Calor altera a rotina dos animais do Parque Zoobotânico de Brusque
Os moradores do zoo ganham picolés de fruta e banhos para enfrentar os dias quentes
O calor intenso não causa desconforto apenas aos seres humanos. Os animais também cofrem com a chegada da estação mais quente do ano. No Parque Zoobotânico de Brusque, a rotina é alterada com a adoção de cuidados especiais para evitar desidratação e estresse dos animais durante o verão.
A estrutura do local, cheia de árvores, facilita o resfriamento do zoo, mas não é o suficiente para evitar medidas especiais para combater o calor. A mudança na alimentação é uma delas. Frutas com bastante água como melancia e laranja são priorizadas. Sortes especiais feitos de frutas congeladas são servidos regularmente.
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Para os carnívoros, carne congelada passa a fazer parte do cardápio. Mas as alterações não se restringem à alimentação. As árvores, por exemplo, não são podadas como no inverno, permanecendo volumosas para fazer mais sombra. Para as aves, é feito um banho com gotículas de água, simulando chuva.
O zoo conta com cerca de 200 animais de mais de 40 espécies. Eles ficam abrigados em 43 recintos diferentes. A bióloga do parque, Ana Kelly Pitlovanciv, destaca que o cuidado com os animais é intenso durante todo o ano, mas as épocas com temperaturas extremas exigem atenção especial. “As serpentes, por exemplo. Durante o inverno temos que manter o aquecedor ligado direto. No verão, muitas vezes fica desligado. A temperatura ambiente ideal para elas é de 28 graus. Em um ambiente aberto, elas se movimentam controlando a temperatura do corpo, mas em cativeiro é importantíssimo que a temperatura fique próxima disto”, explica.
Os alimentos congelados são dados para os animais ocasionalmente, nunca diariamente, mesmo no calor intenso. “Caso contrário, poderíamos acostumar mal os animais, causando mal estar e até mesmo resfriados. Outra opção de alimentação para algumas espécies no verão é gelatina”, assinala a bióloga.
Os profissionais do zoo também motivam os animais a se resfriarem, informa Ana. “Por exemplo, jogamos peixes na piscina das onças para elas caçarem. E elas caçam mesmo, é incrível o instinto”. Os próprios animais mudam os hábitos no verão. “Os jacarés passam mais tempo na água do que fora dela nesta época do ano. No inverno é completamente o contrário”, destaca a bióloga.