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Burocracia reduz poder de enfrentamento à crise do abastecimento em Brusque

Medidas estudadas pela prefeitura esbarram em empecilhos legais

O primeiro escalão da Prefeitura de Brusque tem se reunido todos os dias para avaliar medidas de enfrentamento à crise de desabastecimento que tem sido provocada pela greve dos caminhoneiros, que já chega a dez dias.

O principal entrave é garantir o funcionamento dos serviços em consonância com a legislação.  Apesar do município ter decretado estado de emergência, que lhe permite menos rigor na hora de contratar serviços, por exemplo, há outros problemas difíceis de serem superados.

Um exemplo é a alimentação. O prefeito Jonas Paegle está preocupado com os estoques nos supermercados, e com os relatos que tem recebido a respeito da falta de mantimentos.

Uma ideia surgida no gabinete seria editar um documento que obrigasse os supermercados a limitar itens por cliente, já que nem todos acataram a solicitação que foi feita. A análise jurídica, no entanto, é que o governo só pode emitir uma recomendação, sem poder obrigar as empresas a nada.

Com isso, o governo já trabalha com cenários futuros de possível agravamento da crise de abastecimento. A Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social mapeiam diariamente a situação em Brusque, e estudam deixar em stand by um plano de contingência em caso de falta de itens básicos.

Esse plano inclui o recebimento de alimentos de fora para serem distribuídos em caso de necessidade.

Na saúde, o secretário Humberto Fornari preocupa-se com a dificuldade dos funcionários se locomoverem. Em que pese as equipes dos postos de saúde serem compostas de vários profissionais, o atendimento fica bastante prejudicado se médico e enfermeira não comparecerem.

As faltas têm se intensificado com o decorrer de greve, e o secretário teme que terá que fechar as unidades e concentrar os atendimentos na Policlínica.

Uma solução vislumbrada por ele e por membros do governo foi disponibilizar um ônibus ou mesmo outros veículos da prefeitura para ir buscar os profissionais em casa, de forma que o atendimento não precise ser suspenso.

A intenção, entretanto, esbarra na burocracia: a prefeitura foi informada de que não é permitido o uso de combustível para transporte de funcionários, somente de pacientes.