Brusquense que mora na Itália relata dias de quarentena contra coronavírus
Priscilla mora há quase cinco anos no país europeu
Priscilla mora há quase cinco anos no país europeu
A travel designer brusquense Priscilla Santos da Silva, de 32 anos, mora há quase cinco na Itália, o país fora da Ásia mais atingido pelo novo coronavírus, o Covid-19. Na última segunda-feira, 9, o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, endureceu as restrições na circulação em todo o território italiano. A quarentena foi estipulada provisoriamente para até o dia 3 de abril.
Priscilla mora em Minori, cidade de 3 mil habitantes localizada na região de Campânia e Costa Amalfitana, no sul da Itália. De acordo com ela, o momento do pronunciamento de Conte, às 20h, foi um choque para todos. A população só pode sair de casa em extrema necessidade.
Agora, apenas estão abertos os mercados, as bancas de jornais, os correios e as farmácias. Ela acredita que logo o governo fechará mais estabelecimentos.
“A gente não pode sair de uma cidade para a outra. Para isso, precisamos de um documento informando o policial qual o nosso nome, dados e o que vai fazer na outra cidade. Pode ser uma consulta de médico, compras, mercado ou farmácia, até a trabalho, mas isso é em caso extremo”, conta.
O estoque de suprimentos da Priscilla foi garantido logo na terça, 10, um dia após o decreto, quando ela e o marido, Ivano Mammato, foram às compras. Ação foi registrada pela brusquense, confira o vídeo abaixo:
Segundo a brusquense, se um policial flagrar alguém pelas ruas, caso ser questionado e não ter o documento, a pessoa pode levar uma multa.
Além das restrições, ela conta que pode sair de casa para levar o pet para passear, já que é uma necessidade do animal. Em uma das saídas, foi abordada por um policial, o que a assustou.
Ela recorda que, no início, achavam que seriam apenas uma gripe branda. Porém, já são 1.016 mortos e 15.113 casos confirmados no país, segundo dados divulgados pela Agência de Proteção Civil do país, nesta quinta.
Priscilla acredita que o governo demorou muito para decretar a quarentena. “Eu tenho fé que isso tudo vai passar. Acho que o Brasil tem muito o que aprender com a China, a Itália e até o Estados Unidos. Quando isso chegar, vai ter muitas informações prontas e o país vai ter como fazer as decisões corretas”, completa.
De acordo com Priscilla, ninguém na cidade dela está infectada pelo novo coronavírus. Entretanto, na região de Campânia são 152 pessoas infectadas.
Ela conta que a situação é complicada, por não estar acostumada a passar por momentos intensos como este. “O brasileiro nunca passou por isso. Em Brusque já sofremos isso com a enchente, mas isso passa, mas eu nunca pensei que teria que ficar mais de 20 dias em casa”, comenta.
Ela também destaca a grande quantidade de idosos no país, que causa as lotações nos hospitais. Além da saúde, Priscilla se preocupa pela economia, já que vários estabelecimentos estão fechados e as cidades pequenas dependem muito do turismo.
Como trabalhadora da área, Priscilla está esperançosa que depois desses dias tudo volte ao normal. Mas está preocupada com as situações posteriores, como os passageiros, se vão conseguir sair do país ou voltarem.