Novato na política, Cacá Tavares tem cultura e educação como principais causas
Empresário de 45 anos comenta motivações para candidatura e ligação com o meio artístico-cultural
Cacá Tavares (Podemos) foi eleito vereador de Brusque com 851 votos. Com prioridades e projetos na cultura e na educação, o empresário de 45 anos evita ter rótulos em sua postura na Câmara, garante que cumprirá os quatro anos de seu mandato e se revela surpreso com o quanto da cidade conheceu durante a campanha.
Tavares rejeita ser classificado como situação ou oposição, e relata que a intenção é ter uma postura diferente. Acredita em uma harmonia entre Executivo e Legislativo, mas também na independência, e destaca a função de fiscalização. “Na teoria, eu me elegi pela oposição. Mas uma das coisas que preguei na minha campanha foi levar uma postura diferente à Câmara. Por que eu tenho que ter um carimbo, um rótulo em cima de mim? Não vejo necessidade disso”, comenta.
O vereador eleito relata que cresceu no meio cultural e em meio a livros e gibis. Esta parte de sua formação foi causa de seu envolvimento, especialmente com a música. “O Rock na Praça, projeto muito bacana, é uma ideia minha, que levei em 2001, ao Ciro [Roza], na época em que era prefeito. Meu irmão, Graciliano Tavares, trabalhava na secretaria de assuntos para a juventude, e levei a ideia até ele. Naquele ano, fizemos a primeira edição. Abriu espaço para bandas autorais e covers de Brusque”, comenta.
Tavares destaca seus trabalhos em sua empresa, DoBerro, como uma abertura de espaço em rádio e TV para artistas. “A cultura terá minha atenção especial. É uma das propostas da minha campanha. Acredito na cultura como transformadora social. Tenho projetos, coisas que estão na minha cabeça há bastante tempo. Desde música a grafite, por exemplo, qualquer manifestação artística. É impressionante a quantidade de talentos que temos em nossa cidade, e que muitas vezes não tem espaço. Dá para fazer muito mais.”
Filho de professora, Cacá Tavares afirma que tem algum conhecimento na área, pelas vivências com a família. Além da cultura, a educação será um dos focos no mandato. “Tudo que vier de projetos voltados a melhorias, capacitação, tudo terá meu apoio incondicional. Tenho ideias de projetos para a educação”.
O plano é cumprir todo o mandato, por todos os quatro anos. “Entrei nas casas e nas empresas como candidato a vereador, não qualquer outra coisa. Não concordo, mesmo estando dentro da lei, uma pessoa eleita ao legislativo ter um cargo no executivo. Respeito quem faz.”
Tavares se filiou ao Podemos somente em 2020, e antes não tinha qualquer filiação partidária, nem mesmo grande interesse em atuar na política. Foi assessor de imprensa da Câmara entre 2009 e 2012, e em 2018 e 2019 a ideia de se candidatar começou a ficar mais sólida. “Vários amigos disseram que tinha boas ideias, e me incentivavam. A ideia foi ganhando espaço. Em março, comecei a pensar. Fiquei 45 dias só em casa, pensei por bastante tempo. Tive conversas com a família.”
O vereador eleito relata que aprendeu mais sobre a própria cidade, e que sua visão, durante a campanha, se estendeu para muito além do bairro Guarani, onde nasceu e cresceu, e as proximidades.
“Achava que eu conhecia Brusque, mas conhecia apenas um pedaço. Muito ligado ao bairro e proximidades. Conheci uma Brusque linda, com cantos que nem sonhava, bairros que não conhecia. Conheci pessoas sensacionais. Brusque mais próspera e empreendedora do que pensava. Se eu amava Brusque, hoje sou completamente apaixonado”, encerra.