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Candidato a deputado estadual: Cleiton Bittelbrunn defende corte de cargos comissionados

Vereador do PRP também afirma que estado não deve aumentar carga tributária

Idade: 36 anos
Naturalidade: Brusque
Profissão: Empresário e vereador
Grau de instrução: Ensino Fundamental incompleto
Religião: Católica
Nome na urna: Cleiton Bittelbrunn
Número na urna: 44444
Candidato a presidente: não declarou
Candidato a governador: Gelson Merísio (PSD)

Cleiton Bittelbrunn assumiu em 2016 seu primeiro mandato como vereador em Brusque, eleito pelo PRP, partido pelo qual concorre, agora, a deputado estadual.

Natural de Brusque, ele é casado e tem três filhos. Sua vida profissional sempre foi no ramo têxtil. Concorreu pela primeira vez a um cargo eletivo em 2012, quando pleiteou uma das cadeiras na Câmara de Vereadores.

Também atuou como coordenador na Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), onde permaneceu por pouco mais de três anos e meio.

Assista à entrevista na íntegra:

Por que decidiu ser candidato a deputado estadual?
“Eu decidi ser candidato a deputado estadual porque eu posso fazer por Santa Catarina o que eu venho fazendo por Brusque. Continuar trabalhando para o nosso município, mas também com toda essa garra, com toda essa energia, por Santa Catarina.”

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Qual é o primeiro projeto de lei que pretende propor, caso eleito deputado estadual?
“Como tenho um escritório de assessoria ambiental, eu vejo as dificuldades que as empresas têm para ter seus licenciamentos. Quero, junto com o estado, contratar mais pessoas efetivas no IMA [Instituto do Meio Ambiente], que é o órgão licenciador competente, colocar gente profissional para dar agilidade a esses licenciamentos ambientais. Tem licenciamento parado desde 2008. Será o meu primeiro passo, caso seja eleito deputado estadual, colocar mais profissionais na área do meio ambiente.”

Qual será seu investimento prioritário com os recursos de suas emendas parlamentares? Elas serão aplicadas 100% na região?
“Vejo que essas emendas podem ser revertidas para todo o Vale do Itajaí e para Santa Catarina. O nosso recurso será mais destinado para Brusque, Guabiruba e Botuverá, porque é a nossa região, mas trabalharei para mandar esses recursos para todo o estado de Santa Catarina. Eu vou ver primeiro como que funciona a máquina, para eu poder ver para onde levar os recursos, quais as urgências que mais precisam, para poder destinar essas verbas.”

Qual o principal problema de Santa Catarina hoje, e o que você, eleito deputado estadual, pode fazer para combatê-lo?
“O pior problema é que se arrecada muito e é investido pouco. Vamos fazer um trabalho para que não aumentem os tributos, para quem com isso a gente consiga deixar o maior número de recursos para os nossos municípios.”

A Assembleia Legislativa foi avaliada como a terceira mais cara do país. O que você pode fazer para mudar essa realidade? Está disposto a abrir mão de privilégios? Quais?
“Sim, caso for eleito vou cortar todos os auxílios, ver como funciona, se podemos reverter esses auxílios para entidades carentes, auxílio-paletó, auxílio-carro. Vou batalhar para isso, ver como é que funciona, se esse dinheiro pode ser revertido para causas sociais. Assim como fiz em Brusque, votei contra o nepotismo, vou votar para cortar as férias do vereador, e isso que vou tentar levar para a Assembleia Legislativa. Em vez de ter esse recurso para nós, levar para as áreas sociais de Santa Catarina.”

Por que decidiu se candidatar pelo PRP? Qual a visão do partido?
“Eu era do PPS em 2012 onde concorri pelo partido. Eu estava escolhendo um partido limpo, que não tem candidato ficha suja, que não está envolvido em corrupção, e por isso fui para o PRP.”

