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Candidato Coronel Gomes (PL) apresenta propostas para governar Brusque

Confira o resumo da entrevista com o candidato a prefeito da cidade

Idade: 52 anos
Naturalidade: Florianópolis
Profissão: Policial Militar Aposentado
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 22

Coronel Gomes (PL) mora em Brusque desde 1993 e é policial militar da reserva remunerada, no posto de coronel. O último cargo que ocupou foi como comandante da PM em Blumenau. Também é professor no curso de Direito.

Gomes participa neste ano pela primeira vez de uma eleição. No serviço público ocupou somente os cargos relacionados à Polícia Militar.

Durante a entrevista, Gomes ressaltou a importância da valorização do dinheiro público, além de, entre outros assuntos, propostas para saúde, educação e saneamento básico.

Confira os principais trechos da entrevista.

Entre todos os candidatos, o senhor é o único que nunca participou de uma eleição e não tem experiência política. Acredita que está preparado para assumir a prefeitura de Brusque?

Realmente não tenho experiência político-partidária, mas minha vida como policial militar foi sempre de gestão e administração. Administrei todos os níveis que tinha de unidade policial militar, desde um pelotão até uma região. As duas últimas experiências profissionais que tive foram em duas grandes regiões, as de Lages e de Blumenau, que incluem mais de 80 municípios, com quase 2 milhões de habitantes e  mais de 1,5 mil policiais. Então, tenho certeza que gestão, trabalhar com pessoas, políticas de boa vizinhança e administrativa, tenho sim muita experiência e quero levar isso para a prefeitura municipal.


O plano de governo fala na criação de um Conselho de Governo com entidades de representação de município. Qual o objetivo e como funcionaria?

O Conselho de Governo vai ser formado no primeiro dia do nosso governo, onde vamos convidar toda sociedade organizada para fazer parte, principalmente quando tivermos que apresentar algum projeto de grande expectativa da comunidade, trazendo eles para trabalhar com a gente. Por exemplo, a Associação Comercial Industrial, a CDL, OAB, o Observatório Social, a Câmara, os sindicatos. Vamos reunir esse conselho voluntário, consultivo, que vai fazer com que a gente possa discutir as melhores soluções para os problemas e grandes projetos. Fazendo com que a gente possa, de maneira participativa, democrática, fazer um governo não unilateral, mas que todos possam dar a sua contribuição.


Você tem a proposta do “Creche o ano todo” para diminuir o déficit de vagas. Como pretendem implantar isso e qual é a importância dessa ação?

A educação vai ser o pilar do nosso governo, assim como a saúde. A “Creche o ano todo” vai funcionar inclusive nos recessos do final do ano, para que as famílias e trabalhadores possam ter a condição de deixar seu filho com cuidado e atenção enquanto trabalham. Brusque cresceu e temos que ter alternativas. Haverá essa possibilidade, através de um cadastramento rigoroso, uma creche, provavelmente no Centro. Os profissionais não são necessariamente os que já estão durante o ano. Vamos verificar, se houver voluntários (entre os funcionários já contratados) vão ganhar por essas horas a mais. E, se não, vamos contratar ACTs para fazer esse trabalho nesse período de recesso. O que não podemos, é deixar de atender nossa sociedade.

Além disso, vamos, se necessário, ampliar o número de vagas nas creches já existentes, construir outras dependendo das demandas dos bairros, e até mesmo podemos comprar vagas em creches privadas, ou (implantar) a creche comunitária, onde a gente entra com funcionários, e as famílias se unem como uma cooperativa para que a gente tenha mais uma opção. Importante é dar uma alternativa para as famílias poderem trabalhar.


O senhor propõe a criação de uma Guarda Municipal, conforme o plano de governo enviado à Justiça Eleitoral. Como isso pode ajudar na melhora da segurança pública na cidade?

Fizemos uma retificação para o TRE, que não vamos criar uma Guarda Municipal, vamos fazer a revitalização da Guarda de Trânsito, fazer uma gestão profissional e, principalmente, dar condições de trabalho aos nossos agentes de trânsito, para que possam ter uma estrutura de trabalho e seja qualificado para atuar. Não só na fiscalização do trânsito, mas na prevenção. O que a gente vê de mais importante no trânsito é fazer a prevenção através da atuação junto às crianças e adolescentes. Também queremos colocar a GTB onde a sociedade precisa, no sentido de fazer com que se aproxime mais da comunidade, esteja em sintonia. Não ser um instrumento meramente repressor em termos de multas, por exemplo, como muita gente reclama. Os acidentes e as mortes são um grande problema na nossa sociedade e, infelizmente, com a tendência com o crescimento de veículos e populacional, é que essas ocorrências aumentem se não tomarmos uma precaução.


Sobre a UPA de Santa Terezinha, vocês propõem uma discussão com a sociedade para resolver o que será feito. Como particularmente vê essa questão?

