Câmara de Brusque aprova moção de repúdio ao governador Jorginho Mello em meio à greve dos professores
Moção foi proposta pela vereadora Marlina Oliveira
A greve dos professores da rede estadual foi assunto na sessão da Câmara de Vereadores de Brusque nesta terça-feira, 7. Na ocasião, foi aprovada uma moção de repúdio ao governador Jorginho Mello (PL), em decorrência, conforme consta no documento, das ações tomadas contra professores temporários grevistas.
O vereador Rogério dos Santos (Republicanos) foi o primeiro a abordar o assunto na tribuna, durante o período destinado às lideranças partidárias. Ele disse que Jorginho Mello teve uma postura ditatorial ao demitir profissionais que aderiram à greve.
O governador já havia declarado que profissionais que participassem do movimento grevista seriam substituídos por outros. Recentemente, algumas semanas após o início da paralisação, professores da rede estadual de Brusque e Guabiruba foram demitidos.
“É lamentável sob todos os aspectos o que o governador tem feito com os profissionais da educação, demitindo sumariamente e ditatorialmente os profissionais que aderiram à greve, principalmente aqueles em caráter temporário. Triste e lamentável tratar professores dessa forma”, manifestou Rogério.
O parlamentar foi aplaudido por manifestantes que estavam no plenário. A moção de repúdio ao governador foi proposta pela vereadora Marlina Oliveira (PT) e aprovada com 11 votos favoráveis.
O vereador Jean Pirola (PP) também se manifestou. “Quero me solidarizar à fala do professor Rogério. Já fui professor ACT do Feliciano Pires e sabemos o quanto dói quando um professor é demitido enquanto reivindica seus direitos”. Ele afirma que é necessário “aumentar e não diminuir” a educação.
Marlina Oliveira falou sobre o objetivo da moção na tribuna. Ela relata que o intuito do repúdio é que o governador reveja as demissões e abra diálogo com os professores grevistas. A vereadora também foi aplaudida durante o discurso.
“No cair da tarde de sexta-feira, às 17h59, o governo de Santa Catarina demitiu professores e professoras ACTs. Ele fez isso com a ajuda dos gestores, o que é outro problema, pois quem é diretor também é professor. O governador tem a coragem de fechar a porta da negociação. Na política, não vale tudo”, critica.
O vereador Natal Lira (PRD) seguiu os colegas. Ele repudiou a postura de Jorginho Mello e parabenizou os professores. Além dele, Rogério dos Santos voltou a abordar o assunto, em aparte durante o discurso da vereadora Marlina.
“O que esperamos é que ele (Jorginho) tenha dignidade e respeito para atender aos professores e rever essas demissões ilegítimas e violentas”, pede Marlina. “É lamentável, em uma decisão de gabinete, o governador Jorginho Mello demitir profissionais da educação. Fico até sem palavras”, completa Rogério.
Os vereadores Rick Zanata (Novo), Rodrigo Voltolini (PSDB), Jean Dalmolin (Republicanos) e Nik Imhof (MDB) também se manifestaram sobre o assunto e se solidarizaram aos professores. “Votei no Jorginho Mello, mas fiquei assustado com a atitude que ele tomou”, afirma Nik.
Motivos da greve
Entre as reivindicações da categoria, está a hora-atividade para todos os trabalhadores da educação, benefício do qual os profissionais possuem direito, mas que, segundo eles, não é cumprido.
A descompactação da tabela salarial da categoria é a principal das reivindicações. Eles afirmam que professores que possuem uma carreira longa, com especializações, mestrado e doutorado, têm, praticamente, recebido o mesmo valor que profissionais em início de carreira.
Outro pedido está relacionado à realização de concursos públicos. Ainda de acordo com manifestantes, o número de professores contratados de forma efetiva é bem menor do que o número de profissionais contratados por regime em caráter temporário.
O governador Jorginho Mello não concorda com os grevistas. Em publicações nas redes sociais, ele listou motivos pelo qual entende que as reivindicações são descabidas.
“Com base nos portais de transparência de cada estado, SC paga a maior média salarial da região Sul aos profissionais da educação, superior em cerca de 15% à paranaense e aproximadamente 50% maior que a gaúcha”, argumentou o governador.
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