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Candidato a deputado estadual: Guilherme Marchewsky defende fiscalização mais efetiva do governo

Candidato do PPS retorna às urnas após passar um tempo afastado da política

Idade:  59 anos
Naturalidade: Brusque
Profissão: Professor aposentado
Grau de instrução: Ensino Superior Completo
Religião: Cristã
Nome na urna: Professor Guilherme Marchewsky
Número na urna: 23888
Candidato a presidente: Não declarou
Candidato a governador: Não declarou

Guilherme Marchewsky foi o vereador mais votado em 2012, quando concorreu pelo MDB, mas desiludiu-se com a vida política e não concorreu em 2016. Agora retorna à cena como candidato a deputado estadual pelo PPS.

Natural de Brusque, ele é casado e tem dois filhos e um neto. Trabalhou a vida toda como professor e gestor escolar. Nesta entrevista, Marchewsky explica os motivos que o levaram a abandonar e retornar à política, e fala sobre suas propostas de campanha.

Assista à entrevista na íntegra:

Por que decidiu ser candidato a deputado estadual?
“Vi a necessidade de ter uma representação oficial em Brusque e região, e muitas pessoas me desafiaram nesse sentido. Busquei primeiramente fazer um levantamento das necessidades, de toda a demanda que nós temos na cidade. Sou candidato da região de Brusque, Vale do Itajaí e do Rio Tijucas. Nós estamos sentindo essa demanda de uma representação forte e que vá pleitear as necessidades.”

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Qual o primeiro projeto de lei que pretende apresentar à assembleia?
“Não seria um projeto de lei, e sim uma proposta de reduzir gastos. Temos que reduzir os custos de um deputado estadual, a receita do país está comprometida nessas demandas de comissionados, de assessores, de regalias. Minha proposta é cortar esses gastos, já de imediato reduzir para o mínimo os assessores, reduzir e devolver o auxílio-moradia, que não há necessidade de nós termos, já que um deputado ganha R$ 25 mil por mês [ver checagem]. É possível reduzir isso, então a proposta é reduzir esses custos que hoje um deputado gera à Assembleia.”

Qual o principal problema de Santa Catarina hoje e o que pode fazer para resolvê-lo?
“Penso que é a área da saúde, tem que haver a fiscalização desses recursos recebidos do governo do estado e do município, para que realmente Santa Catarina possa dar conta da demanda. É necessário nós termos uma readequação do processo de saúde. Não é possível que o cidadão esteja na maca, que esteja nos hospitais aguardando sete, dez horas para ser atendido. É necessário que nós façamos algo muito rápido para que isso aconteça. De que forma? Fiscalizar. Como deputado posso fiscalizar a secretaria de saúde e lutar para que as leis que estão lá sejam melhoradas e sejam bem aplicadas.”

Qual a sua prioridade com recursos de emendas parlamentares? Elas vão ser aplicadas 100% aqui na região?
“Sou candidato a deputado estadual pela região de Brusque, Vale do Itajaí e Vale do Rio Tijucas para que eu possa trazer esses recursos totalmente destinados para as áreas que necessitam, dentro dessa região. Em hipótese alguma eu vou negociar com qualquer prefeitura, porque eu sei que tem deputados que negociam com prefeituras para levar esses recursos para outros lugares. Todo o recurso será voltado para as instituições e para as melhorias, seja na infraestrutura, na saúde, seja em qualquer setor.”

Como avalia o grande número de candidatos de Brusque nesta eleição? Acredita que há os que estão usando a eleição como trampolim para 2020?
“Não vejo dessa forma, porque nós estamos num sistema político aberto, democrático. Temos bons candidatos, que tem propostas interessantes e o que mais veio à tona neste momento é a renovação. Muitos candidatos colocaram seu nome à disposição para a renovação da política. Penso que esta renovação é de qualidade porque os candidatos têm propostas, têm interesse, estão visitando o seu eleitor.”

Se for eleito deputado, pretende cumprir o mandato até o fim ou existe a possibilidade de concorrer a prefeito em 2020?
“Existe essa possibilidade de concorrer a prefeito, vai depender do eleitor me cobrar, porque quando me cobraram de eu ser vereador quatro anos, eu fui vereador quatro anos. Eu aprendi muito como vereador e agora como deputado vou aprender e me preparar para se houver necessidade, eu tenho que deixar bem claro isso, é a necessidade de nós termos um candidato a prefeito na cidade de Brusque, eu me coloco à disposição. Não estou fazendo aqui um trampolim para 2020, estou me colocando à disposição porque eu quero aprender.”

O senhor decidiu abandonar a política alguns anos atrás. O que mudou desde então que o fez retornar à disputa eleitoral?
“Quando iniciei a vida pública, iniciei com muita força, com muita fé e reduzimos os custos da Câmara de Vereadores. Logo depois, tivemos alguns questionamentos, a politicagem de cargos e tudo o mais, o PMDB queria os cargos e não queria criar. Eu tinha vontade de criar um trabalho dentro do PMDB e não fui recebido dessa forma, e aí eu me decepcionei porque as pessoas só queriam cargos, e eu já não aguentava mais isso. A minha vontade não era ser candidato, mas as pessoas que desafiaram para que eu pudesse ser. Eu disse que eu seria se eu encontrasse um partido que tivesse as minhas ideias e dentro do PPS eu encontrei as minhas ideias.”

