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Candidato à Prefeitura de Brusque pelo DEM, Jones Bosio afirma que a área da saúde é prioridade

"Não vamos oferecer cargos em troca de favores", diz Bosio

Jones Bosio (DEM), terceiro candidato a prefeito entrevistado pelo Município Dia Dia, estava pronto para ser vice na chapa de Bóca Cunha, até um dia antes da data de fechamento das coligações.

Reviravoltas inesperadas levaram-no a se lançar na cabeça de chapa pelo partido, opção aprovada por aclamação na convenção realizada no dia 5 de agosto.

Bosio foi secretário de Desenvolvimento Regional de Brusque até 2015 e, desde então, reúne um grupo formado principalmente pelo DEM e dissidentes do PSD em torno de sua candidatura.

O candidato afirma que, se eleito, não estará disposto a negociar cargos em troca de apoio político da Câmara de Vereadores, modelo que se tornou padrão em Brusque. “Não vamos oferecer cargos aos vereadores em troca de favores, para ter maioria”.

Durante os intervalos da entrevista, realizada na segunda-feira, 5, ele aproveita para complementar suas respostas e falar do clima da campanha nas ruas.

Bosio adianta, também, que caberá ao candidato a vice, Moacir Giraldi (DEM), ser a ponte entre prefeitura, Câmara e população, sem assumir, oficialmente, nenhum outro cargo público. “O Moacir não vai assumir nenhuma secretaria”, diz o candidato.


Armamento da guarda

Bosio traz em seu plano de governo proposta de criação de uma guarda em Brusque, e diz ser necessário o debate com a comunidade sobre o armamento ou não dessa guarda. “Alguns querem que arme, mas sem consultar a população não dá, precisa conversar com a comunidade e debater o que seria melhor”.

Ele diz que a criação de uma guarda municipal é importante por causa do baixo efetivo da Polícia Militar, e que não há perspectivas de que o governo do estado envie mais policiais para atuar aqui.

O candidato, além dessa discussão sobre a guarda armada, propõe também a implantação de câmeras de segurança em todos os bairros, e nas entradas e saídas de Brusque, cujo monitoramento ficasse a cargo da PM.


 Prioridades na saúde

Questionado a respeito de suas prioridades para a saúde pública, o candidato do DEM explica que pretende destinar mais recursos para a área, e que a saúde é o ponto principal do seu plano de governo.

Diz que sua primeira ação, caso eleito, será trabalhar para desafogar o Hospital Azambuja, que hoje atende diversos municípios. Bosio propõe, ainda, uma parceria com o Hospital Dom Joaquim, para atendimento 24 horas de urgência e emergência.

Suas propostas também contemplam a implantação de uma UTI Neonatal pública. Também está nos seus planos a abertura da UPA 24 horas, proposta idealizada no governo Paulo Eccel (PT).

Bosio se propõe a dobrar os serviços que a prefeitura contrata do Azambuja, se for eleito.

“Se aumentarmos 5% dos recursos para a saúde, são aproximadamente R$ 20 milhões a mais. Podemos fazer tudo isso com dinheiro do governo municipal, que já está comprometido com a saúde”, argumenta.


Viabilidade das propostas

Além das ações já citadas em saúde, Bosio tem em seu plano de governo propostas da criação de uma clínica de imagem e de um centro de atendimento para animais.

Ele foi questionado sobre a viabilidade financeira dessas propostas, e afirmou que, no caso da clínica, é possível fazer parcerias com os hospitais da cidade, para aparelhá-los e aumentar a prestação do serviço de diagnóstico por imagem.

“Também podemos buscar parcerias com o governo do estado, que tem a obrigação de ajudar nossa cidade. Não dá mais para ficar segurando um ano e meio um exame, isso é óbito, em caso de câncer”, afirma.

Sobre o espaço para animais, segundo ele, a implantação pode ser feita em um terreno público localizado no bairro Cedrinho, sem onerar o município. Para sua construção e manutenção, afirma Bosio, há R$ 400 mil reservados na lei orçamentária, válidos até março de 2017. “Vamos conseguir fazer a clinica, é muito tranquilo, é um compromisso meu”.


Tratamento de esgoto

Bosio afirma que o tratamento de esgoto em Brusque, hoje inexistente, deve ser um compromisso do próximo prefeito eleito, e que não dá mais para postergar as ações nessa área.

Ele elogia o Samae de Brusque, citando-o como referência no estado, e diz que a autarquia tem recursos e meios de iniciar, em parceria com a prefeitura, o tratamento do esgoto doméstico.

Sobre participação privada no processo, ele é bastante cético. Diz que prefere que a prefeitura e o Samae toquem as obras.

