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Brusquense retorna de viagem com sintomas de leptospirose

Em 2014, a vigilância já havia confirmado um caso; Em 2011 a cidade viveu um surto com 19 casos e um óbito

Na última terça-feira, 20, a Vigilância Epidemiológica de Brusque atendeu um brusquense com febre alta, vômito, diarreia, dor de cabeça e hematúria (sangue na urina), alguns dos sintomas da leptospirose. Durante a consulta, ele relatou ao médico infectologista de plantão que havia retornado, recentemente, de uma viagem a Bonito, no Mato Grosso do Sul. O médico solicitou exames de sangue, que já foram encaminhados ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) de Florianópolis.

Além da suspeita de leptospirose, a vigilância trabalha com a possibilidade de outras doenças, como dengue e chikungunya – transmitida também pelo mosquito Aedes aegypti. A malária, outra enfermidade com sintomas semelhantes, já foi descartada na terça-feira após a análise no momento do atendimento.
“Já aproveitamos e estamos investigando para outras doenças também, porque nós não podemos nos preocupar apenas com a leptospirose se alguns sintomas são os mesmos. Então ainda não identificamos o caso, mas a principal suspeita do médico é leptospirose. E o resultado da malária deu negativo”, explica a coordenadora do Centro de Vigilância em Saúde, Fernanda Lippert.

Ainda de acordo com Fernanda, o paciente não foi internado, passa bem e está se tratando em casa. O resultado do exame deve sair nos próximos dias. Por vezes, o Lacen demora até duas semanas para liberar as análises.

Casos confirmados

No último dia sete, um paciente com leptospirose recebeu alta do Hospital e Maternidade Evangélico de Brusque (HEM), após 12 dias de internação. O caso foi o único confirmado em 2014. Segundo o médico infectologista da casa de saúde, Ricardo Freitas, o paciente reagiu bem ao tratamento. O contato com água contaminada durante uma pescaria deve ter sido o causar da contaminação.

Além deste caso, outros 28 foram registrados pela Vigilância Epidemiológica do município de 2011 a 2013. Em 2011, período com maior incidência de casos, 19 pessoas foram contaminadas, uma delas, inclusive, não resistiu à doença e acabou falecendo. De acordo com a coordenadora de Centro Vigilância em Saúde, o motivo do surto foi a enchente que assolou a região na época.

Casos de leptospirose confirmados em Brusque
Ano – Casos – Óbitos
2011 – 19 – 1
2012 – 5 – 0
2013 – 4 – 0
2014 – 1 – 0
2015 – 0 – 0

Doença

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira presente na urina do rato.

Contaminação

Além da contaminação através do contato direto com a urina. Geralmente, a bactéria pode contaminar água de córregos, rios, lagos e esgotos. Os casos mais comuns de contágio estão associados a enchentes, quando as pessoas saem as ruas e acabam entrando em contato com a água. A bactéria penetra no corpo humano pela pele, principalmente nos casos em que a pessoa tem algum ferimento no local. Cachorros, cavalos e bois são alguns dos animais que também podem contrair Leptospirose e podem se tornar transmissores através da urina. Por isto, a importância de vaciná-los.

Sintomas

Os principais sintomas são febre alta, dor de cabeça, vômito, diarreia, sangue na urina, calafrio, dor nos músculos e pele amarelada. Após contrair a doença, os sinais começam a aparecer em sete dias.

Tratamento

Após diagnosticar a doença através de exame de sangue, o tratamento consiste basicamente em utilização de antibióticos, além de hidratação constante. Os casos mais leves podem receber atendimento ambulatorial enquanto os mais graves precisam de internação.

Prevenção

Evitar contato com água de enchente e de outros locais impróprios; conter a proliferação de ratos mantendo os ambientes limpos; e utilizar luvas impermeáveis ao mexer em entulhos.

Informações do Governo do Estado e do Hospital e Maternidade Evangélica de Brusque.