Candidato ao Senado, Diego Mezzogiorno defende investimento em tecnologia e sustentabilidade
Ele concorre pela primeira vez a um cargo eletivo, pelo Rede, partido de Marina Silva
Ele concorre pela primeira vez a um cargo eletivo, pelo Rede, partido de Marina Silva
Diego Mezzogiorno, candidato ao Senado pelo Rede, partido da presidenciável Marina Silva, esteve em Brusque na semana passada. Em visita ao jornal O Município, ele concedeu entrevista para falar sobre suas propostas.
Mezzogiorno mora há 16 anos em Santa Catarina, e começou sua carreira em Brusque. Formado em Turismo, foi funcionário do Hotel Monthez. Sua origem italiana o aproximou da grande comunidade de descendentes que moram em Santa Catarina. Hoje, atua na Câmara de Comércio Ítalo-brasileira.
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Nesse sentido, aumentar as relações internacionais do estado é uma das suas propostas de campanha. “Temos 37 mil cidadãos italianos em Santa Catarina hoje e não aproveita-se isso”, afirma.
Nesta campanha, o candidato vê com preocupação a radicalização que existe no país.
“É preocupante a rejeição da política em um momento como esse. Teve um candidato que recebeu uma facada, eu estou tendo pouca dificuldade porque é a primeira vez que eu concorro, as pessoas estão ressabiadas com político velho”.
Para ele, uma das dificuldades é se comunicar com os eleitores, tendo em vista a disparidade de recursos entre os candidatos.
“É a campanha do tostão contra o milhão, estamos fazendo uma campanha muito focada em rede social, o partido ainda é novo, não temos condição de chegar em todo o estado”, diz. “Temos que chegar em mais pessoas, que as pessoas entendam que tem renovação, que tem saída fora desta turma de sempre”.
Ele afirma que o que o motivou a concorrer é o fato de que há necessidade de renovação na classe política. Segundo o candidato, “os revoltados de internet não resolvem muito, tem que sair da cadeira, de trás do computador e se propor”.
Mezzogiorno, que é o candidato mais jovem ao Senado em Santa Catarina – prestes a fazer 35 anos – , diz que os atuais senadores do estado estão “ extremamente enrolados em corrupção, com denúncias pesadas”.
“Trago a proposta de redução do custo da política, custa muito caro, não estou usando um centavo de verba pública. Um senador no Brasil custa hoje R$ 2,5 milhões por ano, e pode ter até 61 funcionários. A gente não precisa disso, precisa mudar o ciclo, o governo servindo a população, e não o estado se servindo dela”.
Uma das propostas do candidato é a criação do que ele classifica como “Marco Legal da Startup”. Segundo ele, hoje quem quer empreender no país precisa ter posses, muito dinheiro para investir, ou depender de um investidor externo.
Não há, de acordo com o candidato, um ambiente de negócios favorável ao jovem com boas ideias.
“O cara que pode investir numa startup é super taxado. A minha proposta é que essa pessoa pague 1% durante dois anos, e também diminuir a taxação dos investidores para algo entre 1% e 5%”, explica.
“Aí vamos entrar no século 21, a gente não compete globalmente, as startups brasileiras atendem apenas necessidades brasileiras”, afirma o candidato.
Mezzogiorno concorre pelo Rede, um partido iniciado há três anos e que nasceu como um movimento ambientalista, posteriormente expandido para outras frentes.
Nesse sentido, uma das suas propostas é o estímulo ao uso de energias renováveis. De acordo com ele, a energia de fonte renovável é muito pouco aproveitada em Santa Catarina, e sobre ela recai também uma tributação excessiva, como no caso, por exemplo, de quem produz energia solar.
“Não temos incentivo para energias novas. O político do século 19 não tem soluções para o século 21”, afirma.
Além disso, o candidato ao Senado afirma que o estado precisa ampliar suas relações internacionais.
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“Falta divulgação do estado fora do país, a gente não se vende, não tem presença internacional, não vai buscar parcerias internacionais. Temos cidadãos alemães, italianos, morando em Santa Catarina e a gente nao aproveita isso. A maioria dos produtores de frango tem origem italiana, e a gente não vende um frango na Itália”, exemplifica.
Mezzogiorno diz que o problema mais grave na eleição presidencial é a interminável disputa esquerda versus direita, a qual ele classifica como “uma briga virtual”, porque “não existe uma esquerda de verdade no Brasil, assim como o que propõe o Bolsonaro é um extremismo e não tem nada a ver com uma agenda de direita”.
Para o candidato, a polarização dos debates entre esquerda e direita afasta o país do debate de ideias. “Não se debate o modelo de país que se quer, é um debate raivoso que cega as pessoas, e a gente precisa ser muito frio para debater o país”.
No entanto, ele classifica o debate na internet como distante daquilo que se vê nas ruas.
“Quando eu converso com as pessoas vejo que isso é uma bolha da internet, as pessoas no dia a dia não são o que se pinta na internet”.