Campeã mundial, goleira guabirubense faz sucesso em Florianópolis
Luana Bittelbrunn joga pelo Figueirense/PREC desde agosto e fala sobre trajetória no futebol 7
Aos 23 anos, a guabirubense Luana Bittelbrunn vive o seu melhor momento no esporte: atuando há dois meses pelo Figueirense/Paula Ramos, já conquistou dois títulos nas únicas competições que disputou até aqui: o Mundial de Clubes da FIF7, em Roma, e a Copa Sul. Apaixonada por futebol, a goleira demonstra gratidão e comoção com as realizações mais recentes e sonha com voos mais altos no futuro.
A paixão pelo começou ainda na escola, quando começou a jogar o futebol de campo, em competições estudantis. “Desde pequena sou goleira, sempre gostei”, comenta. O foco principal era o Moleque Bom de Bola, um dos principais torneios de futebol escolar de Santa Catarina.
Com o privilégio de nunca ter sido alvo de qualquer preconceito por jogar futebol, Luana estava sempre entre os garotos, muitas vezes sendo a única menina presente nos grupinhos em Guabiruba. O tempo passou e Luana começou a praticar futsal, modalidade com a qual disputou os Jogos Comunitários de Guabiruba e o campeonato municipal. Atuou por Boos Futsal e Tor Soccer.
Luana teve que deixar Guabiruba para estudar. Em Palhoça, na Grande Florianópolis, faz o curso técnico de enfermagem do Senac. Também passou a jogar pelo DM/Juventus, equipe de futebol 7 sediada em Palhoça que possui parceria com o Juventus, de Jaraguá do Sul.
Figueirense
A chance de jogar no Figueirense/PREC surgiu justamente de um jogo pelo DM/Juventus, com uma atuação exemplar de Luana. “Em um dos torneios, jogamos contra o Figueirense, e o convite surgiu após a partida.”
Imediatamente Luana passou a fazer parte do elenco que foi à Itália para a disputa do Mundial de Clubes. A guabirubense atuou em todas as partidas da campanha que deu ao clube seu tricampeonato mundial: em quatro jogos, foram 23 gols marcados e apenas dois sofridos.
A final foi contra a Lazio, o time da casa. Após o empate em 1 a 1 no tempo normal, a partida foi aos shoot-out, um “pênalti em movimento” com tempo determinado para a finalização. Prevaleceu a tradição do Figueira, vencendo por 2 a 1, de virada.
Na volta ao Brasil, Luana participou ativamente da campanha do título da Copa Sul, conquistado em 20 de outubro com vitória por 4 a 1 no clássico contra o Avaí/Jr Gás. Foi ainda eleita a melhor goleira da competição. Ou seja, venceu todas as competições que disputou com seu novo clube.
A rotina, mantida com o auxílio de uma bolsa-atleta, exige um deslocamento considerável. Morando em Palhoça, Uma vez por semana Luana vai ao Paula Ramos Esporte Clube, no bairro Trindade, na parte insular de Florianópolis. O PREC é um tradicional clube de Florianópolis, campeão catarinense de futebol em 1959.
Foi na capital que Luana também encontrou um mentor importantíssimo para sua evolução dentro de campo: o ex-goleiro Rafael Córdova, que teve passagens por Vitória, Paysandu, Atlético-GO, entre outros clubes.
“Ele é um excelente preparador de goleiros, me ajuda muito, posso contar com ele pra tudo. Tudo que venho aprendendo é com ele, que vem me ensinando, passando esse conhecimento. Só tenho a agradecer, depois que comecei a treinar aqui, só coisas boas estão acontecendo na minha vida. É uma vitória, eu almejava isso”, relata.
Grata pela ascensão que vive no futebol 7, Luana também sonha com voos mais altos a longo prazo.
“Como o futebol feminino tem pouco apoio, eu penso em um dia poder jogar no campo, que dentre as variantes do futebol, é a mais valorizada no naipe feminino. É um sonho jogar num time grande e acumular ainda mais conquistas. Se eu conseguir jogar nos Estados Unidos, melhor ainda.”
Os jogos pelo Mundial
Figueirense/PREC 5×0 Ma-Rus (RUS)
Figueirense/PREC 14×0 Integral (RUS)
Figueirense/PREC 3×1 União Ribeirão (PR)
Figueirense/PREC 1×1 (2×1 S.O.*) Lazio (ITA)