Câmara de Brusque refaz votação e confirma aprovação de doação de terreno para empresa no Limeira

Dez dos 15 vereadores foram favoráveis ao projeto

Câmara de Brusque refaz votação e confirma aprovação de doação de terreno para empresa no Limeira

Dez dos 15 vereadores foram favoráveis ao projeto

A Câmara de Vereadores de Brusque aprovou novamente em primeira votação o projeto que autoriza a prefeitura a doar terra destinada à Área Industrial do bairro Limeira para a empresa Arga Processadora de Resíduos Ltda., destinada a construção de uma usina de aproveitamento de resíduos orgânicos sustentáveis e ecológicos, e produção de biogás.

A primeira votação já havia sido realizada na semana passada, mas foi anulada. Isto porque o regimento interno define que projetos desse tipo necessitam de dois terços de votos favoráveis para aprovação.

Na semana passada, foram oito votos favoráveis e seis contra. Desta vez, foram dez a favor e cinco contrários, o mínimo necessário para que o projeto fosse aprovado. Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos) mudou sua posição, enquanto o presidente da casa, Alessandro Simas (DEM), que não se manifestou na última sessão, também foi favorável.

Assim como na última semana, vários moradores, contrários à instalação da empresa, estiveram presentes na casa.

O projeto da empresa de resíduos é baseado em um modelo alemão que processa resíduos orgânicos – desde frutas até fezes de animais – e os processa em grandes reservatórios lacrados. Este processo gera biogás e fertilizantes que serão comercializados.

A votação

Os votos favoráveis foram de Alessandro Simas (DEM) André Batisti, o Deco (PL), André Rezini (Republicanos), Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos), Deivis da Silva (MDB), Ivan Martins (DEM), Jean Pirola (PP), Natal Lira (DC), Nik Imhof (MDB) e Rick Zanata (Patriota).

Votaram contra os vereadores André Vechi (DC), Beto Piconha (Podemos), Jean Dalmolin (Republicanos), Marlina Oliveira (PT) e Rogério dos Santos (DEM).

Justificativas

O vereador Cacá Tavares explicou a mudança de seu voto. “A injustiça me incomoda muito. Busquei muitas informações desse projeto, conversei com vereadores, o jurídico e outras pessoas, respeito muito a população. Mas informações foram colocadas erradas para a população. Esse projeto não tem nada a ver com a Rio Vivo, que dá o cheiro ruim, não é um lixão. A prefeitura já tinha dado a autorização, mas foi colocado nas nossas costas essa responsabilidade. Todos os documentos foram entregues pela empresa. Não posso legislar por suposição. Vamos fazer uma comissão para fiscalizar”.

Jean Pirola (PP) condenou xingamentos que recebeu de moradores na semana passada e cobrou respeito da população. “Não sei quem inventou para uns e outros que lá vai ser um lixão. Meia dúzia de pessoas não vão me calar. Não sou vagabundo, mau-caráter, sem vergonha como fui chamado, tenho três mandatos na Câmara. Não se muda o pensamento do vereador dessa forma, não venham com ameaças. Não tenho medo”.

Líder do governo na câmara, Nik Imhof (MDB) afirmou que o texto é legal e sugeriu que os vereadores fiscalizem e cobrem a empresa. “Entendo a preocupação dos moradores, mas essa casa tem o papel de verificar a legalidade do projeto, não das liberações ambientais. Me coloco à disposição para criarmos um grupo de trabalho e, se não seguirem as regras, vamos criar uma CPI e buscar medidas”.

Para Marlina Oliveira (PT), a preocupação da população em relação à obra é válida. “Já aconteceram processos lá antes da autorização. Repudio a violência, mas a população que está aqui tem representatividade, consigo entender o que a presença deles representa. Tenho o compromisso de olhar o anseio deles. Não sou tão otimista ao pensar que vamos conseguir fazer mudanças lá depois de ser aprovado”.


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