Aos 57 anos, o brusquense Onildo Fachini mantém em sua família a tradição de montar presépios para celebrar o Natal, e um diferencial principal está nas imagens: são as mesmas que ele conhecia quando criança, que estão na família há 57 anos. As peças de gesso são posicionadas em novos cenários todo ano, sempre com decoração de plantas e pedras naturais. O presépio fica montado até 6 de janeiro, Dia de Reis.
Casado há 33 anos, Fachini e sua esposa Neucimar já eram acostumados a montar o presépio, mas as peças que remetem à sua infância foram herdadas um pouco mais tarde. Ele perdeu a mãe em 1999, e o pai em 2000, e pediu aos irmãos para ficar com as imagens do presépio com as quais conviveu desde a infância. Desde então a tradição ganhou traços ainda mais especiais.
“Nós cultivamos a tradição de sempre preparar o presépio. As imagens têm a minha idade: 57 anos. É uma tradição bonita, vinda de São Francisco de Assis, muito legal. Sempre uso coisas naturais. Detalhes do cenário eu mudo todo ano”, comenta o trabalhador autônomo, morador do bairro Águas Claras.
Além de Jesus, Maria e José, integram a representação os pastores, que foram os primeiros a receberem a notícia. Os animais ofereceram aconchego e calor na noite em que Jesus nasceu, e representam simplicidade e humildade.
Sobre o local, está um anjo, mensageiro de Deus, que comunica a boa notícia. Ele tem um pergaminho no qual está escrito “Gloria in excelsis Deo” (Glória a Deus nas alturas, em latim).
Os reis magos Belchior, Gaspar e Baltazar estão mais distantes, e são aproximados do local onde está Jesus com o passar dos dias. Eles chegam, enfim, em 6 de janeiro, conhecido como Dia de Reis, no qual Jesus é presenteado pelos três reis magos com ouro, incenso e mirra. É neste dia que Fachini desmonta o presépio com as mesmas imagens com que seus pais o montavam desde 1965, encerrando as celebrações do nascimento de Jesus para continuá-las no ano seguinte.