Câncer de mama: Ciúmes gera barreiras para mulheres que gostariam de fazer tatuagem após operação
Tatuador teve grande procura após publicação de reportagem
Tatuador teve grande procura após publicação de reportagem
No fim de outubro, o tatuador Ivo Miguel Buss, de 28 anos, lançou um projeto para tatuar gratuitamente mulheres que retiraram a mama devido ao câncer. Entretanto, ele tem esbarrado em um problema desde o lançamento: o ciúmes de alguns maridos. Duas mulheres que haviam marcado o procedimento acabaram desmarcando devido a isso.
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“O meu conselho seria o casal vir até o estúdio, conversar, para os maridos verem que é algo totalmente profissional, e que inclusive eles podem acompanhar o procedimento. Eles têm que ter em mente que isso é uma coisa que pode realmente mudar a vida da mulher que está ao lado deles”, afirma o tatuador.
Assim como ele, a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brusque, Sônia Rieg Fischer, também aconselha os maridos a acompanharem as mulheres durante a sessão.
“Eu sugiro que esses maridos acompanhem as mulheres para dar apoio e ver que o trabalho é profissional. Afinal, também é uma doação. O tatuador está trabalhando voluntariamente e a preocupação dele é melhorar a autoestima das mulheres pra elas superarem melhor”, diz.
Segundo Sônia, as mulheres já estão passando por um momento difícil e justamente durante esse momento os maridos precisam ficar ao lado delas. Ela afirma que todo apoio é positivo não só para se recuperar da doença como também para retomar a vida. A presidente também exalta o trabalho do tatuador, em especial, porque é voluntário.
“Eu acho bem legal o trabalho. Muitas mulheres gostaram da ideia, quando ele ofereceu muitas se interessaram”, conta.
Repercussão
Após o Município Dia a Dia publicar a matéria na edição impressa e na internet sobre o projeto, em outubro, Buss conta que a repercussão foi imediata. Pessoas de todos os lugares do Brasil o contataram para saber mais informações.
“Eu até estava conversando com a minha esposa que quem tiver disponibilidade de vir até Brusque, nós vamos fazer. Não importa se a pessoa não é daqui de Brusque. Nós queremos ajudar”, diz.
Embora o projeto seja direcionado a mulheres que sofreram intervenções cirúrgicas na mama, Buss fará, no próximo dia 11, uma tatuagem para cobrir a cicatriz de Marise Tormena, que fez cirurgia de câncer de útero.
A aposentada de 44 anos conta que ficou a par do projeto por meio do jornal e que após ler a matéria entrou em contato com o tatuador. Segundo ela, Buss topou fazer gratuitamente.
“Em três meses eu fiz duas cirurgias e as cicatrizes ficaram muito feias. É muito bom poder tapar com uma tatuagem. O meu sonho sempre foi tapar. Eu valorizo demais o trabalhado dele porque ele está fazendo o bem para muita gente”, afirma Marise.