Câmara de Brusque aprova acordo entre prefeitura e família Hoffmann
Oposição, que queria mais tempo para analisar o projeto, foi voto vencido e prefeitura está autorizada a assinar o acordo
Oposição, que queria mais tempo para analisar o projeto, foi voto vencido e prefeitura está autorizada a assinar o acordo
A última sessão da Câmara de Vereadores deste ano foi realizada na tarde de ontem, em caráter extraordinário.
O assunto que dominou o encontro foi o projeto que autoriza a prefeitura a firmar acordo judicial para pagamento da desapropriação da família Hoffmann – ex-proprietária da área onde hoje está o pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof, a Arena Brusque, o Kartódromo Municipal e seus arredores – que está em andamento desde 1992.
O acordo aceito pela prefeitura e pela família prevê que como forma de compensação por não terem recebido indenização pela propriedade perdida, os ex-proprietários recebam de volta uma área de 38,2 mil metros quadrados.
Como já adiantado pelo Município Dia a Dia na edição de ontem, as áreas que voltarão para a posse da família Hoffmann englobam o Kartódromo Municipal, a pista de bicicross e as áreas onde são realizadas a Fenajeep e o Rodeio Crioulo.
O acordo com a atual gestão vinha sendo construído desde agosto deste ano. Antes, em 2013, o governo Paulo Eccel ofereceu uma área de 18 mil metros quadrados como pagamento, mas a proposta não foi aceita.
O projeto autorizando a prefeitura a fazer o acordo com a família foi encaminhado em regime de urgência para a Câmara de Vereadores. O líder da oposição, Valmir Ludvig (PT), fez um pedido de vistas, alegando que como o projeto se tornou público na noite de terça-feira, 15, a União Brusquense de Associação de Moradores (Ubam) e a Associação de Moradores do Centro II protocolaram pedido de audiência pública para discutir o acordo. “Gostaria de conhecer melhor todas as implicâncias desse acordo. Acredito que a audiência pública ajuda a fazer tudo com tranquilidade, transparência e segurança. Concordo que é preciso resolver essa questão, mas é preciso que a sociedade saiba mais sobre o acordo. Esperar até fevereiro não é muito mais tempo diante do que já foi esperado”, diz.
O presidente da Casa, Jean Pirola (PP), colocou o pedido de vistas em votação, mas ele foi rejeitado com o placar de 9 a 5. Com isso, a autorização para o acordo entre a prefeitura e a família Hoffmann foi para votação.
O vereador Edson Rubem Muller, o Pipoca (PP), justificou seu voto favorável ao adiamento do projeto. Ele disse não entender o por quê de o projeto ser votado em regime de urgência. “Concordei com o pedido de vista porque não entendo a urgência dessa votação. Estou sabendo desse acordo há 24 horas, tenho várias dúvidas, sou a favor, mas penso que a votação poderia ser adiada. A cidade está pagando merecidamente a família Hoffmann, mas porque temos que decidir isso agora, a toque de caixa? Uma ação que perpetua há 20 anos”.
A líder do PT, Marli Leandro, também queria mais tempo para analisar o projeto. “O que questiono é a pressa. Claro que esse assunto tem que ser resolvido, fizeram um acordo há mais de 20 anos, e não cumpriram, e agora, em 24 horas, cabe a nós a responsabilidade de resolver uma questão de anos”.
O líder do governo na Câmara, Alessandro Simas (PR), rebateu as alegações da oposição. Para ele, o acordo beneficia muito o município. “A família está sendo justa, benevolente com nossa cidade. Eles vão abrir mão de 100 mil metros de área, abrir mão de um recurso que garantiria muitas gerações da família em prol do município”.
Para o líder do PSD, Ivan Martins, a aprovação do projeto é a oportunidade que os vereadores têm de corrigir uma falha. “Nós, vereadores, temos a obrigação de votar, temos a missão de corrigir essa falha. Se nós não votarmos, quem vai votar? É chamado acordo quando é bom para ambos os lados. E este, sim, é um acordo. O que foi apresentado pelo Paulo Eccel era bom apenas para a prefeitura, tanto que a outra parte nem assinou”.
Após uma longa discussão com a situação argumentando a importância de aprovar o projeto e a oposição querendo segurar até o próximo ano, a matéria foi para votação e aprovada por oito votos favoráveis contra cinco abstenções.
Curtas