Candidatos a prefeito de Brusque minimizam limite de gastos de campanha
Políticos ouvidos pelo Município Dia a Dia dizem que não chegarão a investir o teto de R$ 504 mil
Apesar da legislação eleitoral estipular um teto de gastos de R$ 504 mil para as campanhas de candidatos a prefeito, os postulantes à Prefeitura de Brusque ouvidos pelo Município Dia a Dia dizem que isso não será empecilho, pois não pretendem chegar a esse patamar de investimento.
A legislação eleitoral, no que se refere aos gastos de campanha, é bem diferente nesta eleição do que o modelo que os partidos políticos estavam acostumados, no qual a própria sigla partidária estipulava seu teto de gastos.
Além da proibição de financiamento de campanha por empresas, por meio de doações a candidatos e partidos, há um novo limite de gastos, estipulado com base na última eleição. Pela lei, esse limite ficou em R$ 504,8 mil para os que concorrem a prefeito, e R$ 19,5 mil para os que concorrem a vereador.
O número é com base no cálculo estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o qual determina que os gastos dessa campanha não podem ultrapassar 70% do maior gasto, por cargo, declarado na campanha de 2012.
Teto elevado
Para os candidatos consultados, entretanto, esta quantia de gastos não será atingida.
“Isso serve para limitar os gastos para candidatos que têm excesso de receita. No nosso caso, a campanha é extremamente franciscana. Nós estamos com dificuldade de financiamento do básico”, afirma o candidato do SD à prefeitura, Odirlei Dell’Agnolo, o Bah.
“A gente vai lutar pelas ideias, e não queremos que o marketing vença as ideias novamente, por isso é que a gente está nas ruas todo dia. O nosso único jeito de fazer a campanha é caminhando e conversando”, discursa o candidato.
Ele acredita que a limitação de gastos, contudo, não equipara as forças econômicas na disputa eleitoral, pois, somados os valores do candidato a prefeito e aos vereadores, a soma é considerada, ainda, muito alta.
“O candidato a prefeito tem limite de R$ 500 mil. Os candidatos a vereador tem mais R$ 19 mil. Se tem 60 candidatos a vereador, isso dá quanto?”, opina. “O poder de fogo do dinheiro existe, faz um material melhor, tem uma estrutura melhor. Essa limitação vai deixar mais claro o poder fogo”.
Eleitor conscientizado
Para Jones Bosio, candidato a prefeito pelo DEM, o limite estipulado também é alto. “Vamos fazer uma campanha mais modesta, dentro do que o TRE permite. Estamos conscientizando o eleitor e a nossa nominata de vereadores sobre isso”, afirma.
“Tanto os vereadores já estão orientados e conhecedores disso, como também o eleitor está conscientizado de que é uma eleição diferente, uma eleição em que as pessoas querem saber da tua proposta, teu plano de governo, não é mais a troca de favores. A eleição está muito diferente”, avalia o candidato.
Ele diz que o partido irá gastar bem menos que o teto de R$ 500 mil estipulado, pois não há recursos para tanto.
Limite razoável
Bóca Cunha, atual prefeito e candidato do PP à prefeitura, considera “razoável” o limite estipulado pelo TSE. “Não sei se vamos ter tanto
dinheiro”, afirma.
“A campanha vai ser feita no corpo a corpo, vamos pedir o voto, vamos andar na rua, se comunicar com o povo, porque dinheiro não tem para a campanha mesmo”, diz o candidato. “Não sei se vamos conseguir chegar no limite. “Vamos de casa em casa, na rua, no comércio, é pedir o voto e deixar o povo escolher”.
Apesar disso, a campanha de 2012 custou mais do que o teto estipulado para a de 2016. A campanha vitoriosa de Paulo Eccel, por exemplo, teve R$ 510 mil em despesas.