Brusquenses relatam momentos de tensão após a passagem do furacão Irma na Flórida

Mesmo com intensidade reduzida, fenômeno provocou muita destruição por onde passou

Brusquenses relatam momentos de tensão após a passagem do furacão Irma na Flórida

Mesmo com intensidade reduzida, fenômeno provocou muita destruição por onde passou

Brusquenses que moram na Flórida, nos Estados Unidos, passaram por momentos de tensão no fim de semana, devido a passagem do furacão Irma. O fenômeno chegou ao estado americano no domingo, 10, já com força reduzida de 3 para 2, mas ainda assim, causou muita destruição.

A brusquense Gerusa Espíndola, 34 anos, mora em Orlando há quatro anos, com o marido e os três filhos. Nesse período, a família já passou por muitos furacões, entretanto, o Irma, segundo ela, foi o mais assustador. “Parecíamos estar vivendo um filme e foi terrível porque ele poderia mudar a rota e a força a qualquer momento”, conta.

A família optou por permanecer em casa durante este período, principalmente porque o movimento nas estradas de pessoas fugindo do furacão era muito intenso. “Ficamos preocupados de ficar sem combustível e com três crianças dentro do carro seria caótico”.

Os brusquenses fecharam todas as janelas da casa com madeira e também tomaram todas as medidas para evitar ficar sem água, comida e energia. Fizeram estoque de alimentos não perecíveis, água, lanterna e pilhas.

Gerusa conta que os fortes ventos iniciaram na metade da tarde de domingo, e no início da tarde de ontem ainda não haviam parado. “Os barulhos eram altos e contínuos durante a madrugada inteira, mas graças a Deus estamos bem e Orlando também, um pouco machucada, mas de pé”.

A cidade também esteve em toque de recolher que iniciou no domingo, às 19h, e foi até ontem, às 18h.

Natural de Brusque, Adriana Coelho mora em Orlando com a família há 17 anos. Ela já passou por várias situações como esta e, por isso, também optou por ficar em casa, já que o furacão passaria com menor intensidade pelo local.

“Em 2004 passaram três furacões. A gente acompanha, então sabe o que tem que fazer, fechar bem as portas, botar tapume, recolher tudo pra dentro. Não era uma área de risco, compramos água, bateria, gás e estamos bem”.

Adriana destaca que a todo momento o governo divulga informações atualizadas, o que possibilita que o moradores possam se organizar e agir para se protegerem.

“Governo fala passo a passo onde está o furacão, o que fazer. Antes, ele estava em categoria 5, com ventos de 175 milhas, depois que começou a entrar pra vir pra Orlando estava em categoria 2, e aí ficou mais fácil porque foram ventos de 80 milhas.

Primeiro furacão
O empresário Maicon Rodrigo Kühn, 37 anos, também mora em Orlando, mas diferente de Gerusa e Adriana, esta foi a primeira vez que ele enfrentou a passagem de um furacão, já que está na cidade há apenas um mês.

Kühn, a esposa e os dois filhos saíram de Orlando na sexta-feira, 8, logo após o anúncio de que o furacão chegaria a Flórida, e foram para Tallahasse, capital do estado, para ficarem mais seguros.

O brusquense conta que em condições normais, a viagem entre Orlando e Tallahassee dura, em média, três horas e meia. Na sexta-feira, a viagem durou oito horas, entretanto, Kühn destaca a organização dos americanos.

“Quando estávamos subindo para o Norte, o Exército e as companhias de energia já estavam indo para o Sul com postes e geradores de energia para deixar a estrutura toda preparada. Pegamos muita fila, mas ninguém andando pelo acostamento, todo mundo respeita”, diz.

A família de Kühn se abrigou em um hotel e só deve voltar para casa a partir de hoje. Em Tallahassee, o furacão passou por volta das 15h de ontem, entretanto, com uma intensidade bem menor do que nas outras cidades da Flórida.

“O hotel é bastante seguro, todos estão lotados e os postos estão sem gasolina, as lojas estão todas fechadas com tapumes e não há ninguém nas ruas. Todo mundo dentro de casa se protegendo”.

O furacão
O furacão Irma surgiu no final de agosto na costa africana, mas começou a causar estragos na quarta-feira, 6, quando chegou à Barbuda, ilha que integra Antígua e Barbuda, no Caribe.

Classificado como furacão de categoria 5, o Irma atingiu a ilha de Barbuda na quarta-feira com ventos que alcançaram os 295 km/h, deixando um morto.

Na sequência, seguindo rumo ao noroeste, o furacão, com ventos de até 360 km/h, varreu as ilhas de São Bartolomeu, São Martinho e Anguilla. Ao menos treze pessoas morreram na região, que ficou devastada.

A oeste, o furacão acabou atingido as Ilhas Virgens americanas. Ao menos quatro pessoas morreram em função do Irma.

Na quarta-feira à noite, Porto Rico, que fica próximo às Ilhas Virgens americanas, viu o Irma chegar com ventos de cerca de 295 km/h. O furacão provocou cortes no fornecimento de energia elétrica e fortes chuvas. Pelo menos duas pessoas morreram.

Na mesma região, o Irma chegou à República Dominicana e ao Haiti na quinta-feira, 7. Ao menos 19 mil dominicanos tiveram que deixar suas casas. Autoridades da República Dominicana também cortaram o fornecimento de eletricidade em muitas zonas de maneira preventiva.

No país vizinho, Haiti, o Irma causou inundações e deixou feridos na região nordeste. Como ele passou um pouco mais ao norte do que o previsto, o impacto no Haiti foi menor do que o esperado.

Na sexta-feira, 8, o furacão seguiu a noroeste, passando entre Cuba e Bahamas. Os cubanos sentiram mais os efeitos do Irma no sábado, 9, quando ele atingiu o arquipélago de Camagüey, situado no norte da Ilha, com ventos de 260 km/h. Ondas de até sete metros foram registradas e a região de Havana foi colocada em alerta.

No domingo, 10, o Irma, na categoria 4, chegou ao sul do estado americano da Flórida com ventos de cerca de 215 km/h. No total, as autoridades americanas ordenaram que 6,3 milhões de pessoas deixassem as suas casas na Flórida. Mais de um milhão já haviam recebido uma ordem de evacuação obrigatória.

Ao menos três pessoas morreram na região até a manhã de domingo. Na manhã de ontem, o furacão perdeu força e se transformou em tempestade tropical, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).

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