Candidato a deputado estadual: Jones Bosio defende “pacto de gestão” e economia de recursos

Ex-secretário regional busca vaga na Assembleia após segundo lugar na eleição a prefeito em 2016

Candidato a deputado estadual: Jones Bosio defende “pacto de gestão” e economia de recursos

Ex-secretário regional busca vaga na Assembleia após segundo lugar na eleição a prefeito em 2016

Idade: 39 anos
Naturalidade: Brusque
Profissão: Historiador
Grau de instrução: Ensino Superior Completo
Religião: Católica
Nome na urna: Jones Bosio
Número na urna: 25222
Candidato a presidente: Jair Bolsonaro (PSL)
Candidato a governador: Gelson Merísio (PSD)

Candidato a deputado estadual pelo DEM, partido do qual é presidente em Brusque, Jones Bosio nasceu e foi criado no município. Casado e pai de uma filha, tem uma longa carreira política no município.

Foi vereador por um mandato, atuou também como diretor na Secretaria de Obras, foi secretário na pasta e também diretor e secretário na então Secretaria de Desenvolvimento Regional (ADR). Mais recentemente, atuava como assessor do deputado federal Cesar Souza (PSD). Nesta entrevista, ele fala de suas propostas.

Assista à entrevista na íntegra:

Por que decidiu ser candidato a deputado estadual?
“Essa é uma luta minha desde jovem, sempre gostei de acompanhar política junto com o meu pai e sempre trabalhar pelas pessoas. Creio que o maior patrimônio do país são as pessoas. Então eu sou candidato não pelo poder, mas para lutar pelo bem estar das pessoas”.

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Qual é o primeiro projeto de lei que pretende propor, caso eleito deputado estadual?
“Vejo deputado falando ‘eu vou mudar infraestrutura, saúde, educação’, mas ninguém tem capa de Super-Homem. Uma das nossas bandeiras é a reforma [regularização] fundiária. A nossa região tem muitas famílias que não têm a escritura, enquanto estava no governo pedi ao ex-governador Raimundo Colombo para fazer um trabalho para que a gente pudesse conseguir essa escritura para as pessoas menos favorecidas, que têm uma renda baixa”.

Qual será seu investimento prioritário com os recursos de suas emendas parlamentares? Elas serão aplicadas 100% na região?
“Com certeza saúde e assistência social. Quando eu falo assistência social estou envolvendo Apae, Rede Feminina de Combate ao Câncer, a Escola Charlotte, o Lar Sagrada Família, o Lar Menino Deus, assistência social. E saúde o Hospital Dom Joaquim, Hospital de Azambuja, as secretarias municipais na nossa regional. E, sim, o foco maior é a regional”.

Qual o principal problema de Santa Catarina hoje, e o que você pode fazer para combatê-lo?
“A questão fundiária. Em Santa Catarina é um problema seríssimo. Problema é o que nós mais temos, mas Santa Catarina ainda é um estado de sorte que conseguiu equilibrar as contas. Se você olhar Rio Grande do Sul quebrado, Rio de Janeiro quebrado. Um dos problemas é a segurança pública, o número de efetivo é pequeno, Brusque carece disso. Outro problema é a carga tributária muito pesada, o empregador hoje está com medo de empregar as pessoas”.

A Assembleia Legislativa foi avaliada como a terceira mais cara do país. O que fazer para mudar essa realidade? Está disposto a abrir mão de privilégios?
“Agora na eleição todo mundo vai abrir mão de tudo, tem gente que vai doar o pagamento, alguns acho que vão pagar para ser deputado. Eu não vou abrir mão de nada. O que é de direito meu como deputado, eu não vou abrir mão. Agora o que tem que ser feito é o bom uso do que é de direito seu. Se você tem auxílio-moradia, você usa se for necessário, se você tem auxílio-saúde, você usa se for necessário”.

O senhor responde hoje a 30 processos movidos pelo Ministério Público e já disse que o promotor lhe persegue. Como justifica que há perseguição se o Judiciário tem recebido essas denúncias?
“Isso é uma coisa que já me fez pensar em parar de ser candidato. Eu tinha 56 [processos], 26 foram arquivados [ver checagem]. Eu tenho certeza que mais 30 serão arquivados. Porque já são 10 anos que estão tentando me derrubar. Quando é feito uma denúncia ao promotor, ele tem a obrigação dele de investigar, mas a gente vê que tem denúncias que chegam a ser mera perseguição política, e o promotor poderia já ter arquivado. Mas eu não tenho medo nenhum, se não eu não seria candidato. Quanto ao promotor Daniel [Westphal Taylor], ele faz o trabalho dele. Tem tanta coisa imoral nessa terra, nesse país. Ele há pouco tempo, foi relatado que tem auxílio-moradia, a esposa dele tem auxílio-moradia, e ele tem casa própria, então também cadê uma denúncia no Ministério Público. E mesmo que com todas essas denúncias, é importante ressaltar isso que eu não tenho nenhuma condenação. Devagarinho a gente vai mostrar que tudo isso não passa de uma perseguição política sim”.

