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Cicloturismo ganha cada vez mais adeptos em Brusque e região

Modalidade alia a prática do exercício físico, o contato com a natureza, a cultura e os costumes das cidades

Viajar utilizando apenas uma bicicleta e levando alguns poucos pertences pessoais. Essa é a rotina do praticante do cicloturismo. Considerado uma modalidade de esporte de aventura, ele alia a prática do exercício físico, o contato com a natureza, a cultura e os costumes das cidades.

O brusquense Ivo Leonardo Schmitz, 35 anos, é adepto da modalidade há 10 anos. Ele começou com viagens curtas e passeios dentro de Brusque mesmo e, aos poucos, foi tomando gosto pelo esporte e nunca mais parou. Hoje, ele realiza viagens entre 7 a 10 dias, para vários circuitos de cicloturismo dentro e fora de Santa Catarina, apenas com sua bicicleta e acompanhado de amigos.

“Conforme você vai praticando, vai tendo mais segurança e coragem para enfrentar novos desafios”, diz.

Dentro da modalidade, há algumas variações, por isso, o praticante pode escolher a que melhor se adapta ao seu ritmo e estilo. Existe o cicloturismo urbano, que é realizado dentro da cidade, e o cicloturismo de interior, onde os cicloturistas geralmente percorrem distâncias maiores.

Ivo Léo Schmitz é cicloturista há 10 anos | Foto: Arquivo pessoal

Schmitz destaca que a principal característica do cicloturismo é a autonomia. “Levamos tudo o que é necessário dentro de bolsas, que são chamadas de alforres, para não precisarmos depender de carros de apoio. Para dormir, alguns cicloturistas preferem hotéis, pousadas ou albergues e outros acampam”, explica.

Os circuitos utilizados pelos cicloturistas, geralmente, são roteiros pré-criados por grupos, associações ou até mesmo prefeituras. Schmitz, que é voluntário do Clube de Cicloturismo do Brasil e representante da entidade em Santa Catarina, destaca que o estado é considerado o melhor do país quando o assunto é infraestrutura para o cicloturismo. “Temos os melhores circuitos do país, inclusive, o do Vale Europeu, o primeiro que foi criado com essa finalidade há 11 anos”.

O circuito Vale Europeu tem 50km por dia, passando por nove municípios: Timbó, Pomerode, Indaial, Ascurra, Apiúna, Rodeio, Benedito Novo, Doutor Pedrinho e Rio dos Cedros.

Além desse, Santa Catarina tem também o Circuito das Araucárias, na região de São Bento do Sul; o Acolhida na Colônia, na região de Urubici; e o circuito Costa Verde e Mar, que é o primeiro do país que mistura o interior com litoral, passando por Balneário Camboriú, Itajaí, Porto Belo, Itapema, Penha, Piçarras, Luiz Alves, Ilhota e Camboriú.

Assepavi realiza atividades
A Associação de Ecoturismo, Preservação e Aventura do Vale do Itajaí (Assepavi), incentiva a prática do cicloturismo na região e realiza atividades relacionadas à modalidade, pelo menos, a cada três meses.

Schmitz também é integrante da associação e um dos responsáveis por organizar as atrações do cicloturismo. “Ainda não temos tanta procura pelo cicloturismo em Brusque, mas ainda assim, organizamos algumas atividades pela região com o objetivo de incentivar mesmo e atrair mais adeptos”, diz.

Bicicleta e alguns poucos pertences acompanham os cicloturistas | Foto: Arquivo pessoal

Schmitz ressalta que qualquer pessoa pode iniciar no cicloturismo, entretanto, é imprescindível que o iniciante esteja acostumado com sua bicicleta – geralmente uma mountain bike – e tenha noções básicas de mecânica. “É importante saber trocar pneu, arrumar corrente, dependendo do dia, pode acontecer algum imprevisto e você estar em uma região sem ninguém para ajudar”.

Também é fundamental que o praticante saiba os seus limites. “Costumo dizer que o cicloturismo é 80% mental e 20% físico”.

Pedal em dose dupla
O casal Matheus Diegoli, 24 anos, e Amanda Fidelis, 22 anos, também é praticante do cicloturismo. Ele iniciou na modalidade há dois anos e ela, há um ano e seis meses.

“Eu já pedalava e, através da internet, comecei a ter contato com cicloturismo. Participei de uma palestra do Charles Zimmermann no Sintrivest e o seu livro, Travessias, me inspirou a fazer viagens mais longas de bicicleta”, conta Matheus, que é professor de Educação Física.

O casal viaja cada um com sua bike sempre que têm tempo livre. O roteiro é planejado com antecedência e busca sempre o interior dos municípios. “Por questão de segurança, eu e ela procuramos mais o cicloturismo no interior. As pessoas são muito mais acolhedoras e não tem tanto movimento de veículos”, diz.

Amanda e Matheus praticam o cicloturismo há dois anos | Foto: Arquivo pessoal

Geralmente, eles entram em contato com pousadas que existem no meio do caminho para a pernoite e até mesmo com as prefeituras dos municípios por onde vão passar pedindo dicas. “Levamos o nosso fogareiro, fazemos a nossa própria comida e programamos a distância e o ritmo, de acordo com o tipo de terreno. Se tem muita subida, pedalamos menos; quando é mais descida, pedalamos mais”, explica.

Para Diegoli, o cicloturismo é uma ótima oportunidade para explorar as belezas de cada cidade. “Além da economia, utilizando a bicicleta, podemos acompanhar a rotina das pessoas e ver que passa muita coisa despercebida quando viajamos de carro, por exemplo. Depois que você começa, fica mais perto da natureza e troca experiências”.

O casal gostou tanto da modalidade, que criou um blog e um perfil nas redes sociais relatando suas experiências. O Pedal em Dose Dupla conta com várias fotos, diários de bordo das viagens, dicas de roteiros e equipamentos relacionados ao cicloturismo. “É uma forma que encontramos de compartilhar o que encontramos pelo caminho e incentivar as pessoas a praticarem essa modalidade”, destaca o cicloturista.

Acompanhe:
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@Pedalemdosedupla