Infelizmente, temos obras inacabadas, algumas que estão pela metade, outras que apenas iniciaram ou terminaram, mas não houve a utilização. Isso é jogar dinheiro fora. Tem que ter muita parcimônia e responsabilidade extrema com o dinheiro público. Com relação à essa obra, vamos discutir com o conselho de governo, com a associação de moradores do bairro, com toda a sociedade organizada. Poderíamos fazer a Policlínica da Mulher, o Centro de Diagnóstico. São discussões que vamos ter, nosso plano de governo não é estático. Esse local não pode ficar como está, já houve até furto de equipamentos.


De que forma pretendem colocar em prática a proposta de ampliar a quantidade de opções de lazer nos bairros e melhorar a infraestrutura?

Estivemos em alguns bairros e observamos que vários deles não tem sequer uma área atrativa de lazer, que as crianças, jovens e famílias possam utilizar para praticar esportes e fazer atividades ao ar livre. No Poço Fundo, Steffen, Dom Joaquim, não há área adequada. Temos um terreno de mais de 20 mil m² no terreno entre os Correios e o trevo da Apae que queremos utilizar para fazer um parque municipal. O Parque das Esculturas precisamos reestruturar para que seja adequado, com atrações musicais, artísticas, que a gente possa trazer as famílias para participar. Temos oportunidades de fazer parques, áreas esportivas, para que a comunidade tenha oportunidade e alternativa de lazer.


Outro ponto problemático que apontam é a questão do saneamento básico na cidade. Onde começar a resolver esse problema?

Temos que sair do zero. Hoje, temos praticamente nada em termos de esgoto. Com o progresso e IDH que temos, precisamos buscar alternativas e recursos financeiros, se necessário até com empréstimos, mas temos que começar a fazer o saneamento básico na nossa cidade. Não só na questão do esgoto, mas também tratar a água, as nascentes. São questões que são complexas, grandes obras, mas precisamos ter coragem para começar. É vital em termos de qualidade de vida, mas também de saúde pública. Com certeza, já no primeiro ano, queremos discutir as obras em termos de esgoto e saneamento básico.

Precisamos cuidar com muita responsabilidade do meio ambiente. Nosso rio, hoje, deságua todo tipo de dejeto, não há um cuidadeo pelo nosso rio, que é tão importante. Queremos ter essa fiscalização 24 horas por dia. E também colocar isso para os jovens e adolescentes na escola, para que a gente possa, no futuro, ter uma sociedade muito mais saudável.


Um dos objetivos do seu programa de governo é garantir que os serviços públicos prestados pela prefeitura tenham o mesmo padrão de qualidade em todas as regiões da cidade. A partir de qual avaliação enxergaram essa necessidade?

Temos feito essa observação diariamente, não precisa nem ir muito longe. Os bairros estão, a maioria deles, abandonados. Não tem área de lazer, não tem pavimentação decente, posto de saúde que funcione, a água não chega, ou quando chega não é potável. Temos que atender a todas as comunidades de maneira igual. É preciso ir até as comunidade, conversar, ouvir através das associações e lideranças comunitárias, para saber a necessidade dessas pessoas. Não podemos dar às costas e aparecer só nas eleições, ou, pior ainda, fazer obras inacabadas ou de qualidade duvidosa só porque é momento de eleição. O poder público tem que servir as pessoas, e não se servir delas.


A prefeitura tem cerca de 200 funcionários em cargos comissionados e falam em diminuir este número. Em quais áreas enxerga a necessidade de cortes?

No Portal da Transparência, em setembro, o número de comissionados era 262 para ser exato. Pretendemos sim diminuir, é questão de honra no nosso governo. Não vou citar áreas, porque seria necessário fazer um estudo de impacto, mas com certeza vamos diminuir em todas. Não há como discutir economia, querer projetar grandes obras, se temos 48% da nossa receita comprometida hoje com folha salarial, sendo que, quase R$ 2 milhões por mês são gastos com comissionados. Vamos reduzi-los, no mínimo, pela metade, buscando até ainda mais. Aqueles cargos que forem indispensáveis, vamos fazer uma seleção através de currículos. Queremos aproveitar ainda aqueles funcionários que já são concursados como diretor, chefe ou até mesmo secretário.


 

Quantos cargos comissionados existem na Prefeitura de Brusque?

A prefeitura tem 262 funcionários em cargos comissionados, sendo que 60 deles são diretores de escola.

Qual o percentual da receita mensal da prefeitura é comprometida com pessoal? 

No último quadrimestre, 48,81% do orçamento da Prefeitura de Brusque foi para pagamento de pessoal, segundo o Portal da Transparência. O número confere com o informado pelo candidato durante a entrevista.

Quanto a prefeitura gasta por mês com funcionários comissionados?

Segundo a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Brusque, o valor do pagamento dos comissionados em setembro foi de cerca de R$ 1,38 milhão, menos dos que os R$ 2 milhões citados por Gomes. O órgão informou que o valor não varia muito de mês a mês.


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