Brusquenses cursam Medicina na Argentina

Os três estudantes conseguiram entrar na Universidade Nacional de Rosário

Brusquenses cursam Medicina na Argentina

Os três estudantes conseguiram entrar na Universidade Nacional de Rosário

Há dois anos, três brusquenses decidiram realizar o sonho de estudar fora do país. Willian Cardoso Ferreira, 22 anos, Willian José Lana, 19 anos, e Bruna Pias, 22 anos, estão morando em Rosario, município da Província de Santa Fé, na Argentina, e cursando Medicina na Universidade Nacional de Rosario (UNR).

A decisão para a escolha de cursar a graduação no país vizinho aconteceu pela qualidade do ensino local. “Escolhi a Argentina pela excelência em educação. Também não está tão longe de casa, por isso, facilita”, diz Willian Cardoso.
Ele foi o primeiro a ingressar na universidade, em 2011, e hoje está no quarto período da graduação. “Cursei sete semestres de Biomedicina no Brasil, porém, depois de muita pesquisa, conheci a possibilidade de mudar para a Argentina”, diz.

Bruna iniciou os seus estudos no país vizinho no fim de 2012. “Escolhi estudar fora do país porque gosto de conhecer novas culturas e lugares, e quando me falaram que era possível fazer Medicina, fiquei ainda mais convencida a me mudar”, diz.

Já Willian Lana está há um ano na universidade. “A Argentina sempre me chamou muito a atenção não só pelo fato da faculdade, mas também porque eu teria pessoas conhecidas na cidade”, afirma.
Desde 2009, o processo de seleção para entrar na UNR não é através de vestibular. No entanto, os estudantes afirmam que ao longo do curso, as dificuldades aumentam e nem todos conseguem permanecer na graduação. “Eles permitem que todo aquele que queira iniciar a faculdade, o faça, mas durante o curso e com as provas finais, a quantidade de alunos diminui. Não existe limite de vagas, porém, só passa de ano os melhores, por isso requer muita dedicação, assim como qualquer faculdade de Medicina do mundo”, diz Cardoso.

O método de ensino é baseado em um plano canadense, o Problem Based Learning (PBL). “Por ter um grau de dificuldade mais elevado, o índice de estudantes que passam ao segundo ano é baixo. Sendo assim, é uma espécie de seleção como o vestibular no Brasil”, explica Bruna.

O idioma não foi problema para os estudantes que se adaptaram rapidamente. “Não é um idioma muito complicado de se aprender pelas semelhanças. Nos primeiros meses de aula os professores são bastante compreensivos quanto ao idioma, não existe muito problema quanto a isso, mas como estamos no país deles, o quanto antes aprendermos o idioma, melhor”, diz Cardoso.

Ele explica que a UNR é pública, como se fosse uma federal no Brasil. “A universidade é pública e gratuita, é uma das universidades estatais do país, como as federais do Brasil. Existem as particulares também, porém não contam com tanta qualidade acadêmica como as nacionais, e a relação com as mensalidades do Brasil também não se compara, custam aproximadamente 3.500 pesos (R$700,00), para nós parece pouco, mas para o bolso de um argentino é muito”.

Futuro

Os estudantes ainda não decidiram se vão voltar ao Brasil para exercer a profissão. No entanto, os três são a favor do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida). “Não vejo o Revalida como algo errado, creio que deveria ser nivelado da maneira correta já que muitas perguntas não estão de acordo com o nível de um recém graduado e sim de um especialista”, diz Cardoso.

“Acredito que o Revalida é algo essencial, e se você tem a capacidade de se formar em medicina, tem capacidade em passar na prova”, afirma Bruna.

“O Revalida é uma ferramenta muito válida, talvez a forma de aplicação precise ser revista, mas acredito que com o tempo vai melhorar”, completa Lana.
Mais médicos

Os brusquenses também apoiam o programa Mais Médicos. Para eles, a grande concentração de profissionais nas grandes cidades dificulta o sistema de saúde no interior. “Infelizmente, a maioria dos médicos formados no Brasil quer ficar nos grandes centros e não ir para o interior. Com isso, acabamos tendo uma relação desproporcional entre médicos no interior e nas cidades. A população do interior também precisa de médicos, também precisa de saúde pública. Obviamente desde que os títulos desses médicos sejam avaliados e se averigue a veracidade deles”, opina Cardoso.

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