Brusquense realiza sonho de ser Papai Noel aos 70 anos

Valdir Panca trabalha há dois anos no Shopping Gracher

Brusquense realiza sonho de ser Papai Noel aos 70 anos

Valdir Panca trabalha há dois anos no Shopping Gracher

Na voz calma e no olhar terno estão expressos a alegria de um homem, que aos 70 anos realiza o sonho de ser Papai Noel. Valdir Panca, que se aposentou numa metalúrgica e trabalhou em fábrica de fiação e tecelagem, há dois anos encanta crianças, jovens e idosos que circulam pelo Shopping Gracher.

A recordação da infância, do pai que vestia-se de Pelznickel, conhecido como Papai Noel do Mato, e fazia interpretações de personagens bíblicos na igreja de São Judas Tadeu, no bairro Águas Claras, foram algumas inspirações que levaram Panca a torna-se aquilo, que ele diz, que já amava fazer. “É um sentimento bom demais. Quando eu penso naquele momento com as crianças me dá até arrepio de tão bom que é”.

O bom velhinho do shopping nunca havia trabalhado como Papai Noel antes. Apenas em 2012 e 2013, vestido com o traje típico, realizou ações sociais nas ruas de Brusque. Porém, após a indicação do genro que trabalha na empresa, percebeu que estava mais próximo de realizar-se fazendo o que sempre desejou. “Deus me deu a oportunidade de concretizar esse sonho”, conta.

Para ele, que é viúvo, pai de seis filhos, com oito netos e um bisneto, todo o amor e carinho que tem pela sua família é o que sente pelas inúmeras pessoas com que conversa diariamente. “O Papai Noel representa o pai, e o pai é o que oferece amor”.

Panca afirma que em muitos momentos é preciso “aguentar” para não chorar. “As crianças falam cada coisa, perguntam muito. Mas tem umas, principalmente as mais pobres, que pedem presentes e dizem que os pais não podem comprar. Isso é de cortar o coração”.

O Papai Noel do shopping, que além de distribuir balas, oferece colo, abraços e beijos, afirma que o trabalho é uma terapia e que não existem palavras para descrever tal sentimento. “Tem cada abraço de criança. Eles chegam, apertam e dizem: Papai Noel, eu te amo!”, diz, emocionado.

Panca ainda ressalta que 30 dias de bom velhinho equivale a um ano de saúde. Segundo ele, enquanto Deus permitir, continuará realizando esse ofício.
Em média, 500 crianças interagem com o personagem do shopping diariamente. Perguntas diversas são feitas, principalmente voltadas a origem do bom velhinho e como ele entrega os presentes. Geralmente, os pais e os pequenos ficam cerca de cinco minutos com o senhor. “É o tempo de um abraço e uma foto”, afirma.

Fantasia e magia

A empatia com o público é o principal critério analisado pela gerência do Shopping Gracher ao contratar um Papai Noel. Em 16 anos, foram três personagens. Somente Rubens Seyferth, o Pingo, que faleceu no ano passado, permaneceu por 13. Segundo a superintendente Gisela Gracher Stieven, ele incorporou a figura e se tornou um marco em Brusque. “Quando o Pingo passava na praia de calção, as crianças diziam que era o Papai Noel do shopping”, conta.

Gisela explica que é levado em consideração, ao escolher o bom velhinho, a simpatia do candidato. “Mesmo que a figura seja imaginária, a gente acredita. Tem toda uma expectativa. É uma ilusão muito bonita”.

A superintendente afirma que as pessoas configuram a imagem desta maneira e por isso o momento é de “sonho, fantasia e magia”. “Não desrespeita-se a questão espiritual, que é o mais importante, mas não podemos desvincular do bom velhinho. Natal sem Papai Noel não é Natal”.


Curiosidades

  • Há 29 anos Valdir Panca decidiu que apenas apararia a sua barba, mantendo ela longa. No entanto, desde fevereiro de 2014, nem os retoques ele dá mais, mantendo a barba completamente natural.
  • As roupas do Papai Noel são elaboradas por uma designer de roupas e confeccionadas por uma costureira própria do shopping.
  • Em média, Panca demora cerca de 15 minutos para se vestir. As botas, são os itens mais difícil de colocar.
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