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Caça de relíquias: como são encontradas as antiguidades do Mercado de Pulgas de Brusque

Evento reúne na cidade colecionadores de diferentes locais

A 18ª edição do Mercado de Pulgas de Brusque aconteceu neste final de semana e contou com expositores de diversos locais, com uma grande variedade de produtos, no pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof. O evento é voltado principalmente para o comércio de antiguidades que, conforme seus vendedores, possuem suas particularidades e maneiras de serem encontradas.

Paixão de família

Bruna Sardagna, de 28 anos, participa do evento há cerca de seis anos e revelou como ela e o marido Leandro Lobo, de 35 anos, entraram nesse mercado e caçam as suas relíquias. O casal é dono da loja Lobo Antiguidades, que ficava em Indaial, há oito anos, mas a paixão por coleções começou antes mesmo deles se conhecerem.

Beatriz Coan/O Município

“Na verdade a gente sempre colecionou, tanto eu quanto o meu marido, mas aí chegou uma fase que faltou espaço na casa e começamos a vender em eventos. Para achar os produtos a gente viaja o país inteiro. Colocamos a família toda no carro, a gente e os nossos cinco filhos, e vamos país afora. Vamos direto na fonte, em sítios, casarões abandonados, casas antigas e descobrimos na sorte. Vamos parando nas casas, batendo palma e pedindo informações, principalmente no interior”, explica.

Ela também conta que alguns dos achados não chegam na banca, pois acabam ficando para a família. “Tem tanta coisa. Tem uma boneca de 1913 que achamos em um casarão em Blumenau, tem muita coisa que a gente não vende, que a gente tem um certo apego. Coisas simples também, como uma caneca, mas que o lugar que a gente achou foi um lugar especial e não vende de jeito nenhum”, conta.

Busca por porcelanas

Já a Diana Verani, de 45 anos, da Espaço Verani Antiguidades tem um processo diferente na hora de encontrar as suas relíquias. Com loja em Balneário Camboriú, ela se especializou na venda de louças antigas de porcelana depois de muito acompanhar o marido que é colecionador de vinil e aparelhos de sons antigos.

Beatriz Coan/O Município

Dentre os garimpos mais marcantes estão os que são feitos nas casas de acumuladores. “Eu vou muito para casa de acumuladores. São pessoas que acumulam muitas coisas, desde jornal, caixas de leite, de tudo e muitas peças antigas. São casos em que eles já não cuidam da casa e não cuidam das coisas, então não são colecionadores, são acumuladores. E quando comecei fiquei um pouco chocada ao ir na casa da pessoa e ver aquele acúmulo, mas mesmo assim eu consigo tirar peças lindas de dentro dessa, vamos dizer, sujeira”, revela.

Beatriz Coan/O Município

Além de aprender a garimpar as louças, Diana precisa saber identificar as peças para evitar as réplicas. “É muita pesquisa. Tenho um grupo específico de colecionadores e vendedores onde a gente se ajuda nessa parte de verificação da peça e ao longo de sete anos a gente vai aprendendo. No começo eu fui bastante enganada, porque eu não tinha muito conhecimento e tem muita réplica hoje em dia, mas vamos aprendendo a identificar o material”, explica.

Sem espaço para o hobby

Apaixonado por rádios e aparelhos antigos de som, Mário Sérgio, engenheiro aposentado de 70 anos, deixou de ser apenas um colecionador e passou a ser vendedor quando se deparou com uma coleção de 350 peças. Além de garimpar, ele também é o responsável por fazer com que todos os aparelhos voltem a funcionar.

Beatriz Coan/O Município

“Eu colecionava rádios antigos, fabricados entre as décadas de 30, 40 e 50. Eu cheguei a ter 350 rádios em casa, tudo funcionando, mas aí achei que chegou a hora de começar a me desfazer e tenho vendido. Mas isso aqui é só 10% ou 15% do que eu tenho de rádios. Ocasionalmente eu ainda garimpo, tanto nas feiras que participo quanto na internet, mas não viajo porque se não minha família me mata”, conta.

Discos e gerações

A família da Niviane Cunha, de 48 anos, também estava presente na feira com a sua banca, mas seu contato com o mercado de antiguidades começou de uma forma diferente. Ela faz parte da terceira geração do negócio da família, a Elwo Raridades em Vinil e Cds que fica em Joinville, que vende discos, cds e fitas cassetes, antes mesmo deles se tornarem relíquias.

Beatriz Coan/O Município

Com mais de 60 anos de história, a loja passou por diferente fases do “comércio musical”. “Com a transição do vinil para o cd, a gente viu o nicho de entrar no mercado de pulgas. Foi uma transição um pouco complicada, porque deu uma baixa e aí só com as feiras mesmo. O interessante é que agora a gente vai onde o cliente está”, disse.

Além de aproveitar o evento para vender, Niviane revela que as feiras também ajudam na hora de renovar o estoque. “A gente faz muita feira, inclusive feiras só de vinil. Então, encontramos novos produtos através de trocas, clientes que trazem pra gente e também vamos atrás de outros mercados como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Tem que ir atrás, tem que buscar”, pontua.

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