Há algum tempo o senhor se manifestou de forma veemente informando que o DEM não estava no governo de Brusque. Poucos meses depois, o partido dá sustentação à administração municipal. Por que essa mudança?
“Eu particularmente não quis fazer parte do governo, mas o Ari Vequi me chamou para conversar. A gente pode criticar o governo, acredito que é construtivo. Fiz recentemente duas críticas nas duas últimas lives [transmissões ao vivo no Facebook] questionando o secretário de Saúde [Humberto Fornari]. Ele ficou chateado. Ou ele quer que eu fale que a saúde de Brusque está boa? A prefeitura não está indo bem, hoje a gente faz parte do governo, faz base do governo, mas não está indo bem. Então quando a gente vê boa vontade, determinação e a coisa caminhando para o bem, a gente vai estar junto, agora se tem projeto que não é do nosso agrado, nós vamos votar contra”.

Qual a sua avaliação sobre o grande número de candidatos em Brusque? Há candidatos que querem fazer desta eleição um trampolim para 2020?
“Com certeza. É uma pena isso, mas o sol nasceu para todos, todos têm o direito de ser candidato. Eu creio que todos têm o direito de ser candidato, mas sim, muitos daí estão usando essa eleição como trampolim para eleição de prefeito em 2020, mas boa sorte para todos eles”.

O senhor já foi secretário regional, e desde aquele tempo se discute a extinção das ADRs. É contra ou a favor da manutenção delas?
“Eu sou a favor da manutenção, mas a diminuição do número de ADRs. Quando Luiz Henrique era governador, a descentralização funcionava de uma maneira excelente, o primeiro mandato do Raimundo foi excelente, o segundo não funcionou tão bem, pelo corte de gastos e as SDRs não tinham recursos, mas eu creio que é importante a descentralização do poder da capital para as cidades do interior. Aí você vai falar o seguinte ‘ah, mas esse cabide de emprego’. Não tem cabide de emprego. A SDR de Brusque tinha aproximadamente 60 efetivos, e comissionados eram 11 ou 12 cargos” [ver checagem].

De onde vem os recursos para financiar sua campanha, e quanto você pretende investir nela?
“Vou investir o quanto o meu partido me enviar de recurso do fundo partidário. Acima disso não posso porque eu saí de uma eleição de prefeito onde meus recursos já eram escassos e o pouco que eu tinha a gente gastou, porque foi uma campanha muito pesada”.

O Democratas apoia o PSD na eleição estadual, com a indicação do vice, João Paulo Kleinübing. Qual a sua opinião sobre essa decisão?
“A princípio não foi do meu agrado, porque eu já saí do PSD porque não estava contente lá dentro. A pressão em cima do João Paulo Kleinübing era muito forte, um grupo queria que fosse com Mauro Mariani, outro grupo o Gelson Merísio, outro chapa pura, outro só com Esperidião Amim, e ele me ligou por duas vezes e perguntou o que eu achava melhor e qual era a minha opinião. Eu falei: ‘o que você decidir, eu estou junto com você, eu estou no Democratas, desde que eu não esteja no PT’”.

Hoje o governo do estado deve milhões aos municípios para custeio da saúde. De quem é a culpa?
“Os estados estão quebrados, de modo geral. Todo mundo tem uma parcela de culpa, mas a maior é do governo federal, que quebrou todos os estados. Essa mudança de cassa Dilma, cassa Temer, essa loucura desestabilizou o país. Claro que o governo do estado tem sua culpa sim”.

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O governo estadual tem déficit de profissionais em áreas de segurança pública, como polícia, bombeiros e IGP. Ao mesmo tempo, está com os gastos com pessoal estourando o limite. Como prover esses cargos sem estourar as contas públicas?
“Não estou usando de demagogia nem hipocrisia: corta pela raiz essa questão de comissionados e aproveita os efetivos. Essa era a minha proposta para a Prefeitura de Brusque, infelizmente nós não conseguimos vencer. Ou você corta essa questão de comissionado, não precisa ser 100%, porque você precisa de alguém de confiança, mas corta em torno de 70% a 80% que com certeza vai sobrar recurso. Santa Catarina precisa de um pacto de gestão para que a gente possa otimizar, economizar o tostão para conseguir ter o milhão e nós investimos nesta área”.

 

A SDR de Brusque tinha aproximadamente 60 efetivos e 11 ou 12 cargos comissionados?
Não tivemos acesso aos dados do período em que Bosio foi secretário. No entanto, em maio de 2017, o quadro de funcionários da ADR Brusque – antiga SDR – era composto por 24 servidores efetivos, nove comissionados e 11 servidores terceirizados.

Em 2015, enquanto ainda era SDR, foram gastos R$ 12,12 milhões durante todo o ano na manutenção e na folha de pagamento.

Em 2016, por sua vez, já como ADR, as despesas foram no montante de R$ 12,72 milhões durante todo o ano, segundo dados do Portal da Transparência do governo estadual.

Bosio tinha 56 processos, dentre eles, 26 arquivados?
Não foi possível confirmar. Atualmente ele responde a 30 processos movidos pelo Ministério Público.

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