Donos de campos de futebol se mostram otimistas com volta das atividades no ramo em Brusque
Primeiras regras foram estabelecidas no início de setembro; mudanças pontuais animam setor
Campos e quadras de futebol em Brusque e região ganharam regras mais flexíveis a partir de 2 de outubro, e proprietários e administradores destes espaços têm se mostrado mais otimistas com as atividades, depois de um período de quase seis meses de paralisação por conta da pandemia de Covid-19. A principal mudança é que não há mais alternância de dias, ou seja, grupos podem jogar a cada sete dias em vez de a cada duas semanas.
“A maioria das regras estabelecidas inicialmente seguem em vigor sem mudanças desde 5 de setembro. Uso de churrasqueiras, vestiários, distanciamento nos bares, proibição de pessoal aglomerado ao redor do campo e de entrada de menores de 16 anos”, comenta Sergio Lang, da Sociedade Caça e Tiro Ipiranga, no bairro Souza Cruz.
Ele lembra que as liberações foram feitas porque a região de Brusque está no nível de risco alto da pandemia, em vez de estar no risco grave, de acordo com a classificação do Governo de Santa Catarina. Lang comemora as medidas, e lamenta que o ramo havia sido o único a ter uma restrição com alternância de dias com o risco grave.
“Alguns grupos não quiseram voltar a jogar por precaução, em um primeiro momento, mas a maioria retornou. De qualquer forma, tivemos um aumento de turmas. Acho que o pessoal ficou bastante tempo parado e estava ansioso para voltar a jogar.”
O movimento também tem estado satisfatório para Guilherme Rodrigues, do HKR Soccer. “Há bastante procura por jogos, o pessoal estava com sede de uma “pelada”. Por aqui, todos os grupos voltaram a jogar.”
“O pessoal estava querendo voltar a jogar, o futebol é uma atividade recreativa forte na nossa cidade, que traz renda. Este período de parada foi importante para vermos como o futebol é importante enquanto recreação e saúde, o quanto as pessoas sentem falta”, comenta o proprietário do Euro Soccer, Tiago Cuchi.
Receios
Ainda que os proprietários de campos e quadras estejam mais aliviados com a volta das atividades, há olhos para o futuro a curto prazo. Existe o receio de que a pandemia ganhe ainda mais força e torne a situação insustentável a ponto de novos fechamentos serem feitos.
“Todos os ramos precisam agora fazer uma preparação, um capital separado para aguentar alguns meses nestas situações. Foi um momento sem precedentes. Não tivemos como fazer um caixa ainda, porque há um prejuízo muito grande. É o momento de pagar as contas dos meses nos quais não pudemos trabalhar. É difícil quem consiga fazer isto neste reinício”, comenta Lang
“Eu tenho um certo receio, porque já há pesquisas que apontam neste sentido, de uma nova fase da pandemia após as liberações. Eu trabalho com a hipótese de que ainda haja novas restrições no futuro, como houve com as academias. Não posso descartá-la”, completa Cuchi.