Brusquenses que assistiram aos Jogos Olímpicos relatam experiência
Espectadores presenciaram preços salgados nas arenas, segurança garantida e muito esporte
Espectadores presenciaram preços salgados nas arenas, segurança garantida e muito esporte
Talvez nem o mais patriota pudesse imaginar o quanto os Jogos Olímpicos do Rio seriam um sucesso em praticamente todos os aspectos. As previsões alarmistas não se concretizaram, e o evento teve início e fim sem tragédias – a pior situação foi uma câmera aérea que caiu em algumas pessoas causando ferimentos -, fato difícil de acontecer em um evento que já sofreu no passado com atentados terroristas como o Massacre de Munique, além de dezenas de manifestos políticos e boicotes.
Quem teve a oportunidade de acompanhar as provas também gostou do que viu. É o caso dos brusquenses Tiago Vinotti e Willian César Caldas Lopes, que acompanhados de seus familiares puderam contemplar o maior evento poliesportivo do mundo diante de seus olhos.
Apesar da boa impressão, algumas críticas também sobraram para a competição realizada pela empresa Rio 2016, principalmente no que diz respeito aos preços praticados dentro das arenas esportivas.
Superou a expectativa
O clima pré-Olimpíadas era tenso. Veículos de comunicação frequentemente alertavam sobre um provável caos no trânsito, na segurança e até mesmo na organização das provas. Envolvido pelos prenúncios ruins, o dentista brusquense Willian César Caldas Lopes foi ao Rio de Janeiro ressabiado. Ele chegou a perder a abertura do evento por receio de voltar tarde para o local onde ele e a família ficaram durante os Jogos Olímpicos.
Contudo, se arrependeu. Como explica, o trânsito fluiu bem, os problemas com a segurança praticamente não existiram e a competição foi elogiada até por quem visitava o país. “Conversamos com uma família de São Francisco (EUA) que estava maravilhada. Também tiveram receio de vir, mas ficaram impressionados até mesmo com a sensação de segurança que passou”, diz.
No entanto, Lopes faz ressalvas, principalmente no que diz respeito aos preços dentro das arenas esportivas. “Nós já sabíamos que o preço ia ser alto, mas mesmo assim surpreendeu. Uma lata de cerveja, por exemplo, estava R$ 13, e uma garrafinha de água R$ 8”, completa. Ele também observou de perto o quanto um evento deste porte atrapalha a vida das pessoas que moram e precisam trabalhar na cidade-sede. “O evento dificultou a vida do trabalhador. O deslocamento pra eles ficou mais difícil, e é uma sensação ruim a de encontrar uma pessoa que está aborrecida por não poder chegar a tempo no local de trabalho”.
Sobre o contato com os estrangeiros, o dentista achou curioso o interesse dos visitantes por artigos simples no dia a dia dos brasileiros. O frisson ‘gringo’ nos Jogos Olímpicos eram as frutas, que em terras tupiniquins existem em abundância, mas o mesmo não se repete em outros continentes. “Era banana, laranja, coco… Eles adoravam as frutas. Consumiram muito e ficaram fascinados”, diz.
Momento único
Pela primeira vez uma Olimpíada foi realizada no Brasil. O país vai demorar a sediar outra vez a competição – a diferença entre as duas últimas edições realizadas em Londres, por exemplo, é de 64 anos. Sabendo disso, o professor de educação física Tiago Vinotti não titubeou ao comprar ingressos para ele e a esposa Mari Vinotti.
O casal acompanhou três partidas de basquete, incluindo um jogo com a badalada seleção norte-americana, além de judô, ciclismo, natação e handebol. “É um momento único. Aproveitamos essa oportunidade para ver os melhores atletas do mundo. Vimos quebras de recordes olímpicos, lutas da medalhista brasileira Mayra e outras situações. É inesquecível”, completa o professor que agora terá muito o que conversar com seus alunos das escolas Santa Terezinha e Ângelo Dognini.
Vinotti presenciou também um dos casos inusitados que sucederam nos Jogos Olímpicos. Uma mochila abandonada na Arena Carioca 1 virou suspeita de bomba, e isso gerou uma grande fila para quem queria acompanhar as partidas de basquete. O brusquense era um dos integrantes da fila. “Foi curioso, nós ouvimos o esquadrão explodindo a mochila, que depois foram descobrir que continha apenas o tablet e algumas roupas do dono”, diz.
O professor de educação física começou a viver a Olimpíada muito antes do início das competições. Ele foi selecionado para transportar o fogo olímpico em Blumenau. Em casa, mantém a tocha que servirá para sempre como uma lembrança do grande feito, principalmente para o filho de um ano e meio. “O Tadeu terá muito o que contar quando crescer. Seus pais foram em uma Olimpíada e guardam uma tocha oficial em casa, e pra ele também será ótimo”, completa.