Brusquenses relatam efeitos do aumento da conta de luz; confira dicas
Encarecimento da fatura tem gerado impacto nas finanças dos consumidores
Encarecimento da fatura tem gerado impacto nas finanças dos consumidores
O aumento da conta de luz vem afetando a vida dos brusquenses. A auxiliar de limpeza Marlete Silva, de 55 anos, sofreu com uma diferença de quase R$ 100 reais na tarifa no último mês. “Antes eu pagava menos de R$ 200, e agora está quase R$ 300”, conta.
Marlete vive com a filha de 17 anos no bairro Dom Joaquim. Para tentar aliviar a conta de luz, ela explica que desliga todos os eletrodomésticos da tomada antes de sair de casa. Também, ela tenta usar a máquina de lavar roupas uma vez por semana e mantém as luzes apagadas.
Na casa dela, outros confortos são deixados de lado. Um deles é o uso do ar condicionado no quarto, que se mantém desligado. “O que eu posso economizar de luz eu economizo, mas cada vez aumenta a conta”, comenta.
O mais recente aumento na tarifa começou a valer no último dia 1º, quando foram acrescidos R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, com a criação da bandeira de escassez hídrica. A cobrança extra será feita até 30 de abril de 2022 e encarecerá a conta de energia, em média, em 6,78%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A bandeira de escassez hídrica substitui a bandeira vermelha 2, em vigor desde junho e que sofreu reajuste de 52% em julho. Segundo o governo, a bandeira foi criada em razão da escassez de chuvas nas usinas hidrelétricas.
Ainda, além da conta de luz ter aumentado, Marlete aponta que a situação é pior por outros aumentos, como do gás de cozinha. “Tá subindo tudo, gasolina, gás, a gente já ganha pouco. O negócio está cada vez pior”, desabafa. “Depois que começou a pandemia está tudo mais caro”, continua.
Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,88%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o indicador acumula elevação de 5,94%. Em 12 meses, registra o acúmulo de 10,42%, acima dos 9,85% observados nos 12 meses anteriores.
Já a inflação teve alta de 0,87% em agosto, a maior para o mês desde o ano 2000. Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses.
Marlete nota que o poder de compra diminui ao ir fazer compras no mercado. “Eu primeiro pago a energia, para não cortarem. Com o que sobra, após pagar as contas, coloco a comida para dentro de casa, vou me virando. Penso em mim, mas penso em pessoas em piores situações, com mais filhos, quando pagam aluguel. Está apavorando”, finaliza.
Além de afetar a conta de luz nas residências da cidade, o aumento impacta também no cotidiano de empreendimentos. De acordo com o proprietário da empresa têxtil Ferpix, Fernando José Quilado, 32, a conta, que era normalmente de R$ 6,5 mil, foi para quase R$ 10 mil neste mês.
Este aumento implica mudanças na organização da empresa, aberta neste ano por ele. “Não esperávamos um aumento assim de um mês para outro. Ficamos preocupados e não sabemos se vai abaixar ou se vai continuar, traz insegurança”, relata
Além disso, o empresário explica que a fatura da energia elétrica resulta em outros aumentos no processo de produção. “Chega a preocupar, tem outros gastos e aumentou tudo. Eu fico em dúvida, queria investir mais, mas é complicado”, continua.
Para lidar com os gastos, Fernando relata que tenta economizar. Uma ação aplicada na empresa é manter algumas luzes apagadas durante o dia. Contudo, ele aponta que consegue manter o ritmo da produção. “É uma empresa pequena, começando agora, imagina uma maior, é um valor muito alto”, completa.
De acordo com a presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Rita Cassia Conti, o reajuste impacta negativamente em empresas e indústrias de modo geral. Ela aponta que os efeitos ainda serão sentidos por conta das alterações tarifárias.
Segundo Rita, a situação é ruim para a economia pois quem sente os efeitos é o consumidor, já que o aumento deve refletir nos preços dos produtos. “Temos preocupação e cautela. Eu sempre digo, tem que ter um planejamento, pensar nos investimentos e em como o consumidor está conseguindo absorver”, comenta.
Ela avalia que a questão energética precisa ser discutida tanto regionalmente quanto internacionalmente. “Na nossa opinião, é preciso ver as alternativas, que têm subsídios, como painéis solares. É preciso buscar essas questões, pois a médio e longo prazo a tendência é piorar”, finaliza.
O site Consumo Consciente Já traz dicas para ajudar o brasileiro a reduzir o valor pago na conta dos meses seguintes. A página é uma iniciativa da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), juntamente com o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Hábitos simples como retirar da tomada os aparelhos de som e televisores já ajudam a aliviar a pressão sobre a conta de luz. É que, mesmo em stand by, eles consomem energia.
Também é importante não deixar a TV ou outro aparelho ligado sem necessidade, o que também vale para carregadores de celulares.
Outra dica importante é escolher máquinas, como televisores e micro-ondas, com selo Procel ou classificação A do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que mostra que o aparelho é mais econômico.
– Substitua lâmpadas halógenas e fluorescentes por lâmpadas LED;
– Mantenha as janelas abertas e aproveite ao máximo a luz natural;
– Outra alternativa para valorizar a luz natural é pintar as paredes do teto com cores claras;
– O ferro de passar ao lado do chuveiro elétrico são apontados como os maiores vilões no consumo doméstico de energia;
– Além de escolher o ferro de menor potência, a dica é juntar a maior quantidade de roupas possível para passar todas de uma vez só; Utilizar a temperatura indicada de acordo com cada tipo de tecido também ajuda na economia; Desligue o ferro sempre que pausar o serviço;
– No caso do chuveiro elétrico, a principal dica é tomar banhos mais curtos, entre 3 e 5 minutos. Além disso, ter hábitos como o de fechar a torneira enquanto se ensaboa;
– Sempre que possível, ajuste a temperatura para a posição “verão”, pois em “inverno” o consumo é 30% maior;
– Também não é aconselhado mudar a temperatura com o chuveiro ligado, pois isso pode aumentar o consumo. Além disso, se estiver calor, evite usar o chuveiro elétrico;
– No caso de geladeiras e freezers, verifique regularmente o estado das borrachas de vedação;
– Abrir e fechar várias vezes a geladeira ou deixar por muito tempo aberta é outro ponto a ser observado;
– Também não seque roupa atrás da geladeira. Além de sobrecarregar o aparelho e aumentar o consumo de energia, você corre o risco de acidentes com choques elétricos.
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