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Busca por renegociação de dívidas cresce 35% em Brusque

Economista diz que consumidores estão se organizando após o pagamento de impostos do começo do ano

O primeiro trimestre deste ano fechou com um aumento de 35,4% no número de cancelamentos de registros no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) em Brusque em comparação com o mesmo período do ano passado.

O crescimento, segundo o gestor executivo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Carlos Eduardo Vieira, mostra que as pessoas que estavam negativadas estão procurando saldar as suas dívidas. “Isso é extremamente positivo para o nosso comércio”, diz.

O economista e professor da Uniasselvi, Arilson Fagundes, explica que a redução no número de registros é um fator característico desta época do ano. “Os consumidores estão voltando a organizar-se financeiramente após o pagamento de impostos, inclusive IPTU e matrículas escolares. E, muitos, talvez, usaram os recursos financeiros adquiridos do 13º salário e férias para saldar suas dívidas e limpar o seu nome”.

O gestor executivo da CDL destaca que é muito importante que o consumidor saiba onde está devendo para que assim possa dar entrada no processo de renegociação da dívida. “Esse serviço nós prestamos aqui no balcão de atendimento da CDL. A nossa orientação é que o cliente procure essa empresa credora para fazer a renegociação e, assim, possa estar com o nome limpo novamente e consiga fazer um financiamento para comprar uma casa, um carro, continuar adquirindo bens”.

Vieira lembra ainda que a partir do momento que é feita a renegociação da dívida, o nome do consumidor precisa ser excluído imediatamente do banco de dados do SPC. “Aquela dívida que a pessoa tinha findou a partir da assinatura do contrato de renegociação. Inicia-se então, uma nova dívida e a pessoa volta a ter o nome limpo. Mas é preciso honrar o compromisso, pagar as prestações com o novo contrato, porque senão volta a ser negativado no SPC”.

O economista destaca que o consumidor precisa ficar atento na hora de renegociar a dívida e limpar o nome. “É importante entender perfeitamente o que está renegociando, organizar-se quanto ao valor, prazos e datas de pagamentos, evitar fazer novas dívidas, verificar a taxa de juros aplicada e, se tiver um dinheiro para saldar as suas dívidas, usá-lo, pois a taxa de juros cobrada, geralmente, é maior do que algumas aplicadas em poupança, por exemplo”.


Número de registros no SPC também cresce

Apesar do aumento na regularização de crédito, os dados da CDL de Brusque mostram também que nos três primeiros meses deste ano houve um aumento de 24% no registro de negativações no SPC, em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Geralmente, os dois índices caminham nessa margem de 10% de diferença entre um e outro. É o que costumamos perceber todos os anos. Gostaria muito que esse registro diminuísse, mas sabemos que tem muita gente desempregada, o que contribui para essa estatística”, destaca Vieira.

O aumento da taxa de desemprego é um dos principais fatores elencados pelo economista para o crescimento das negativações. “O aumento da desocupação no mercado de trabalho, a queda dos rendimentos e a elevação dos juros e inflação têm contribuído decisivamente para a diminuição do orçamento das famílias, obrigando a reduzirem o seu consumo e, não raro, protelaram o pagamento de suas dívidas”.

Fagundes dá algumas dicas para que as famílias evitem ter o nome negativado no SPC, como nunca gastar mais do que se ganha, organizar-se financeiramente com os recursos financeiros que dispõe, não comprar por impulso, evitar crediários e financiamentos com juros muito altos e pesquisar.


Dicas para não entrar no SPC

  • Nunca gaste mais do que você ganha;
  • Organizar-se financeiramente com os recursos financeiros que dispõe. Fazer planilhas ou anotações é o melhor caminho;
  • Não comprar por impulso, apenas o essencial e, se possível, à vista;
  • Evitar crediários e financiamentos com juros muito altos;
  • Pesquisar usufruindo do melhor preço;