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Brusquenses apostam em intercâmbios durante as férias

Interessados são contratados para trabalhar em estações de esqui, hotéis, lojas e restaurantes na temporada de inverno

O intercâmbio para trabalho é uma modalidade que tem se popularizado entre os brusquenses. Muitos veem a experiência como uma forma de turbinar o currículo e, ainda, vivenciar de perto outra cultura.

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A proprietária da agência Intercultural de Brusque, Renata Sartori, afirma que nos últimos meses esta modalidade de intercâmbio têm se tornado mais comum no município já que não tem um custo alto e é diferente do intercâmbio para estudo. “Tem o crescimento pessoal. A pessoa aprende a se virar sozinha e ainda consegue ganhar um dinheiro”.

Hoje, a agência disponibiliza três modalidades diferentes para o intercâmbio para trabalho, que são voltadas para universitários entre 18 a 29 anos e com um nível de inglês intermediário. Na modalidade Independent, o próprio estudante vai atrás de um emprego e para realizar o intercâmbio é preciso que tenha o contrato de trabalho garantido.

Na modalidade Placement, a Intercultural junto com a agência parceira nos Estados Unidos, a CCUSA, são as responsáveis por conseguirem uma vaga de acordo com o perfil do estudante.

Já a Job Fair é a mais popular. Funciona como uma feira de empregos em que os empregadores vem para o Brasil e fazem as entrevistas com os candidatos. A primeira Job Fair deste ano foi realizada no fim de junho, em Florianópolis, e três brusquenses foram contratados para trabalhar nos Estados Unidos, durante três meses, a partir de dezembro. “Eles irão trabalhar em uma estação de esqui, a Squaw Valley, na Califórnia. As vagas são para o período das férias da faculdade, que é o pico do inverno deles. Por isso, eles têm muita demanda de trabalho lá, e buscam nos intercambistas essa mão de obra”.

O estudante de Engenharia de Infraestrutura, Guilherme Conti Floriani, 20 anos, foi um dos selecionados para o trabalho na estação de esqui. Ele iniciará a sua jornada em dezembro e ficará em solo norte-americano até o dia 13 de março. Esta será a primeira vez que o brusquense ficará tanto tempo longe do país. “Surgiu esta oportunidade e eu decidi participar. Além de conhecer outra cultura, posso aprimorar a minha capacidade. Já estou contando os dias, sempre quis ter uma experiência em outro país”.

Floriani foi contratado para trabalhar junto com os profissionais que operam os bondinhos, ou seja, estará 100% do tempo na neve. Ele já está preparado para o desafio. “Acho que todo mundo deveria tentar fazer algo deste tipo, conhecer outras culturas. Acredito que é um aprendizado enorme. Vou ter uma experiência diferente com o trabalho e nas horas vagas ainda vou poder conhecer os Estados Unidos. Estou muito ansioso”, diz.

Experiência aprovada

A brusquense Isadora Bechert de Modesti, 20 anos, trabalhou na Squaw Valley, na Califórnia, de dezembro do ano passado até março deste ano. Ela está no 7º período do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e aprovou a experiência. “Não tenho palavras para descrever. É uma experiência única”, diz.

Ela trabalhou como assistente na escola de esqui. Lá, ela cuidava das crianças e também auxiliava em várias tarefas enquanto os instrutores ensinavam as crianças a esquiar. A experiência no intercâmbio foi tão positiva que ela já pensa em repetir a dose antes de concluir a faculdade. “Eu penso em voltar para trabalhar no mesmo lugar. É muito mágico. Além de conseguir tirar um dinheiro legal, eu consegui conhecer vários lugares e fazer muitas amizades”.

Isadora trabalhava oito horas por dia na estação de esqui, cinco vezes por semana. Em determinado período, ela conta que o resort recebeu cerca de 400 crianças por dia e, por isso, foi necessário trabalhar seis vezes por semana. O pagamento foi em dólar e ela, inclusive, conta que conseguiu guardar economias. “Vale muito a pena. Eu recomendo muito. É uma outra rotina, outra vivência. Depois que eu fiz o intercâmbio, passei a enxergar as coisas muito diferente. Não tem explicação”.