Candidato a vice-prefeito pelo PSDB, Ademar Sapelli diz que a política tem jeito
O tucano encerra a série de sabatinas com os candidatos a vice-prefeito
Ademar Sapelli (PSDB), candidato a vice-prefeito na chapa de José Luiz Cunha, o Bóca (PP), faz questão de ressaltar que não é político em suas entrevistas. O tucano é o último entrevistado na série de sabatinas que o Município Dia a Dia promove com os concorrentes à Prefeitura de Brusque.
Sapelli é empresário, proprietário da Sancris, uma das maiores empresas do estado. Na entrevista, ele afirma que não gosta de ser chamado de político porque o termo está carregado de uma conotação negativa.
O empresário adota o discurso de que é um gestor e que prezará pela competência na composição da equipe de secretários, caso eleito. Ele diz que os nomes deverão ser competentes e corresponder à demanda ou serão substituídos.
“Eu quero participar, estar em cada departamento da prefeitura e ver como funciona, e o que eu posso melhorar. Nesse momento da minha vida, eu poderia tranquilamente me aposentar, mas eu quero dar uma contribuição para a cidade. Eu me sinto preparado”, afirma.
Ainda no discurso de que ele não é político, Sapelli não usa o termo “acordo” ao comentar sobre o acerto com o PP. “Nós conversamos, eu não faço acordo”. O candidato diz que lhe foi oferecido ser o cabeça de chapa, mas ele aceitou ser vice no intuito de que a gestão ao lado de Bóca terá como marca as responsabilidades compartilhadas.
Papel do vice-prefeito
Sapelli diz que é capacitado para assumir o cargo de vice ou mesmo de prefeito. Por isso, caso eleito, ele compartilhará a autonomia com o prefeito. “O que eu quero ser é um vice-prefeito que é prefeito. Tem espaço na cidade de 125 mil habitantes para duas pessoas terem suas funções. Eu quero estar junto com o prefeito, tendo a mesma responsabilidade que ele tem”.
O candidato do PSDB destaca que sempre foi ativo na vida da cidade, participando de clubes e associações. Segundo ele, isto o qualifica para ser um bom vice-prefeito.
Cargo no primeiro escalão
Com o discurso de que ele terá tanta autonomia quanto Bóca Cunha, caso eleito, Sapelli não pretende assumir uma pasta no primeiro escalão. De acordo com ele, a ideia é que ele e o prefeito “vão um para cada lado” e depois discutam as reivindicações que ouviram.
“Acredito que não preciso estar em nenhuma divisão da prefeitura porque vamos ter 11 secretários. Eu quero cobrar dos secretários”, diz o candidato. “Os secretários vão ficar se estiverem fazendo um bom trabalho, e não temos compromisso político com ninguém”.
Articulação política
Embora se apresente como um gestor, Sapelli terá o desafio de fazer a articulação com a Câmara de Vereadores. Experiências recentes mostraram que a prefeitura tem dificuldades sem apoio no parlamento.
“Vou fazer este papel juntamente com o Bóca, acreditando que os vereadores eleitos tenham comprometimento e assumam sua responsabilidade com a sociedade brusquense, não com o partido”, afirma.
Sapelli explica que a ideia é criar três conselhos, formados por jovens, líderes comunitários e pessoas estabelecidas, para que eles sejam consultados e compartilhem as decisões da administração municipal.
Entrada na política
Ademar Sapelli não é político, nunca teve um cargo eletivo e foi anunciado como candidato do PSDB somente depois que Serafim Venzon, da mesma sigla, recusou concorrer. O empresário diz que resolveu aceitar o convite para retribuir o que Brusque já lhe proporcionou.
“Muitas pessoas de bem foram convidadas e não tiveram coragem. Eu te garanto que fiquei com frio na barriga, mas estou encorajado e sei que posso fazer isso”, diz. E completa: “eu posso ajudar a cidade, estaria preparado para ser prefeito, mas aceitei ser vice”.
O candidato afirma que, assim como boa parte da população, também não está satisfeito com a política, no entanto, é preciso tomar uma atitude. “É um momento de coragem, vendo as pessoas desesperançosas, achando que não tem jeito. A política tem jeito, sim”.
Judicialização
A candidatura de Bóca Cunha teve um pedido de impugnação por parte da campanha do PSB. Alegavam que o PSDB havia coligado com o PP fora do prazo reservado para as convenções partidárias.
A judicialização da política tem sido uma constante em Brusque, notoriamente, após a cassação do então prefeito Paulo Eccel. Sapelli afirma que recebeu com felicidade a notícia de que a candidatura não estava impugnada, conforme a Justiça.
“Quando se tem que entrar para derrubar nos tribunais, se faz errado, porque se tem medo, necessidade de poder. Para mim, foi motivo de orgulho essa preocupação de ter que derrubar o Bóca, mas com certeza quiseram derrubar o Ademar Sapelli”, diz.
Renovação
No momento das considerações finais, o candidato tucano aproveitou para apelar aos jovens. Ele diz que esta deveria ser a última eleição com pessoas com mais de 50 anos, e que é preciso que novos líderes jovens surjam.
“Gostaria que o eleitor conversasse e visse quem são os candidatos e que olhem o currículo do Ademar Sapelli, pois estou colocando o meu nome com responsabilidade. Não quero ser um vice-prefeito, que ser um prefeito atuante, chamando a responsabilidade para mim”.