Existem críticas ao governo do estado por causa da existência das agências de desenvolvimento regionais, vistas como cabides de emprego. Você é contra ou a favor da manutenção delas? Por quê?
“Essas ADRs não têm que existir, tem que acabar com as ADRs, é tudo cabide de emprego. Se tiver alguma coisa que eu puder fazer para acabar, com certeza votarei para extinguir elas.”

De onde vem os recursos para financiar sua campanha, e quanto você pretende investir nela?
“É público que o empresário Luciano Hang doou R$ 15 mil [para a campanha], e acredito que com esses R$ 15 mil eu vou fazer a minha campanha.”

O governo estadual tem déficit de profissionais em áreas de segurança pública, como polícia, bombeiros e IGP. Ao mesmo tempo, está com os gastos com pessoal estourando o limite. Como prover esses cargos sem estourar as contas públicas?
“Acho que o governo do estado pode acabar com os cargos comissionados, e investir em mais segurança, educação. Pode investir o dinheiro dos cargos comissionados nestas áreas que estão precárias. A segurança pública no nosso estado está carente, com certeza minha bandeira será acabar com os cargos comissionados para investir em segurança e educação.”

Está no meio do mandato como vereador. Se for eleito deputado, terá que deixar o cargo. Não teme uma rejeição por parte de quem o elegeu?
“As pessoas que me elegeram como vereador estão vendo o meu potencial, e estão apostando em mim como deputado estadual também. Eu converso com eles e eles dizem: ‘ah, mas tu vais deixar de ser vereador para ser deputado’. Eu digo, não, não vou deixar de ser vereador, vou buscar mais recursos para o município, que como vereador a gente não tem esse acesso.”

Qual a sua avaliação sobre o grande número de candidatos na região de Brusque? Acredita que há candidatos que querem fazer desta eleição um trampolim para 2020?
“Eu falo por mim, não estou usando a eleição como trampolim para 2020. Se tem algum candidato que está fazendo isso eu não sei, só sei que eu não estou usando a eleição como trampolim.”

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O senhor trabalhou na Fundema por algum tempo, e essas questão ambiental tem estado em evidência, com o surgimento de manchas nos rios. O senhor tem algum projeto para tornar essa fiscalização mais eficiente?
“É falta de efetivo, a Fundema tem dois fiscais para 130 mil habitantes [ver checagem], é muito pouco. Vou batalhar para ter mais efetivo na área ambiental, 50% dos licenciamentos de Brusque são feitos pela Fundema [ver checagem], com certeza batalharei para ter mais efetivo na área ambiental. A fiscalização está defasada em Brusque.”

Existe um projeto de lei em tramitação na Assembleia que acaba com o critério político para nomeação dos conselheiros do Tribunal de Contas. Qual a sua avaliação sobre o tema?
“Eu tenho que me informar sobre esse assunto, não estou acompanhando, vou estudar bem e dar um retorno mais para frente.”

O governo do estado tem uma política de renúncia fiscal, concedendo isenções a empresas e abrindo mão de arrecadação. Você concorda com essa política ou pensa que ela tem que ser modificada?
“Não, eu sou contra, todas as empresas tem que pagar seus tributos, o governo não pode abrir mão. Se abriu mão para um porque não abrir mão para outros. O governo não tem o direito de fazer isso com empresa nenhuma, ele tem que arrecadar para transformar essa arrecadação em educação e segurança e outras áreas que estão precisando.”

A Fundema tem apenas dois fiscais?
Isso mesmo. A Fundema conta com apenas dois fiscais responsáveis por atender todo o município. A fundação atua, portanto, somente por meio de denúncias. Em entrevista recente, o vice-prefeito Ari Vequi afirmou que não há previsão de contratação de novos profissionais porque a folha de pagamento da prefeitura está no limite.

50% dos licenciamentos ambientais de Brusque são feitos pela Fundema?
Não procede. Profissionais consultados pela reportagem informam que não é possível mensurar a porcentagem de licenciamentos ambientais realizados pela Fundema – órgão municipal – e pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), do governo do estado.