“Se tiver que fazer uma parceria público-privada, desde que a prefeitura tenha o comando, não vejo problema. A prefeitura não pode é perder a autonomia de conduzir o processo, para não gerar tarifas para as pessoas pagarem”, analisa.


Vagas em creche

O candidato do DEM diz que a longa fila de espera por vagas em creche, em Brusque, não é uma coisa que vai ser resolvida de uma hora para outra, mas se trata de um problema de resolução gradativa.

Ele diz que tem o compromisso de colocar mais crianças nas creches, mas pretende propor um novo modelo dos turnos de funcionamento. Sua sugestão é ter creches abertas com turnos das 4h às 14h, e das 14h às 22h.

A ideia, afirma, é dar mais conforto aos pais que trabalham em horários alternativos, como das 5h às 13h30, caso bastante comum em Brusque.

Para amenizar o déficit, ele sugere a aplicação mais focada na construção de creches dos recursos da Educação, que hoje são, obrigatoriamente, 25% da receita do município.

Ele reconhece, contudo, que se trata de uma situação difícil.

“Não adianta culpar A, B ou C por esse problema, temos um crescimento muito grande da nossa população, a demanda é grande, não podemos culpar nenhum prefeito”.


Corte de secretarias

O candidato diz que a redução da estrutura da prefeitura sempre foi uma bandeira do DEM, e que, se eleito, irá “reduzir drasticamente” essa estrutura.

Sua intenção é manter no máximo 12 secretarias em atividade. Ele fala abertamente em extinguir a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica, que na sua visão não contribui em nada para a população.

Também está nos seus planos a fusão das fundações de Cultura e Esporte; e das secretarias de Desenvolvimento Econômico e Turismo, junto ao parque Zoobotânico.

Outra proposta, no que se refere a uma eventual reforma administrativa, é juntar a secretaria de execução (Obras) com a de Planejamento (Ibplan).


Produção de água

Assim como boa parte dos candidatos, a proposta de Bosio para resolver um problema crônico, que é o aumento da produção de água pelo Samae, é implantar uma estação de tratamento na localidade de Cristalina.

Além disso, ele sugere também a implantação de um novo reservatório no bairro Águas Claras, a exemplo do que estava sendo pretendido pela gestão do Samae, em 2013, em processo que acabou suspenso por causa de pendências judiciais envolvendo o terreno, cuja desapropriação foi considerada fraudulenta pelo judiciário.

“No nosso governo temos o compromisso de montar uma ETA na Cristalina, e também um reservatório no Águas Claras”, discursa Bosio.


Mobilidade urbana

Bosio diz que construir novas pontes e um anel viário em Brusque é importante, mas muito difícil de viabilizar financeiramente.

“Precisamos ver se temos dinheiro para cumprir essa promessa”, diz o candidato. “O que podemos fazer é abrir as frentes de Beira Rio”.

Ele argumenta que, para abrir a avenida Beira Rio nos dois sentidos, não é necessário, de imediato, dinheiro externo. Afirma que a prefeitura tem escavadeiras e caçambas suficientes para começar a abrir essas vias, sem necessidade de licitar o serviço.

Para o transporte coletivo, Bosio tem uma proposta que consiste no modelo chamado “leva rápido”, dividindo a cidade em 10 ou 12 regiões, com ônibus passando no modelo circular, levando a população do bairro ao Centro a cada duas horas.

“Precisamos fazer com que as pessoas voltem a usar o transporte coletivo. Um ônibus no terminal fazendo rotatividade levando as pessoas ao centro administrativo, de hora em hora”.


Obras intermináveis

Bosio foi questionado a respeito de sua avaliação sobre as obras que se arrastam por longo período de tempo em Brusque. Para ele, isso acontece porque “existe incompetência”.

Segundo o candidato, a eleição devia ser feita no verão, no período de novembro a fevereiro.

“Aí você vê realmente como está a cidade, os pontos de alagamento”, avalia, “porque agora a cidade está maquiada”.

O candidato acusa a gestão atual e as que passaram de não ter coragem para fazer obras em ano eleitoral, para não correr o risco de perder votos. Cita, por exemplo, as obras de drenagem na rua João Bauer, no Centro.

“A João Bauer é um problema, tem dinheiro no cofre, licitado para começar a obra, mas nenhum prefeito fez porque tem medo de abrir buracos, preocupado com a eleição, não podemos aceitar isso”, discursa.

Ele disse, ainda, que não é favorável a reabrir uma empresa pública, nos moldes da antiga Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Brusque (Codeb), para tocar as obras públicas.


Confira entrevista na integra: