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Brusquenses não cancelam viagens por medo do Zika Vírus

Agências de turismo do município não registraram nenhuma desistência devido ao vírus

O aumento no número de casos de zika vírus, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, não tem impedido os brusquenses de viajar. As agências de turismo do município, por enquanto, não tiveram nenhum pedido de cancelamento de viagens por conta da preocupação com a doença.

“Felizmente ainda não tivemos cancelamento. Os clientes até comentam sobre a doença, mas não chegam a cancelar a viagem”, diz o proprietário da Tomasoni Viagens e Turismo, Roberto Tomasoni.

De acordo com ele, o impacto maior está sendo em viagens de estrangeiros para o Brasil. “Estive recentemente na Europa e soube de pessoas que estão proibidas de vir ao Brasil devido ao zika vírus”.

A agente de viagens Patrícia Nunes, da Rose Companhia de Viagens, afirma que a agência também não sofre com cancelamentos de pacotes. “Por enquanto está tudo tranquilo. Estamos com um movimento abaixo do esperado, mas creditamos isso à alta do dólar. Pode ser que quem está mais preocupado com a doença nem chegue a procurar as agências. Essa queda pode ser reflexo das duas coisas juntas”.

Patrícia também destaca que não está acontecendo mudança de rotas dos turistas brusquenses. “Estamos com vários pacotes para diversas cidades do nordeste. Tudo normal, sem nenhuma alteração”.

Na CVC, a procura por viagens também é considerada normal. “Os brusquenses não estão com nenhuma restrição, estão viajando normal. Também acreditamos que não teremos problemas futuramente”, diz o agente de viagens Arthur Lamin.

Hoje, o zika vírus circula por 20 estados brasileiros – Amazonas, Roraima, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Goiás, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Clientes podem cancelar viagens sem multa

Os órgãos de defesa do consumidor defendem que em casos de saúde pública, como está sendo tratado o zika vírus, o consumidor pode providenciar o cancelamento do pacote ou da passagem aérea, sem qualquer tipo de multa prevista no contrato.

“Nesses casos, a desistência foi provocada por motivos de força maior e vontade alheia”, diz a Claudia Almeida, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

O Procon de Brusque ainda não atendeu nenhum caso deste tipo, mas o responsável administrativo do órgão, Rodrigo Tomaz, destaca que em situações de epidemia a multa pode ser extinta. “Quando é por força maior, caberia cancelar a cobrança da multa, mas não tivemos nenhum caso prático aqui na cidade, então não sabemos como as operadoras de viagens procedem nestas situações”.

O Idec recomenda que em casos de cancelamento, o cliente procure primeiro a empresa envolvida na prestação do serviço de viagem e solicite a devolução integral do que já foi pago e destaca que é dever da agência de turismo entrar em contato com todos os envolvidos na cadeia de consumo para tentar negociar, remarcar ou cancelar o pacote, protegendo os interesses do consumidor.

Já a Proteste Associação de Consumidores destaca que os turistas são protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor, que determina que é direito básico do consumidor “a modificação de cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas”.