Entre suas propostas está o aumento de investimentos na área de educação. Como pretende tornar isso realidade se o governo estadual tem a caneta na mão?
“Na fiscalização dos 25% que nós temos hoje para a educação. Se o governo do estado faz educação bem e de qualidade, para que ele precisa fazer propaganda? Penso que na área da publicidade a gente pode reduzir. E o investimento dos 25% na educação não deve passar por dentro do governo do estado para ser diluído e no final não chegar aos 25% [ver checagem].”

O senhor trabalhou contra a aprovação do projeto de financiamento internacional para construir uma ponte no Centro. Até agora a cidade continua sem esses novos equipamentos de mobilidade. Se arrepende de ter dado esse voto contra?
“Era uma mentira, não existe financiamento internacional para município, isso é mentira. O município não receberia esse investimento e ia ter hoje um prejuízo muito grande, nós estaríamos pagando a conta, e não iria acontecer. Esse fundo internacional não pode ser recebido por município, porque quem recebe o fundo internacional é o estado e a federação [ver checagem]. Nós temos que pensar no município, no endividamento do município, que hoje já é muito alto, como é nós vamos criar condições para o desenvolvimento? Não podemos fazer um endividamento para fazer infraestrutura, a infraestrutura tem que vir do governo federal.”

É contra ou a favor a manutenção das ADRs? Por quê?
“O projeto do governador Luiz Henrique era muito interessante, aproximar o governo do cidadão. Penso que tem que ter uma ADR com concurso, com o mínimo de pessoas ligadas ao governo, um cargo ou outro de confiança. O que não pode acontecer é deixar esses cargos comissionados e pessoas que não têm conhecimento da área gerenciar esse trabalho. Se for bem pensado, sou a favor. Se for só para criar cargos, sou contra.”

De onde vem os recursos para financiar a sua campanha e quanto o senhor pretende investir?
“Tenho investido até agora R$ 20 mil, pretendo investir R$ 30 mil na campanha. Preparei a minha vida financeiramente e consegui fazer uma poupança, e recebi agora do fundo partidário, R$ 10 mil [ver checagem].”

O governo estadual tem déficit de profissionais na segurança pública. Como o senhor pode contribuir para resolver o problema?
“Vejo a necessidade de nós lutarmos pra que toda essa área de segurança tenha um investimento que possa realmente dar condições, dar qualidade de segurança ao cidadão. É possível fazer esse trabalho de fiscalização, fazendo com que o governo do estado trabalhe mais na área de segurança. Penso que ainda é possível fazer a segurança através da educação. Temos que criar dentro da área da segurança uma educação de qualidade pra que essa criança não seja marginalizada.”

Há um projeto de lei que acaba com o critério político pra nomeação dos conselheiros do TCE. Qual a sua avaliação?
“É concurso. Como é que um cidadão que não tem o mínimo conhecimento na área tributária, na área jurídica, é um conselheiro do Tribunal de Contas? Tem que ser concursado e tem que ter um conhecimento na área de tributação e na área jurídica para que possa realmente fazer a avaliação correta.”

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O senhor concorda com a política de renúncia fiscal do governo do estado?
“Se ela for voltada para todos, para o desenvolvimento, é salutar, mas temos que ver qual o objetivo. Hoje eu não tenho opinião formada sobre como isso vem acontecendo, se é apadrinhamento ou se é realmente para o desenvolvimento. Se for para que todos realmente tenham a possibilidade de crescer é possível essa renúncia.”

Um deputado estadual ganha R$ 25 mil por mês?
Sim. De acordo com a Assembleia Legislativa, um deputado recebe, em valores brutos, R$ 25.322,25 mensais. Acrescido a isso há auxílio-moradia de R$ 4.377,73. Descontados os impostos, o valor líquido é de R$ 23.155,48.

O governo do estado investe 25% das receitas em educação?
Controverso. A Constituição obriga o estado a investir 25% de suas receitas na educação, mas na prática há controvérsia. Em 2016, o Ministério Público de Contas do estado recomendou uma intervenção da Procuradoria Geral da República em SC, ao constatar que desde 2001 o estado não chega aos 25%, informação que foi contestada pelas autoridades. A divergência reside no fato de ser ou não computados nessa conta os gastos com pessoal inativo.

O município de Brusque não poderia receber recursos de financiamento internacional durante o governo Paulo Eccel?
Incorreto. O projeto da prefeitura era para tomar emprestados R$ 48 milhões do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), para construir mais uma ponte sobre o rio Itajaí-Mirim e seus acessos. A proposta já tinha autorização do Tesouro Nacional, que também autorizou, somente em 2017, que sete municípios contratassem com esse mesmo banco, segundo reportagem do jornal Valor Econômico. Mais recentemente, a Prefeitura de Fortaleza (CE) assinou contrato com o mesmo banco, no valor de 83,25 milhões de dólares.

O candidato recebeu R$ 10 mil do fundo partidário?
Errado. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a conta da campanha do candidato recebeu R$ 25 mil transferidos da direção do PPS, por meio do fundo partidário. O valor foi recebido em duas partes, em 31 de agosto e 14 de setembro.