Brusquenses relatam como é a experiência de criação de conteúdo para podcasts
Com assuntos específicos, podcasters têm ouvintes em todo Brasil e no exterior
Os podcasts têm conquistado cada vez mais o público das plataformas digitais. Um estudo realizado pela plataforma Deezer mostra que o Brasil teve um crescimento de 67% no consumo de podcasts em 2019. Foram analisados dados de plataformas como Spotify, Apple iTunes, Google Podcasts e o próprio Deezer. Com a onda de crescimento, brusquenses estão produzindo podcasts e divulgando seu trabalho pelo Brasil afora.
Três amigos decidiram criar um podcast para falar sobre o automobilismo. O Reta Curva está no ar há quase três meses e é acompanhado por pessoas de vários cantos do país e inclusive no exterior. O brusquense Gustavo Renan, 27 anos, explica que sempre foi apaixonado pela Fórmula 1 e o automobilismo. Ele afirma que acompanha a competição desde o final dos anos 90 e decidiu criar conteúdo sobre um assunto que domina.
Além dele, Henrique Witkosky, 24, morador de Balneário Camboriú e Lucas Vechi, 24, morador de Joinville, também fazem parte do programa. Como moram em cidades diferentes, na hora de fazer a gravação eles realizam uma ligação via Skype e utilizam uma ferramenta para gravar a conversa.
Depois um dos participantes fica responsável pela edição do áudio. O projeto tem cerca de dois meses e até o momento eles já publicaram cinco episódios. São publicados 45 minutos da conversa semanalmente. A atividade é um hobbie dos três amigos.
“A corrida é de duas em duas semanas ou de uma em uma semana. Quando não tem corrida no meio tempo, nós conversamos sobre Fórmula 1 e automobilismo”, explica. Nas semanas de corrida mais de um terço do episódio é focado no que ocorreu na modalidade esportiva. Além disso, quando não tem competição, eles trazem curiosidades sobre o mundo do automobilismo, como a pintura do carro, mulheres na Fórmula 1, entre outros assuntos.
Os episódios são liberados no Spotify e no Deezer. “Ouvimos há muito tempo podcasts então já sabíamos como falar e em qual parte cada um deveria comentar”, diz.
Para Renan, o projeto é algo diferente. “Não temos pretensão nenhuma, é mais para jogar conversa fora. Estamos surpresos com os players que temos, é mais do que esperávamos”
Projeto internacional
Os brusquenses Diogo Adami Sartori, 33, e Guilherme Fritzky, 32, foram chamados para produzirem episódios para um podcast sobre a produção de vinho no Brasil. O projeto Wine Soundtrack foi criado na Itália por Cláudio Latagliata. Além de Brasil e Itália, os episódios também são produzidos na África do Sul, México e Grécia. Além dos dois, outra brasileira também atua no projeto, Izadora Santos Silva, 25.
Sartori soube da oportunidade através de uma amiga que conheceu na Itália. Como Latagliata procurava um brasileiro que falava italiano e inglês e era interessado por vinho, surgiu a oportunidade para ele. Após uma entrevista pessoal, eles começaram os trabalhos no Brasil.
“O podcast é sobre vinho só que ele trata sobre a produção de vinho e as vinícolas em si. A principal meta do podcast é aproximar os consumidores de vinho das vinícolas”, explica Sartori.
Segundo ele, às vezes o consumidor conhece o vinho, mas não sabe quem produz a bebida. “Você simpatiza com o vinho só que às vezes não sabe quanto tempo demorou para aquele vinho ficar pronto e qual foi a estrutura necessária para aquele vinho chegar na tua mesa”, conta.
O podcast é gravado no formato de entrevistas, que geralmente são feitas nas vinícolas. As primeiras gravações ocorreram em Bento Gonçalves, em setembro. O material é encaminhado para Londres, onde é editado. Os áudios são liberados conforme a programação da plataforma.
Os episódios serão lançados em novembro por meio do aplicativo próprio do podcast, o Wine Soundtrack. “É um projeto mundial, é usada a mesma plataforma e a mesma conta no Instagram (em todos os países)”.
Ele diz que o projeto tem o intuito de dar visibilidade às vinícolas para todo o público do canal que é constituído por brasileiros e estrangeiros. Com isso, existe a possibilidade das entrevistas serem gravadas em português ou inglês. “Ofertamos aos entrevistados. Se eles tiverem alguém da vinícola que fala inglês e se eles quiserem dar visibilidade para casa no exterior, nós fazemos em inglês”, explica.
Para Diogo, o projeto é promissor e inovador. “O Brasil tem muito que crescer ainda no consumo do vinho, estamos engatinhando ainda. Será importante para aproximar esse público”, pontua.