. Temos de melhorar o ensino básico público. Por isso temos essas ações e queremos fortalecer muito a licenciatura. O compromisso da universidade também é a formação do professor”.


Duodécimo

“É importantíssimo que não seja reduzido. O duodécimo do jeito que está hoje é fundamental para mantermos a autonomia e mantermos o padrão de qualidade e o crescimento da universidade. Estamos falando de uma universidade que é considerada a 4ª melhor estadual do país. Com certeza essa condição de qualidade e a prestação de serviço para a sociedade catarinense são frutos do valor que recebemos mensalmente. Eu acho que diminuir o investimento em educação está indo na contramão de tudo o que se teve e de tudo o que se fala. Se formos ver, 2,49% da receita líquida disponível para o ensino superior público é muito pouco. A universidade utiliza com muita transparência os seus recursos. Fazemos o trabalho de maneira responsável. Não se pode pensar em reduzir, somente em aumentar o investimento”.


Relação com Brusque

“Sou brusquense. Saí da cidade com quatro anos porque meu pai foi trabalhar em Campos Novos e depois em Florianópolis. Mesmo longe, eu sempre passava as férias em Brusque com meus avós que moravam no Centro. Minha mãe nasceu em Brusque também. Eu costumo ir até o município para as festas da família”.