Brusquenses constroem canoa e navegam pelo rio Itajaí-Mirim até a praia de Canto Grande

Pai e filho saíram de Brusque no sábado, 30, e chegaram no destino na manhã de domingo

Brusquenses constroem canoa e navegam pelo rio Itajaí-Mirim até a praia de Canto Grande

Pai e filho saíram de Brusque no sábado, 30, e chegaram no destino na manhã de domingo

Os brusquenses Juarez Junkles, 63 anos, e André Junkles, 28, embarcaram em uma aventura de pai e filho: foram de canoa do rio Itajaí Mirim até a praia de Canto Grande, em Bombinhas. Eles saíram de Brusque às 10h de sábado, 30 de março, e chegaram no destino no domingo, 31.

Juarez e André começaram a construir a canoa no início de março. A ideia surgiu porque a família tem um barco que sempre fica no mar, na praia de Canto Grande e, por isso, precisam de um meio para ir até a embarcação. Até então, eles pegavam canoas emprestadas com os pescadores da região.

Para a construção, pesquisaram na internet modelos de canoa e também conversaram com os pescadores e tiraram medidas das embarcações.

Pai e filho construíram canoa juntos | Foto: Arquivo Pessoal

Na quarta-feira, 27, a embarcação estava pronta, depois de 20 dias de construção. A canoa tem 4,5 metros de extensão e 1,40 m de largura, é feita de compensado naval revestido de fibra e tem um motor de 15 HP.

Foto: Arquivo Pessoal

Um amigo de Juarez questionou como ele iria levar a canoa até a praia. Ele disse que iria colocar na carroceria da caminhonete. O amigo brincou e sugeriu que colocasse o barco no rio e fosse navegando.

Juarez gostou da ideia e o que era uma brincadeira virou uma aventura de pai e filho. Ele conta que há 30 anos queria fazer isso, mas nunca teve a oportunidade.

Desafios

No sábado, 30 de março, por volta das 10h, no trecho do rio Itajaí Mirim em frente ao Archer Materiais de Construção, Juarez e André colocaram a canoa na água pela primeira vez.

Juarez e André embarcaram no sábado, 30 de março | Foto: Arquivo Pessoal

“A maior preocupação era de virar na primeira corredeira que tivesse e ter que voltar que nem um pato molhado”, brinca Juarez.

Durante o percurso, enfrentaram algumas dificuldades, principalmente nas corredeiras. “A gente teve que amarrar o cabo em uma árvore e descer o barco de ré pela corredeira, porque era muito violenta e poderia virar o barco”, conta o pai.

“Passei medo. O pai tem bastante experiência, então a gente tem confiança um no outro. Mas é amedrontador”, relata André.

No rio, há diversos trechos com pedras. “É quase como um rapel”, explica Juarez. Algumas vezes eles tiveram que sair da canoa, para que não virasse.

Além dos desafios, pai e filho também tiveram momentos curiosos. Eles encontraram capivaras pelo caminho e uma dela saltou de uns dois metros de altura direto na água. “Foi muito bonito, literalmente um mergulho”, diz Juarez.

Juarez e André contam que levaram pão com linguiça para comer durante a viagem, para que não precisassem fazer paradas.

Entrada no mar

Por volta das 16h, eles chegaram no porto de Itajaí. Eles acessaram o mar pela comporta aberta da represa, que permite a passagem de embarcações pequenas.

A entrada no mar era esperada, mas André diz que a sensação era de nervosismo. “No rio não é tão amedrontador porque tu tens um apoio ali fora. Tu sai, dá duas ou três braçadas e está na borda do rio. No mar é mais complicado, é mais distante, tem mais agitação”.

Juarez conta que o mar estava calmo, tinha um pouco de vento, mas navegaram tranquilamente.

Em Laranjeiras pai e filho enfrentaram a maior dificuldade: passar por um parcel, um trecho que tem montanhas de pedras dentro do mar, algumas ficam expostas mas outras ficam logo abaixo da superfície.

“Passar no meio do parcel foi a pior parte do trajeto. Tem coisas que a gente não vê no fundo e a onda bate no costão e devolve”, relata Juarez.

Depois desse trecho, seguiram sem problemas até Porto Belo, onde chegaram às 19h. Eles tiraram a canoa da água e dormiram na casa de um amigo.

Na manhã de domingo, 31, por volta das 9h, embarcaram na canoa e seguiram até Canto Grande, chegando ao destino às 11h.

Foram utilizados 40 litros de gasolina durante o percurso. Agora, o barco fica guardado no rancho de um pescador amigo da família, em Canto Grande.

Vitória

Pai e filho ficaram muito felizes com o sucesso da aventura. “Se a canoa pudesse falar, até ela ficaria surpresa”, brincou Juarez.

Juarez e André são habilitados para navegar, ambos possuem a Carteira de Habilitação do Amador (CHA). Eles dizem que a aventura é muito boa, mas que é preciso ter alguém com experiência, porque é desafiador.

“Antes de ir todo mundo chamava nós de doidos e depois diziam parabéns”, conta André.

Juarez tem um espírito aventureiro e já teve outras experiências, mas essa com o filho foi especial. “Foi muito boa, a melhor de todas as aventuras que eu fiz” afirma. Quando chegaram ao destino que se deram conta do cansaço.

“A adrenalina, quando se está na atividade, eu acho que faz com que a gente tenha menos medo, o cansaço não é tão visível. Quando chega em terra firme e vê o que aconteceu, começa a sentir o cansaço de nove horas pulando, saindo de dentro do barco e o mar batendo pra lá e pra cá”, relata Juarez.

Agora a intenção é navegar no rio Paraguai, no Mato Grosso.

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